22/12/2011

É preciso ressuscitar.

Silvio Marques

            O mundo precisa urgente ressuscitar. Grande parte da humanidade está morta; assassinada pelo cajado das crenças e orientações religiosas primitivas. Alguns desses conceitos, outrora necessária e grata iniciação, hoje são mais vírus do que benditos solventes (*). Quase tudo o que os religiosos oferecem hoje (conscientes ou não) são analgésicos; lenitivos para tornar mais suportáveis as dores que o mundo diz ter. E essa gente jamais se curara de verdade; porque tais dores é a própria vida delas. Saúde e paz parece utopia. Quem as tem parece que vive uma vida sem graça; porque as pessoas felizes não disfarçam, mas também não propagam a sua graça. E nem tem muita gente com bons olhos e ouvidos para ver e ouvir. Assunto interessante é a desgraça (própria ou alheia). Isto todos se apressam para anunciar (e para ouvir também). Muitos querem piedade, pois justifica os seus insucessos.
            O mundo não sabe ser feliz. Ser infeliz é que parece ser natural. Porisso as religiões existem. Se o mundo fosse feliz, nele não haveria religiões; na mesma proporção em que não existiriam médicos sem doentes. As pessoas precisam ter problemas para poder ter o direito de falar com Deus. Assim é que tem sido; é assim que elas pensam que é. Parece que Deus fez tudo errado; mas a ciência e as religiões estão aí para consertar.
O mundo é doente porque quer ser, ou aceita ser. Porisso tem mesmo que pagar os absurdos “dízimos e as ofertas” para os “médicos do espírito” (que dizem ser para Deus). Mas eu bem que acho que deva ser pago mesmo. Acho justo que se pague pelo que se usa. E enquanto isto eles vão enriquecendo com a sua dor (que nunca acaba) e a sua esperança (que nunca termina porque nunca chega o que se espera).
            A fé é vendida; a oração é comprada. Consequentemente, para se ter um pouco de paz é preciso pagar. Mas essa “paz” vendida é como um bilhete para assistir um filme. É ficção. A fita logo acaba e você tem que comprar outro bilhete.
            Chega a ser ridículo ter que falar em Deus todos os dias para lembrar que Ele existe e te protege. Bonito é saber a todo instante que você é Filho do Amor e da Justiça, e que deve promovê-los ininterruptamente em teus atos. Se você não faz isso: eis aí o germe da sua infelicidade, da sua doença, da sua miséria. E é só!
            Você não é feliz porque não se alimenta de bondade e amor; se alimenta de perdões, porque erra a toda hora. Mas o perdão que você pede não é um solvente como o perdão que você dá. Muitas vezes ele é só um antiácido para a sua “má digestão espiritual”. Muitas vezes se pede perdão da boca pra fora, para se livrar do peso na consciência. Porisso você fica mal nutrido do espírito, fraco e infeliz. E é aí que, para compensar essas insatisfações, parte em busca de prazeres ou dessas orações pecuniárias acima ditas. Dessas orações que parece que já vem com um interruptor: Você liga, ora, e depois desliga porque você tem mais o que fazer.
            E bem pior é quando encontra alguma satisfação nos prazeres; porque aí é que você eterniza a sua infelicidade, iludido com os analgésicos que os prazeres também são.
            É assim que tem sido o mundo. Iludidos com os prazeres ou iludidos com os “enredos dos filmes” que algumas igrejas oferecem.
            Você precisa das orações das igrejas porque não se sente ligado a Deus. As igrejas se iludem (e se ilude o povo) entendendo que lá é a casa de Deus. ____ Na realidade a Abençoada Casa de Deus sempre foi e sempre será o teu próprio existir, Amigo! Viva Deus (indo a igreja ou não)! Ame verdadeiramente! Sinta-se o Filho Unigênito que você É! “O Reino de Deus esta dentro de vós”!
            Quanto mais você se agarrar aos seus santinhos ou patuás, mais distante estará de Deus! Porisso mesmo é que precisa das “lembrancinhas Dele”! Quanto mais você necessitar das igrejas, mais alto é o seu grito de dor! ____ Afinal, somente os doentes vão às farmácias.
            Freqüentar as igrejas não é buscar graças. Não deveria ser. Freqüentar as igrejas deve ser uma celebração à Vida; ou uma suave “visita” de agradecimento. ____ Se é que você não sabe fazer isso em outro lugar.
            O mundo não vai à igreja por amor a Deus (ou ao “senhor”, como dizem os cristãos). ____ Cegos! ____ A muitos desses quem lhes impõe a igreja é aquele a quem tanto temem. Satanás faz de seus medos o seu próprio parto. Aflitos, correm para elas (as igrejas) para se livrarem do que elegeram como inimigo. ____ É inútil! ____ Seu temor é que é o seu inimigo. Satanás, ilusão criada à imagem e semelhança de seus medos, é trevas. Deus é Luz. A luz e as trevas não co-existem. ____ Despertem! ____ Onde há Luz, não há trevas.
            Poderá alguém dizer: Jesus admitia que fôssemos pobres mortais; pois nos ensinou “... peça e ser-vos-á dado; batei e abrir-se-vos-á”. Mas eu digo que, se foi isto mesmo o que ele disse; se as traduções estão mesmo corretas, ainda assim não tenho duvidas de que ele não nos considerava miseráveis (pobres mortais). Mas sim, Ricos proprietários do Reino. O “pedir” a que Jesus pode ter se referido, não teria o significado de “solicitar o que não se tem”. Mas sim, “plantar as sementes que possuímos dentro de nós mesmos para multiplicar as nossas riquezas”. Peça Amor, plantando Amor. Peça que o mundo lhe seja justo, plantando a justiça. Peça com atos, com obras. A resposta é imediata; é pronto atendimento. Você não é herdeiro de Deus como afirmam. ____ Tu és a própria Herança, a própria Riqueza! Tua Vida é que é o próprio Reino!
            Por fim, devo dizer-lhe: Se você me entendeu, por favor, não me considere seu Mestre! Somos apenas viajantes na mesma estrada caminhando na mesma direção! Entretanto, se você me entendeu, com certeza, ressuscitarás!
(*) Solventes: soluções; cura; solvência; quitação.

16/12/2011

ONDE ENCONTRO A PAZ?

Silvio Marques

          Ainda que isso possa incomodar o raciocínio de alguns pensadores e missionários religiosos, não posso me furtar de transcrever, com muita humildade, parte do dialogo que tive com certo Elevado a respeito de Paz. É que eu chamo isto de “revelações”; mas quando se usa esta expressão, as concepções da maioria desses religiosos impõem muitas limitações. Sorte que estas limitações se estendem apenas até a fronteira de suas mentes e de seus seguidores.
Este que aqui sito como Elevado, em outras instancias chamo de Mestre. Porque não?
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Transcrição

            ____ Mestre, saudações! Eu gostaria de lhe falar sobre um tema fundamental em nossa vida! Em primeiro lugar quero lhe dizer que venho tendo a gratíssima sensação e a grande Benção de ter “descoberto” a Paz que a humanidade tanto procura! ____ Sinto até que eu poderia falar disto às pessoas e conduzi-las a encontrá-la também! Entretanto, gostaria que elas ouvissem de você a respeito deste tão essencial e almejado tesouro!____ Você poderia nos falar sobre a Paz? O que é? Como encontra-la?
____ Filho, muito já lhe falei sobre a paz nestes diálogos (*)! Mas tudo o que lhe falei foi baseado em meus conhecimentos e na sabedoria que me permeia!____ Nada, porem, é mais substancial e envolvente do que um autêntico testemunho de uma experiência vivida mais recentemente!____ Eles entenderiam melhor a você que é um testemunho vivo! Se aconteceu com você, pensarão eles... “Pode acontecer comigo também”. Aponte-lhes, pois, o caminho! ____ e disse____ A propósito! Seja bem vindo ao Paraíso, Querido!

Fiquei algum tempo refletindo.  Questionava-me como iria abordar este tema para as pessoas. Daí, lembrei-me que dias antes houvera falado com a minha esposa exatamente a respeito disto. ____ Como pude esquecer?

Então disse ao Mestre:

            ____ Mestre, dias atrás estive falando com minha esposa sobre este tema! Agora estou pensando que este dialogo, provocado por uma foto de jornal, pode ter sido obra da Providencia!____ Em linhas gerais eu havia dito assim para ela:
“Amor, eu sou um homem muito abençoado! Eu sou possuidor do tesouro mais almejado pela humanidade! Eu sinto tanta paz em mim, que as questões do dia a dia não me assustam! Muito menos me angustio com o que possa vir a acontecer! Nada, alias, me assusta! Venha o que vier que eu estou pronto para resolver! Esta é a sensação serena que tenho! Não se trata de uma sensação desafiadora! É uma sensação de muita segurança interior! Esta paz que eu sinto é como uma fortaleza”!

            E ela me disse, concordando, talvez displicentemente:

            ____ Eu também tenho muita paz!

            Mas o meu comentário a seguir certamente lhe fez pensar que devesse refletir mais sobre a paz que sentia.

            ____ Eu sei que você esta em paz, sim, Amorzinho! Mas não é desta paz que eu estou te falando! Não é de uma paz que depende do outro ou das circunstancias! Não é uma paz familiar ou de relacionamento! É paz que transcende tudo! Ou melhor; nem existe o “tudo”! Só existe a Paz!

            Lembro-me que, a partir daí, passei a falar como que discursando.

            ____ As pessoas pedem paz a todo instante; em todas as nações, em todas as culturas, em todos os tempos! Pedem explicitamente em grupos; individualmente consciente, ou até inconscientemente! Todo mundo procura a paz! ____ Mas, como é possível procurar o que não sabem reconhecer? ____ As pessoas procuram paz; mas sem saber direito o que ela (a Paz) é de fato! Pensam que paz é não ter problemas ou dificuldades! ____ Uma pessoa que não tem nada para resolver ou enfrentar, não quer dizer que esteja em paz! Este é, aliás, um poderoso vírus da depressão! Seria isso sinônimo de paz? ____ A paz já existe em nós desde o principio! O que encobre esta paz interior é, acima de tudo, o sentimento de culpa! ____ A violência urbana, a corrupção, as desigualdades, a falsidade da sociedade civilizada acabam por atrair para si o debito pela falta de paz das pessoas! Mas a paz verdadeira esta acima de tudo isto! A Paz permanece apesar disto! Esta é a grande diferença!

            Minha esposa só ouvia. As vezes eu pensava que ela houvesse adormecido. Mas mesmo assim eu prossegui.

            ____ Toda a humanidade esta apenas há um passo da Paz! E nem precisa sair do lugar para alcançá-la! Mas é fundamental que dêem este “passo”! ____ Gostaria de gritar ao mundo o quanto é próximo o Paraíso! ____ Lembro-me de Jesus dizendo aos seus discípulos: “O Reino de Deus esta próximo”. Infelizmente pensavam (e ainda pensam) que “próximo” se tratava do fator tempo. ____ Este tesouro tão cobiçado é tão simples de ser apropriado! A regra é tão simples! O passo é tão simples!____ A formula é esta: “Cada passo meu; cada ato meu; cada palavra ou pensamento tem de servir para edificar o outro e ao mundo como um todo.” Este é o “passo”! Esta é a minha formula!____ Não faço nada por obrigação de fazer! Não faço nada por educação ou responsabilidade! Não respeito as Leis pelas Leis! Tudo faço em nome de Deus! Por Deus! Para Deus! Tudo! ____ Este é o meu conselho!

            ____ Mas aí, Mestre, a minha esposa já dormia! Bem me lembro!

            Escrevi tanto que pensei que o longo silencio do Mestre pudesse ser um sinal de que ele houvera “ido embora” (ou adormecido também... rrsss). Mas ele estava ali. E disse-me, então:

            ____ Sim, Filho, este é um caminho muito simples! Se um abacate oferece ao mundo os nutrientes naturais que possui, ele será reconhecido como abacate! Assim como as cenouras, os legumes e os grãos! Se tentarem oferecer outras substancias que não são suas originariamente, serão, provavelmente, reconhecidos como uma coisa estranha, esquisita; ficarão irreconhecíveis! ____ Se um homem oferece amor em todos os seus atos, ele será reconhecido como uma manifestação de Deus! Homem Deus! Esta é a nossa Verdadeira Identidade! O Amor é a nossa verdadeira substancia!____ Querido, você vive nesta Paz porque você encontrou a sua Imagem Verdadeira; a sua Verdadeira Identidade! Parabéns! Seja bem vindo ao Céu!

            E eu, com muita emoção, não consegui nada mais escrever, então.

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          Este foi parte do dialogo que tive com aquele Elevado. Entretanto, algum tempo depois falando com alguns amigos a respeito disto, disse uma frase que, devo concordar, aparentemente tem a cara do “contra-senso”. Disse-lhes naquela oportunidade, com muita naturalidade e confiança:

          ____ Podemos ter paz em plena guerra! Qualquer guerra!        

          E os meus ouvintes, embora sem anunciar nenhuma palavra, deixaram muito claro em seus olhares que estavam clamando por melhores explicações.

          ____ Sim!____ prossegui____ Podemos ter paz em plena guerra! Podemos, por exemplo, estar no meio de um grande conflito, por obrigação de estar, por patriotismo, por questão de cidadania, etc. Mas isso não quer dizer que foi você que o construiu. Por isso você pode se manter em paz. Você deve até ficar muito orgulhoso disto.____ Dependendo das circunstancias do momento, ainda que você possa estar sentindo muito medo da morte, o seu sentimento de paz será maior.____ Mas para isto você devera ter chegado diante desse conflito em paz. Se você já não estiver em paz quando chegar diante dele, todos os seus outros infortúnios se juntarão a ele; e isto é que deve ser chamado: inferno.

 (*) Titulo de uma serie de diálogos (entre ele e eu), que, se publicado, chamar-se-á: Diálogos do Céu.

09/12/2011

Onde encontro o Céu?

Silvio Marques

Então, certa vez alguém me perguntou ____ Onde encontro este Céu de que você tanto fala? Ando muito a procura dele! Na verdade acho que é o que todo mundo procura, consciente ou inconscientemente!

E então lhe respondi ____ O Céu é Luz! É um estado de Espírito! Uma sensação de Graça! Uma espécie de Certeza, de Segurança! É interior, é dentro! Não é um lugar que você possa ir! Nem mesmo um “lugar que se possa procurar”! Ao contrario, é ele que deve te seguir! ____ Você também nem precisa desejar esse Céu! Ele já é seu; ele já lhe pertence desde o principio! Este Céu de que eu falo está implícito em seu existir! 
Se você deseja muito a luz, olhe para o sol durante um breve tempo! Haverá muita luz em suas vistas! ____ Entretanto, logo que você tentar olhar à sua volta, não conseguirá enxergar coisa alguma! Você estará ofuscado pela luz que está em você! Estará ofuscado porque esta luz não nasceu de você; ela não é você! Ela veio de fora e tomou você!
A questão não é buscar o Céu, buscar a Luz! Não se iluda! Observe que quanto mais você abrir os olhos para a luz (tanto os olhos físicos quanto o interesse pela luz) mais ofuscado você ficará! O “segredo” da iluminação é tão somente buscar não promover sombras em sua vida!
São as culpas, que projetam sombras! Nunca seja culpado pelo que é mal! Assim estará sempre na Graça!
O Céu de que eu falo é o Reino da Luz, o Reino de Deus! ____ Jesus disse outrora: “O Reino de Deus está próximo!” ____ Infelizmente, tanto os seus seguidores quanto os religiosos que o representam, entendem que a expressão “está próximo” refere-se ao fator tempo (está chegando... vai chegar???)! ____ Na verdade a citada expressão refere-se alegoricamente ao fator espaço! O Reino sempre esteve próximo de você! Se é que podemos dizer que “dentro” possa ser entendido como próximo!
Devemos, ainda, considerar, que a expressão “dentro” não se refere ao inverso de “fora”. Dentro, significa o seu existir; significa você, portanto! ____ Na minha existência está implícito o próprio Reino! Dê um grande salto na reflexão, e você entenderá isto!
São várias formas ilusórias que a humanidade tem de buscar “luz”! Quem busca fama, poder, prazeres, os vícios de uma forma geral, mostra desesperadas tentativas de projetar “luzes” em suas vidas! E se voce alcançar ou alcançou alguma dessas, voce será escravizado por elas! Qualquer uma delas! ____ Essas são luzes ilusórias que ofuscam as pessoas! Até mesmo as que conseguem alguma luz, em breve estarão no escuro absoluto! Porque a luz que vem de fora tem determinada autonomia! Um dia acabará!
O pior de tudo, a perda maior de tudo isso, é que a sua Luz Natural também se apagará por falta de uso! E ainda que a Misericordiosa Providência lhe ofereça eternamente a possibilidade de Ela ser acesa, voce não conseguirá facilmente reacendê-la; porque você não tem intimidade com Ela!

02/12/2011

O que é a Verdade?

Silvio Marques

Pelos tantos que vi por aí pregando, entendo baseado nesses exemplos, que são muitos os missionários que anunciam a Verdade como autênticos e, às vezes, competentes professores. E penso que seja a grande maioria.
Sejam rabinos, preletores, pastores ou sacerdotes, os religiosos anunciam a Verdade seguindo um roteiro daquilo que extraíram das suas respectivas fontes de consultas. E a isto se dá o nome de “doutrina”.
Entretanto, nem sempre, ou nem todos, conseguem reconhecer a Verdade quando estão diante dela. Se a Verdade tiver outro formato, outra idéia, outro mentor (principalmente) que não seja emanada da sua idéia religiosa, ela é rejeitada sem nem mesmo “ser aberto o pacote”. Mesmo porque, ainda que se preste a analisar até cuidadosamente; em razão de os seus princípios religiosos serem outros, não conseguirão apreender a essência exposta. Se não tiver a “cara” que os seus “olhos” conhecem, rejeitam-na. E a isto se dá o nome de “fundamentalismo”.
A Verdade viva, que é imutável e independe de doutrinas, só tem uma fonte e não está estabelecida em nenhum lugar de forma privativa ou exclusiva. Algumas organizações religiosas até pensam que detém a “patente”. Esta fonte é Deus. E em forma de Amor, Justiça e Leis, esta dentro de cada um de nós. _____ Graças dou!
Aquele que tem um coração verdadeiramente puro, ainda que não acerte nenhuma das perguntas de um determinado questionário elaborado para medir o seu conhecimento acerca da Verdade, não deve se sentir menor diante de Deus. E muito menos diante dos homens. Porque tudo se resume nisto: um coração puro.
O que importa o conhecimento; o que importa o pastor ou o discípulo, se não operarem o ensinamento? Sejamos, portanto, operários do Amor e da Justiça!
Não basta conhecer. Aquele ao qual lhe foi concedido conhecer, é porque foi escolhido para anunciar. Porém, mesmo não conhecendo basta vive-la. Basta viver a natureza divina, que é a nossa verdadeira essência, para que sejamos bem aventurados habitantes dos Céus.
A essência Divina é o Amor. Entretanto, não é imprescindível que se saiba disto. A Verdade é como o alimento material que alimenta o corpo. Não é preciso o corpo entender de nutrição para poder se alimentar e fortalecer-se. Basta comer. A necessidade do alimento, a fome, nos faz buscar esta provisão naturalmente. E eu quero dizer que a fome de felicidade em que o mundo vive, faria banquete todos os dias se as pessoas oferecessem mais Amor, simplesmente.
____ Ai desses “professores” quando não tiverem (ou não puderem) mais no que consultar! Terão perdido a “Luz”!
A Verdade deve ser vivida antes de ser anunciada. Vivida pelo menos numa profunda reflexão. Temos que anuncia-la como um testemunho vivido. Se não for assim, quem a ouvir fará uso dela como se estivesse tomado o nosso tesouro para si.___ Bom para eles!
Certa vez um religioso estava na porta do céu pelo lado de fora reverenciando a chegada dos novos espíritos que adentravam ao Paraíso. Nesse dia um de seus ex-discípulos que chegava, o reconheceu e perguntou:
____ Mestre, o senhor não vai entrar?
E esse mestre lhe disse:
____ Ainda não tenho permissão! Eu lhe ensinei, mas não pratiquei! Você praticou e por isso fez por merecer os céus! Eu, porém, só agora estou praticando para merecê-lo também!
Muitos “mestres” anunciam a Verdade (muitas vezes, inconscientemente) para mostrar para si mesmos que sabem; que são superiores. Estes devem fazer uma séria reflexão. Surpresos irão descobrir que ao invés de amor, tem alguma espécie de desprezo pelos que os ouvem.
Não devemos nos sentir superiores. Porque não somos mesmo. Qualquer sensação de superioridade é um desprezível sintoma de presunção e de falta de humildade. O auto-falante (a caixa de som) não é a verdadeira voz; por isso não deve ser louvado ou aplaudido. A voz também não é o fio condutor, e também não é o microfone. Porque o pastor deve pensar que é o grande elemento da questão, se nem é dono da própria voz? E o que dizer então da Verdade que anuncia? É ele o criador da Verdade? ____ Nós somos “auto-falantes de Deus”!
A propósito do titulo deste texto (O que é a Verdade?), ele parece não ter sido respondido no decorrer desta exposição. E o que o torna muito atraente é o fato de Jesus Cristo não ter respondido tal pergunta ao governador Pôncio Pilatos, conforme narrativa bíblica. Mas neste caso ele não o fez simplesmente porque sabia que devemos sempre observar três indispensáveis quesitos antes de anunciar a Verdade: a pessoa, o momento, o local. Naquela ocasião, nem o momento e, principalmente a pessoa, não se adequavam à ação. Porém eu lhes digo, em resumo, que a Verdade é o Bem. É nisto que se resume a Verdade Divina. E se te perguntarem o que é o Bem, diga-lhe que é o Amor e a Justiça. E, se não satisfeitos lhe perguntarem o que é o Amor e a Justiça; então lhe diga que isto é a Verdade. Mas se ainda voltarem ao principio perguntando-lhe: o que é a Verdade? Sejas então sábio e cala-te; pois você esta diante do histórico governador outra vez. São cheios da matéria, mas são pobres do espírito.
Muitos são os que ainda não tem amadurecimento para compreender a Verdade. Os mais imaturos são aqueles que vêem a morte como um fim. Esses terão surpresas. Entretanto, ainda que surpresos, não ficarão decepcionados. Afinal, se eles não têm nenhuma expectativa quanto à vida após a morte; não há do que se decepcionar. Decepção haverão de ter esses que pensam que Deus é propriedade particular de sua igreja e dos seus livros; e que pensam que eles têm lugar reservado nos céus porque falam em nome de Deus. A senha não esta na boca que anuncia, mas no coração puro de amor que pratica, reage e vive.
Mesmo que se anuncie a Verdade de forma equivocada, que se anuncie um deus ilusório ou incorreto; se a intenção ardente é a de iluminar o outro por crer no que crê, e age por instinto de Amor; tanto este quanto também o outro, porque crê também, estarão iluminados. Estes já alcançaram infalivelmente o Reino de Deus. Só o Amor salva. Só o Amor salva.
Amemos! Isto é Vida! Isto é, em resumo, a Verdade!

25/11/2011

O Macaco e o Jumento

Silvio Marques

Em certa floresta “num planeta distante", havia, entre outros tantos, um macaquinho muito espirituoso, atirado e esperto, que se chamava Cara. Como em todas as florestas, havia também animais das mais diversas espécies e peculiaridades. Sossegados elefantes, haviam; cobras traiçoeiras, haviam; aves operárias e também os bicho preguiça, haviam. Era um abundante mundo de características e diversidade.
Muitos desses animais, observando as suas respectivas características, com extremo sentimento de reverência à natureza e aos dons de Deus, cumpriam com abnegação e naturalidade as suas missões. Outros, porém, como o macaco Cara, nunca caminhavam nos trilhos da ordem, da justiça e principalmente do respeito e amor ao próximo. Só queriam levar vantagem em tudo e a qualquer preço. Só assim se sentiam “felizes” e vencedores. Seus valores eram: o dinheiro; a notoriedade; a beleza física; o patrimônio; os títulos; o conforto físico; enfim, tudo o que se resumisse em ostentação e prazer carnal.
Muitos desses “macacos” pensam mesmo assim: com a idéia de que “a lei é do mais esperto”, tentam atropelar, enganar e iludir os bons e honestos; não vendo nisto nenhum mal. E até se justificam. Afinal, eles não se acham mal sujeitos; não se acham mal caráter; os outros é que são burros, idiotas e otários.
A propósito, nesta floresta também habitava um jumento de nome Zé, que era muito explorado por esse tal Cara. Cumpria com presteza todos os serviços para os quais era contratado. Mas o tal macaco raramente cumpria o que havia sido combinado; sempre enganando e sendo injusto para com o Zé. Com outros animais da sua roda e da sua mesma ordem, ria e até ridicularizava o humilde jumento.
Certo dia, porém, um grande e inesperado incêndio tomou parte desta floresta, e muitos dos que nela habitavam pereceram juntos na fatalidade. Dentre eles estava o macaco Cara e, infelizmente, também o bom jumento Zé. E assim, juntos partiram para o mundo Espiritual.
Ao chegarem na ante-sala do citado mundo, se apresentaram na “Recepção” para receber o encaminhamento adequado para cada um, de acordo com o seu mérito acumulado. Curiosamente, na senha que forneceram ao humilde jumento, continha a inscrição: “Mundo dos Sábios”. O macaco quando viu aquilo não se conteve; sorriu sarcástica e convulsivamente rolando pelo chão. Entretanto, esgotado todo esse seu deleite voltou a atenção para o protocolo que lhe haviam reservado. Nele continha a inscrição: “Mundo dos jumentos”. Outro ataque de riso lhe sobreveio tamanho era o absurdo do equivoco segundo seu julgamento.
Mas eis que nesse momento, uma voz sentenciosa e formal vinda do Céu ouviu-se então no salão:
            ____ “Meu bom jumento! Vós, por sempre ter agido com extrema justiça, sereno amor e profunda humildade, acumulou vultosa riqueza no Reino dos Céus. Esse teu patrimônio é moeda corrente de real valor aqui nesse reino, e você adquiriu abundante paz, infinita felicidade e sublime descanso no confortável leito do Meu coração!” ____ e disse mais:
            ____ “Após viver esta farta e divina recreação; voltarás ao mundo terreno com extrema capacidade e sabedoria, para semear na face da terra todo o Meu amor e a Minha suprema justiça!”
E a voz, então, voltou-se para o Macaco.
            ____ “Quanto a você, Cara! O patrimônio que na terra acumulou não tem valor algum nos Shoppings dos Céus! As suas moedas não tem poder de compras nas Lojas do Paraíso! E os seus títulos e diplomas não lhe dão acesso nas Faculdades da Sabedoria! Todo o patrimônio que você acumulou tinha valor somente para dar prazeres ao teu corpo; mas que hoje jas no pó da terra! Você não acumulou boas reservas, porisso aqui és um miserável! Assim; após cumprir um longo estágio onde grande parte de sua inteligência será queimada; voltarás ao mundo terreno no corpo de um jumento, para trabalhar sem esperteza, e, por mais duro que seja, com muita determinação; pois que será para o seu próprio sustento e evolução!”____ e assim a voz silenciou e cada um foi conduzido ao seu devido local.
Pouco tempo depois, o macaco que ainda preservava grande parte de sua arrogância, ligou para o “celular espiritual” do Zé querendo saber onde ele se encontrava:
            ____ Zé, onde é que você foi parar? Nalguma vala fétida junto aos porcos e aos burros? _____ e gargalhou sarcasticamente.
            ____ Cara, eu estou muito bem! ____ respondeu-lhe serenamente Zé ____ Eu estou no paraíso dos justos! Aqui há muita paz e fartura! É um mundo de absoluta harmonia, onde todos se amam, se protegem, se ajudam! É um mundo de franca solidariedade! É o mundo do mais absoluto amor, onde o Pai sussurra a todo instante em nossos ouvidos a suave música da felicidade! E você, como está?
            ____ Eu também to bem, to bem!____ disse o folgado macaco____ Mas só quero saber porque você sofreu tanto na terra e agora goza neste paraíso? Será que é preciso sofrer para alcançar este céu?____ perguntou.
            ____ Na verdade, Cara, eu nada sofri! Os seus valores é que não te permitiam ver o quanto o meu mundo já era de grande paz mesmo na terra! No começo bem que sofri! Mas num belo dia, o Espirito Santo de Deus me enviou um anjo que me disse: “Zé, em outras vidas você acumulou muitos tesouros materiais iludindo os seus semelhantes e somando ganhos ilícitos. Hoje estais resgatando o teu mal”.  Somente aí é que fui entender a grande diferença que há entre “a esperteza” e “a Sabedoria”! Na verdade, Cara, o anjo me disse também que em outras vidas eu fui um macaco muito esperto!
            ____ Como é que é? ____ não conseguia ouvir direito o macaco que já era conduzido ao seu lugar ____... Eu não estou te ouvindo... estou passando num túnel... !... Ai, ai, ai, como isso aqui tá esquentando!

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Pos Scriptum: Não é somente após a morte do corpo que se sente o inferno queimando a alma. Todos aqueles que não observam em suas ações diárias os princípios do amor, da justiça, e da fraternidade se distanciam das suaves bênçãos do Pai, que são indispensáveis e preciosos bálsamos e amparos da alma. Porisso é que se diz que o pecado pesa na alma (na consciência). A sensação de bem estar que sentimos ao agir observando os dons de Deus, são estas instantâneas bênçãos. E, se multiplicadas, é o que chamamos: Felicidade. 

18/11/2011

VIVA SEM MEDO AS SUAS RESPOSTAS

Silvio Marques
Será que realmente acreditamos naquilo que afirmamos ser a nossa fé, o nosso Deus? Será que todos fazem profundas reflexões periódicas para avaliar esta crença?
Às vezes nos sentimos um tanto enfraquecidos na nossa fé, e consequentemente nos culpamos por isso; como se de fato fosse uma falha nossa, um descuido, alguma espécie de negligencia. Entretanto, isto pode ser claro sinal de que nossa alma esta clamando por evolução; por “novas revelações”, por visão de novas perspectivas espirituais. E isto é absolutamente normal para aqueles que não têm pré-conceitos ou bloqueios a respeito.
Muitas pessoas, normalmente por falta de uma reflexão mais profunda; vive uma fé de convencimento. Foram convencidas que deveriam assumir a teoria religiosa que lhe foi apresentada; na maioria das vezes em momentos de dor, carência ou outras dificuldades. Isto é o que chamo de Fé germinada nos ouvidos. Ela não é de fato uma convicção que vem do fundo da alma. Por isto mesmo não reflete o estagio espiritual da pessoa.
Também têm aqueles, “muitos aqueles”, que se abraça com o primeiro caminho religioso apresentado, como tábua de salvação, como um porto seguro. Considerando que estava meio perdido, se afogando, é natural que faça assim. Feliz é aquele que abraça um “caminho”. Mas nem por isso deve cegar, parar de pensar, de refletir. Observe sempre, reflita sempre se isto que te libertou “naquela oportunidade”, não o está escravizando agora. A receita do evoluir espiritual é: “prá cima e avante”. Avante sempre. Não tenha medo; siga em frente. Porto seguro é apenas para aqueles que não sabem navegar. Mas navegar é preciso.
O caminho para o evoluir infinito é seguir sempre na direção de suas “respostas”. Não das minhas; mas das suas respostas. Mesmo que a minha “resposta” lhe agrade, ela já não é mais minha resposta; mas sua. Não se trata de assumir a minha resposta ou a de outro qualquer. Quando alguma “resposta” ecoa em sua alma, é porque ela já estava em você. Portanto, ela não é mais uma teoria de alguém; é o que chamamos: despertar. E somente podemos despertar aquilo que já existia... Ainda que adormecido.
Jamais devemos (e nem podemos) cobrar que alguém assuma ou viva as nossas respostas. Não condicione o seu amor às suas repostas. Se você é “Bíblia” e o outro “Alcorão”; se um é das “Sutras” e outro é simplesmente de Deus, o amor doado não deve ser diferente. O amor é um entendimento só, em qualquer língua, credo ou cultura. Se não for assim, já não é amor. Poderá ser um sentimento condicionado por você, refletindo toda a sua presunção, preconceito ou ignorância.
E se ainda não sabe direito o que é amor... Ame simplesmente. Sentirás a resposta.

11/11/2011

Serão felizes os criminosos?

Silvio Marques                                            

Sem pensar muito qualquer pessoa responde que os criminosos, de qualquer espécie, não são pessoas felizes. Sem pensar.
De fato o crime e a Felicidade, na essência, não fazem parceria; não nasceram um para o outro. Esta sentença vem do profundo da alma. Por isso qualquer um responde, sem pensar, que criminoso não é feliz. Entretanto, se pensarem um pouco, logo lembram que um corrupto, por exemplo, pode desviar para suas posses milhares de dólares mensalmente e com isso concretizar muitos sonhos para si; materializar muitas conquistas de propriedades patrimoniais. E aí acabam admitindo que ele (o corrupto) é, sim, um felizardo que conseguiu realizar os seus sonhos.
Além disso, eles são, normalmente, pessoas muito consideradas na sociedade em que vivem e até invejados pelos periféricos. E assim multiplicam-se os afetos, e a sociedade vai se corrompendo cada vez mais, estimulada por estes “exemplos”.
Na verdade nenhum criminoso é feliz. Eles são, ao contrário do que eles mesmos podem pensar (ilusão) extremamente infelizes. Por isso “atuam” a vida de um personagem esperto, vencedor e poderoso, enganando-se que isto seja mesmo felicidade. Nem percebem que para manter essa falsa felicidade precisam ter prazeres sobre prazeres; gozo sobre gozo; comprar e acumular, para que esses “prazeres” circunstanciais não deixem espaços no seu íntimo para que a sua infelicidade latente se apresente. É por isso que todo ilícito quando é preso, adoece, desaba.
Quem já foi, ou é um criminoso, um fora da lei, pode testificar do que estou falando. É claro, não é preciso, necessariamente, ter sido um para compreender tudo isto.
Porém, não precisamos e nem devemos julgá-los e desejar que sejam punidos. Isto de alguma forma entristece a nossa alma, nos “amarra” na situação e nos faz sofrer também; o que corresponde a pagarmos, com o peso desse sofrimento, o resgate dos pecados que os outros cometeram. Ao contrario, abençoe-os e deixe tudo o mais por conta da Justiça.
É disto que eles carecem. Benção e perdão. Eles já se punem todos os dias pelo que fazem e pelo que são. Eles não conhecem a delícia que é a Verdadeira Felicidade. Não se dão esta oportunidade. Por mais prazeres e conquistas que atraiam para si, mais distantes ficam da Verdadeira Felicidade. Eles só compram e vivem ilusões. Vivem inconscientemente uma vida totalmente hedonista; iludidos que foram escolhidos pela graça.
Toda a riqueza deles é tesouro maldito cujo resgate, infalível, é de todos aqueles que dela se servirem.
O que não é abençoado é maldito. E mais maldito é aquele que oferece aos seus filhos os frutos de seu mau caráter. Porque desses frutos dos quais esses filhos se servirem, serão deles fortalecidos de maldição também.
Os filhos devem avaliar cuidadosamente a fonte dos tesouros de seus ancestrais. Se maldito, bem grande é o preço do resgate. E eles os pertencem também por herança.
Os verdadeiros tesouros, os quais eles não se esforçaram para conhecer, consequentemente também não puderam apresentar aos seus e deixar tais tesouros como legados. Não puderam porque com eles não formaram intimidade.
Assim é a Lei.

04/11/2011

OS MONSTRINHOS DA MINHA GERAÇÃO

Silvio Marques

Muitas crendices das gerações, minha, dos meus pais e demais antepassados, de certa forma imbecilizaram parte do nosso raciocínio e nos tolheram, em muito, a liberdade e a nossa essencial potencialidade. Deixaram-nos marcas na infância que possivelmente perduram ainda nos dias de hoje, e talvez fiquem para sempre.
      Com o objetivo de que não ficássemos descalços, por exemplo, lembro-me de que diziam com muita naturalidade que o “bicho de pé” entraria pelos nossos pés, iria subir e ficar andando lá dentro da gente. Sentia tanto pavor, que toda a vez que me lembrava disso sentia uma espécie de coceira por dentro. Era o forte poder da palavra agindo na minha mente.
        Não é que hoje as crianças sejam menos “babacas” do que eu fui outrora, e não mais estejam suscetíveis a isto. Acontece que nós, seus pais, já temos consciência dos efeitos do poder do que se fala e temos tido mais cuidado com o seu uso.
Para prevenir a saída das crianças para a rua, principalmente à noite; ato que tirava o sossego dos pais e avós, eles anunciavam horrendas criaturas imaginárias e as “colocavam” de plantão nos portões das nossas casas. Nos aprisionavam assim, dentro do nosso próprio medo.
Levei anos para encontrar um meio de me livrar da “mula sem cabeça”. Certo dia o meu medo deu trégua e tive a coragem de pensar nela (na mula). Descobri, na minha santa e pura ingenuidade que: “... se a mula não tem cabeça, ela não tem olhos para me ver. Então, se ela corresse atrás de mim, bastaria eu correr e virar na esquina que ela iria passar direto”. É claro que esta conclusão me trouxe muito conforto. Em compensação, acho que até hoje meu inconsciente luta sutilmente para se livrar do “boi da cara preta”.
        Não estou de forma alguma criticando os nossos pais. Atrás desta ação havia um imenso amor e sentimento de proteção. Não obstante, por estes justificáveis equívocos, muitos dos nossos medos atuais são reflexos desses “monstrinhos” que estão registrados no nosso inconsciente. Muitos deles (nossos medos) são descendentes da mula sem cabeça, do boi da cara preta e outros mais. Felizmente o “saci pererê e a cuca” foram desmascarados pelas “Aventuras do Sitio do Pica Pau Amarelo” veiculadas na televisão. A propósito, somente através deste programa é que tomei conhecimento de que a “cuca” era um jacaré. Eu pensava que ela fosse um imenso dragão.  Naturalmente.  Quanto maior o medo, maior é o bicho papão.
Quando eu ouvia a minha mãe ninar os meus irmãozinhos mais novos cantando: “nãna, neném, que a cuca vem pegar...”, eu pensava desconfiado: Se fosse você, neném, eu ficava bem acordado!
       Entretanto, penso que é muito mais fácil desmascararmos estes maléficos bichos papões, do que nos livrarmos de certas sentenças dos nossos pais, mestres e outros; quando afirmam, por exemplo: “Você ficou reprovado porque é burro!” “Você não conseguiu vencer porque é fraco!” Este “dragão”, com certeza, é muito mais difícil vencer.
          Aconselho, portanto, aos Pais:
Cuidado! Hoje não se acreditam mais em bichos papões! Mas suas palavras podem ainda se tornar um imenso dragão na vida de seus filhos!

OOOOOO

PS : Se dissermos aos nossos filhos, servidores, ou outra pessoa qualquer que ele é um burro; estamos chamando Deus de burro; porque seria Ele quem teria feito uma pessoa desprovida de capacidade. Na verdade, somos todos Filhos de Deus com infinita capacidade.

28/10/2011

Como tornar a mente mais serena

OS ALIMENTOS DA MENTE
 Silvio Marques

A Vida (o nosso existir), apesar de sua absoluta independência, para ser vivida satisfatoriamente no dia a dia deve ser “alimentada” com substancias adequadas. Ao afirmamos que a Vida é independente, e ao mesmo tempo condiciona-la a uma boa “alimentação” (tal qual o corpo carnal) parece um contra-senso. Explico: A Vida (o existir), mal ou bem vivida, segue o seu curso infinito independentemente de corpos, de estágios, de mundos ou de sensações.
A expressão Vida focada aqui neste texto, não se trata da vida humana, da vida do corpo carnal. Refiro-me ao “existir” eterno. E que, portanto, mal ou bem alimentada emocionalmente segue seu curso rumo ao eterno.
Com relação a nossa alimentação humana, corporal; entendemos que ninguém aceita se alimentar de comidas estragadas ou ruins. Estas, se ingeridas, além de não nos fazer nenhum bem, pode nos causar muitos males. Entretanto, não corremos facilmente o risco de ingerirmos alimentos estragados inadvertidamente, porque: além de os seus aspectos normalmente apresentarem características visivelmente anormais, o que providencialmente nos causa repulsa; os seus desagradáveis odores também denunciam a suas más condições. Fisicamente, portanto, estamos protegidos de ingerir alimentos estragados. Os nossos cinco sentidos podem denunciá-los facilmente. Ou seja, estamos todos aptos a desqualificá-los.
A nossa mente, entretanto, não é constituída de tantos guardiões assim para filtrar às sensações e descartar as “estragadas”. Somente um consciente devidamente preparado e atento pode nos guardar de “ingerir” tais sensações “indigestas”.
O subconsciente é como se fosse o estomago da ceia das sensações. Mas ele também não tem sentidos para apurar o que recebe. Não tem prerrogativas. Ele incondicionalmente recebe, “cataloga” e guarda; para que no momento necessário seja recolhido pelos instintos e utilizados numa determinada ação (ou reação). O subconsciente é, podemos dizer, um simples deposito.
Também com relação ao nosso alimento físico ocorre algo semelhante. A substância boa que o nosso organismo corporal recebe, transforma-se em energia boa para que no momento necessário seja utilizada pelo corpo para manifestar uma determinada ação (ou reação). Se esses alimentos, porém, forem de má qualidade (ou estragados) não haveremos de ter bem nutrido o nosso corpo. Consequentemente apresentaremos aspectos de fraqueza, de incapacidade ou doenças.
Muitas coisas neste nosso mundo as quais denominamos de fontes de informação, de educação ou entretenimento, podem ser grandes fontes de “alimentos mentais estragados ou de má qualidade”. Filmes, novelas, reportagens, revistas, livros, jornais, etc. Tudo o que produz sensações são muitas vezes essas potenciais fontes.
Alguma pessoa pode até ponderar: ____ “Mesmo que um determinado filme seja muito violento; mesmo que nos capítulos de uma novela haja muita maldade, muita crueldade e injustiças; sabemos que tudo aquilo é pura ficção; por isso não nos faz mal algum”. ____ Mas este é um grande e perigoso equivoco dessas pessoas. De fato o consciente “sabe” que aquilo tudo é pura ficção. Não obstante, as sensações vividas por quem as assiste são reais, são verdadeiras. Portanto, podem fazer muito mal, sim.
Algumas pessoas chegam a sentir ódio explícito ou tristezas afloradas em conseqüência de ter acompanhado tais ficções.
O registro emocional é igual para todos que se envolvem na trama: tanto os fictícios personagens quanto a platéia, e muitas vezes até os atores. E esses registros são “catalogados” como insatisfação, como dor mental, como sensação de infelicidade própria da pessoa. A diferença é que as sensações dos personagens é puramente fictícia, mas as da platéia e dos atores, não.
Por isso é prudente e aconselhável que selecionemos cuidadosamente as nossas fontes de informações culturais, educacionais e de entretenimentos. É bom que selecionemos para ler ou assistir, coisas mais substanciosas para a Vida. Algo que nos instrua; que nos aprimore; que nos enriqueça; que nos fortaleça o espírito. Não havendo este cuidado corremos risco de sentirmos inexplicáveis sensações de tristeza, de insatisfações, nos julgarmos pessoas infelizes, e até cair em depressão.
As pessoas tem sido capaz de trocar uma deliciosa e substancial jarra de suco natural de fruta, por uma espumante caneca de cerveja ou de coca-cola. O primeiro, bem sabemos, alimenta, abastece, fortalece, é inerente à vida humana. Os outros não. Assim também fazem com relação aos entretenimentos. Deixam de assistir substanciais documentários ou informativos; mas, por nada no mundo perdem um efêmero capitulo de novela ou, pior ainda, esses imorais e insubstancias reality show.
Desejo que tenham boas “digestões”!

24/10/2011

A Vida de um tal Ferreiro

Silvio Marques
Certo dia recebi uma mensagem via e-mail, cuja mensagem expunha uma situação vivenciada por um certo ferreiro. Em linhas gerais a questão era a seguinte: (transcrição)
       
Certo ferreiro, após uma juventude cheia de excessos, resolveu entregar a sua alma para Deus.
Passou a trabalhar com dedicação e praticando a caridade. Mas, apesar de toda tal dedicação empreendida, nada parecia dar certo na sua vida. Pelo contrario, seus problemas e dividas só acumulavam cada vez mais.
Um belo dia, um amigo que se compadecia de sua situação, comentou:
     ____ É realmente estranho que, justamente depois que você resolveu se tornar um homem temente a Deus, sua vida começou a piorar! Não desejo enfraquecer a sua fé, mas, apesar de toda a sua “crença no mundo espiritual”, nada tem melhorado!
        Então o ferreiro respondeu:
                  ____ Eu recebo nesta oficina o aço ainda não trabalhado, e preciso transformá-lo em espadas! Você sabe como isto é feito?____ e explicou para o amigo:
       ____ Primeiro eu aqueço o aço num calor infernal até que fique vermelho (incandescente)! Em seguida, sem piedade, dou-lhe golpes fortes com marreta até que a peça toma a forma desejada. Daí, mergulho-a em água fria enquanto a peça estala e grita por causa da súbita mudança de temperatura! Repito este processo varias vezes até conseguir uma espada perfeita!____ e continuou:
       ____ As vezes a peça não agüenta este processo, não conseguindo se transformar numa boa lamina! Então, eu simplesmente jogo fora no ferro velho!____ e encerrando, disse:
             ____ Sei que Deus esta me colocando no fogo das aflições! Tenho aceitado as marteladas que a vida me dá! Mas, a única coisa que peço é: “Meu Deus, não desista até que eu consiga tomar a forma que o senhor espera de mim! Tente o quanto quiser, mas jamais me coloque no ferro velho das almas”!
*************
Seria um belo enredo para filmes e novelas. Emociona, cativa a atenção, pois faz muito sentido para as pessoas que tem este conceito de Deus. Como se Ele fosse um exímio produtor de almas manufaturadas.
Nós não somos como o aço, que, após um rigoroso processo de sacrifícios iremos nos transformar em magníficas espadas. Nós somos a própria Imagem e Semelhança do Divino. Esta é que é a nossa Magnífica “forma”, desde o principio.
Nesta historinha é dito que o ferreiro “resolveu entregar a sua alma para Deus”. Entretanto, para desmistificar estas coisas, é bom lembrar que um individuo só pode entregar, algo que ele possa se desfazer ou que tenha em abundancia. Além disto, é preciso que haja alguém que possa recebê-lo. A nossa alma não é algo que possamos entregar, porque “ela” não nos pertence, e nem pertence a ninguém. Na verdade nós somos a própria alma a qual nos referimos. Ninguém tem uma alma alem de si mesmo. E Deus não é alguém que possa recebê-la. Verdadeiramente a minha alma (que sou o eu) e Deus somos uma só existência. Se a expressão “entregar a alma para Deus” significa entrar no Caminho de Deus, voltar-se para Deus, agir com sentimento de Deus, o propósito estará correto. Mas, não se anule.
Deus não “forja” a forma de ninguém. Deus não bate (dá marteladas) em ninguém para que tome forma alguma, ou novo caminho. As aflições e desgraças daquele ferreiro não eram sinas da presença de Deus forjando o seu destino; ao contrario, estes são claríssimos sinais da ausência D’Ele. Porisso a vida dele só piorou.
A vida dele só piorou, porque ele teve como objetivo principal a melhora de sua própria condição de vida. Foi com esta intenção que ele passou a agir de forma digna e prestativa. E o nome disto não é amor, é comercio.
A “ordem”: dá e receberas, não é uma ação comercial. A ordem não é dá para receber. O receber é uma conseqüência implícita do dar: se semeia, colhe; se der amor, recebera amor e até muito mais. Entretanto, se der amor por necessidade de recebê-lo, estará, antes de tudo, semeando miséria, carência.
Voltando a historia do ferreiro: Nunca pense que Deus possa abandonar uma alma no ferro velho. A criação divina não é um experimento. Não existem sobras, nem aparas, nem retalhos ou almas descartáveis.
Se você “der” a sua alma para Deus você só estará se anulando. Ao invés disso, para ser mais substancioso e aproveitável “pegue a alma de Deus”, viva você a Alma divina.
O ferreiro já havia despertado para uma vida magnífica quando passou a viver dignamente, conforme narrado. Ele só não viu isso porque estava esperando pelo “pagamento” das suas boas ações. E, quem sabe, deve estar até hoje sofrendo as aflições, esperando resignadamente (e eu digo: equivocadamente) pela compensação, pelo “pagamento”. O pagamento jamais virá depois; como num pacote; como numa caixa; como num breve momento ou determinado dia. Quando a “conversão” é sincera, as ações de amor já têm cheiro de Céu. O “pagamento” é a vista; no ato das ações de Amor sentimos o “Cheiro do Céu”. É por isto que Jesus disse que o Paraíso esta próximo.

21/10/2011

Permitam me apresentar?

Silvio Marques
Eu sou o que sou. Sem configurações religiosas. Ainda que tenha participado de algumas doutrinas, lido alguns mestres, e por isto possa ter tido alguma influência; hoje não tenho um mestre em especial. Todos foram degraus de evolução natural. Foram clarins que fizeram despertar o que já havia em mim.
Poderia dizer, por isto, que seja como a Alfa e a Omega de mim mesmo. Mas também não sou. Ninguém é. A Vida e a Verdade não têm principio nem fim. Há quem diga que Deus é o principio, e até o fim. Mas isso é tão somente um descanso mental. Quando acharmos um possível começo, ou imaginarmos um possível fim; nada teremos encontrado; a não ser o circunstancial encontro com o nosso próprio limite.  E que importa? Apenas será o sinal de que nos estabelecemos satisfeitos (ou cansados) nesta infinita “ponte” que a Vida é. Mas, como bem disse J.J.Benitez (Operação Cavalo de Tróia – vol.1 pag.126 - Editora Mercuryo) “ ...a ponte não foi feito para que alguém se estabeleça”. É preciso avançar sempre; ou este alguém ficara debruçado nela, fazendo barganhas com seus deuses e santos.
 O autor acima citado se referiu à ponte como sendo a nossa vida humana, o nosso existir. Eu, porém, refiro-me à Vida Eterna.
Mas, seguindo em frente nesta infinita caminhada, estejam alerta: Do outro lado da ponte não haverá nenhum deus te esperando para te abraçar e consolar. Não haverá nenhum paraíso prometido. Você nem mesmo encontrara o seu Eu Verdadeiro; o Self. Simplesmente porque não existe o outro lado. A Vida é um eterno “ir”; a Ponte é infinita. Não há fim, não há “descanso”.
Abra o teu coração e olhe para dentro, agora. Caminhe no Amor. Assim você estará vivendo com Deus no caminho. Terá tido, enfim, o majestoso encontro consigo mesmo; o Eu Verdadeiro que já “mora”, agora, no Reino Prometido. E entendera, ainda, exultante, que moras neste Reino não por opção, não por tê-lo encontrado; mas, por origem. Ele sempre esteve em você.
A Vida é o agora. O futuro é um sonho e o passado uma lembrança. Mas é preciso fazer o seu espírito nascer (renascer). No momento só o teu corpo nasceu e vive. Mas o corpo não é nada. Um dia nada dele será aproveitado, por mais belo e saudável que seja. E então você percebera que o seu espírito está atrofiado; quase nada acrescentou; quase nada emergiu, e irradia muito pouca luz. E assim você se verá em trevas.
Hoje, observe, somente o teu C.P.F (Cadastro de Pessoa Física) possui alguma coisa. E mesmo assim, como você não poderá carregar estes valores consigo, verá surpreso, que tudo o que você pensava ter, era só um empréstimo. Até mesmo o CPF. E assim será também com seus filhos. Produza para eles heranças mais substanciais e eternas.
Observe: nem mesmo hoje, ainda aqui nesta vida, você consegue carregar o teu patrimônio consigo o tempo todo! Quando você viaja a sua casa só pertence ao teu CPF. Quando você dorme o seu carro só pertence ao teu CPF. Você só é dono quando usa.

Sim! Eu não tenho diplomas para me apresentar e, substanciado por eles convencer-lhes de tudo isto que venho lhe dizendo.  Mas não é preciso. Não estou me apresentando como seu mestre. Entretanto, se o preconceito não te cegar e você me entender; aceite os meus sinceros cumprimentos. Somos felizes viajantes no mesmo estagio da “ponte”.
É isto que eu Sou! Esta é a riqueza que eu possuo e uso.


           Saudações Celestiais!
                   Silvio

14/10/2011

Uma Questão de Fé

Silvio Marques

No dia 21 de agosto de 2005, domingo, no programa “Fantástico”, da Rede Globo de Televisão; foi veiculada uma matéria a respeito de uma experiência sobre auto-sugestão.
Os experimentadores aplicavam pequenos impulsos elétricos em alguns voluntários, os quais sentiam essas descargas de acordo com o que lhes foi sugerido. Entretanto, os impulsos eram exatamente da mesma intensidade.
Os voluntários haviam sido divididos em dois grupos. Cada grupo recebeu um tipo de comprimido colorido e adocicado. A um deles foi ministratado os comprimidos de cor amarela, e lhes foi informado que estes teriam a função de amenizar o choque. Ao outro forneceram comprimidos de cor marrom, que teria a função de, ao contrário, intensificar a sensação do choque. Porém, os voluntários não sabiam, mas esses comprimidos eram na verdade, apenas uma mistura de açúcar, farinha, e seus respectivos corantes.
O universo humano é a materialização do universo mental. É, conforme você crê. Teria na experiência acima alguma diferença com o que Jesus Cristo disse quando afirmou “Seja-te conforme credes”? Haveria alguma diferença, também, com o que disse Sakiamuni Buda ao anunciar ao mundo “Tudo é projeção de sua mente”? Ou será que foram os dois quem interferiram no experimento acima?___ Acho que não! Penso que ambos tem mais o que fazer.
A sensação de dor forte ou fraca foi uma reação natural de cada um dos voluntários, de acordo com sua sincera expectativa, considerando o que lhes foi informado. Assim, podemos então afirmar que a sensação de cada um foi de acordo com sua crença; de acordo com que eles acreditavam que fosse. Um dos grupos assumiu como verdade absoluta a idéia de que o comprimido amarelo atuaria como um “amortecedor”; na mesma proporção de fé em que o outro concebeu a idéia de que o comprimido de cor marrom intensificaria a potencia, sendo bem maior o choque elétrico. Consequentemente o que se viu na tela foi que os voluntários do grupo que ingeriu os comprimidos amarelos, ao receberem a descarga reagiram apresentando um leve estremecimento, e a seguir, sorriam graciosamente. Os voluntários do outro grupo, entretanto, davam gritos, faziam caretas, se contorciam, e só sorriam algum tempo depois quando se sentiam aliviados.
Isto me fez lembrar aquele velho truque que os professores que ensinam a andar de bicicletas utilizam para nos encorajar. Eles afirmam categoricamente que estão segurando a bicicleta enquanto pedalamos. Sentindo-se seguros anulamos o medo de cair. Sem medo de cair, pedalamos confiantemente. E é pela ação deste impulso que naturalmente o equilíbrio se faz presente. O que se precisa, portanto, é fé e ação. Para que tudo nos aconteça favoravelmente é preciso apenas confiar e promover o primeiro movimento.
É assim que se materializam os nossos pensamentos. Precisamos acreditar que estamos sempre protegidos, sempre orientados por uma sabedoria suprema, e assim, com fé, darmos impulso aos nossos projetos. A verdade anunciada por Jesus, falando em nome de Deus que diz “Faça que te ajudarei”, vem confirmar tudo isto.
A bem da verdade, se observarmos com um pouco mais de atenção concluiremos que Deus já fez a parte Dele. Por isso se diz que “Tudo já foi dado”. Somos herdeiros de todas essas coisas.
No exemplo do aprendizado de andar de bicicletas, precisamos apenas por o veículo em movimento. O equilíbrio conseqüente Deus já concedeu desde o “inicio” dos tempos. Para que tudo se concretize precisamos apenas fazer a nossa parte. O sucesso comprovará a nossa fé; na mesma proporção em que o insucesso comprovará a nossa desconfiança, a nossa insegurança. Ou seja, a falta de fé.
Deus está a todo instante ”segurando nossa bicicleta”... E nunca esta fingindo.
Creia!

10/10/2011

Visualizar somente O Bem

Silvio Marques

A base de toda a existência é o pensamento, a mente, o verbo. Só se manifesta em nossa vida aquilo que reconhecemos. E o que pode reconhecer todas as “coisas” do existencial é tão somente o pensamento. Se olharmos para um sofá vazio, naturalmente reconheceremos que ali naquele sofá não há a presença de ninguém. É o nosso pensamento quem reconhece e autentica a ausência de um alguém. Entretanto, pelo ponto de vista daquela “pessoa que não existe” no citado sofá, nós também não existimos. Não existimos para “ela” porque falta-lhe o pensamento para reconhecer nossa existência. O que existe, portanto, é o pensamento, a idéia. No Gênesis denomina-se “Verbo”... “que se fez carne (manifestou presença, materializou-se) e habitou entre nós”. Infelizmente os religiosos afirmam, equivocadamente, ser esta apenas o aparecimento do Cristo.

Assim sendo, tendo o pensamento como o fator determinante do existir; se em qualquer situação utilizarmo-nos deste misericordioso dom, e somente recolhermos (reconhecermos) os elementos que encerram o Bem, nossa vida será sempre preenchida com abundância de paz. Jesus disse: “Seja-te feito conforme credes!” Ou seja: ...  “será conforme reconheceres!”

Até mesmo nas circunstâncias mais dramáticas, dolorosas ou constrangedoras podemos recolher elementos substanciosos de Bem. Mas acontece que, ao contrário do que deveria, temos comumente o mal hábito de nos ater, de registrar, de nos fixar somente nos elementos negativos de uma situação. Por exemplo: se alguém nos ofende, nos fere moralmente; a reação que nos salta aos sentidos é a de querer enfrentá-lo como a um odioso e irremediável inimigo. Pensando bem, quem impõe esta reação é o sentimento chamado orgulho, e que infelizmente habita o coração da grande maioria. Este sentimento parece ser o guardião da honra e da moral. Mas na verdade não passa de um “grosseiro impetuoso” que conduz as pessoas aos conflitos. A propósito, quem tem honra e moral alicerçados na justiça e no amor, normalmente não se conflitam com ninguém. Não se conflitam porque a própria austeridade descarta a presença de um orgulho guardião e defensor. Essas pessoas tem serenidade, humildade e convicção. Não obstante, diante de tal situação de conflito devemos seguir a orientação de Cristo quando disse: “Daí o outro lado da face”. O outro “lado da face” a que ele se refere (para esse caso) e que se contrapõe à ofensa, é a face do amor. Portanto quando alguém lhe ofender, ore por ela, perdoe, tenha compreensão. Isto é dar o outro lado da face e é recolher elementos de Bem. Sei que não é fácil, mas é o mais recomendável para quem quer plantar boas sementes e colher o bem.

Todas as situações são fartas oportunidades de absorção dos elementos substanciosos de Bem. Transcender a ofensa é transcender o mal. Orar pelo ofensor (“inimigo”) é exercitar o amor e colher dos seus bons frutos.

O homem tem sede de coisas boas, tem sede do que é bom, do que é melhor porque a sua origem é divina. A nossa origem é o que há de melhor. Na essência, na origem, no âmago de nosso ser existe o que há de melhor, mais puro e autentico. Entretanto, muitos são os sentimentos ilusórios de valores mundanos que se contrapõe ao sentimento natural; porisso perdemos a liberdade e autoridade por Deus legada e “somos expulsos do paraíso” (vide Gênesis). Com esse distanciamento de Deus (A origem) viveremos em razão disso, algemados às dúvidas, às desconfianças e incertezas. Mesmo num riacho de águas cristalinas, algumas pessoas, ainda que extremamente sedentas, não matam a sua sede porque olham desconfiadas para a lama que está no fundo de seu leito e sentem alguma repulsa. Ora! A lama no fundo está tão visível exatamente porque a água é cristalina. Ela, a lama, está ali porque tem a sua razão de estar. Mas o que importa mesmo para quem tem sede é a água pura, a água da vida que corre abundante e límpida acima de toda lama.

Visualizar somente o Bem é beber da água cristalina sem se importar com a lama do “rio”. As lições do dia a dia são compostas de “água e de lama”. Com a mente (o pensamento) sábia, justa e amorosa podemos filtrá-las, separá-las ou transcende-las e recolher o que há de melhor para o nosso aprimoramento e vivência feliz.

“Visualizar somente o Bem”. Eis a chave do paraíso.

Importantes informações

  Nota de agradecimento e importantes informações aos Leitores e                              seguidores deste Blog em todo o planeta. Ess...