OS ALIMENTOS DA MENTE
A Vida (o nosso existir), apesar de sua absoluta independência, para ser vivida satisfatoriamente no dia a dia deve ser “alimentada” com substancias adequadas. Ao afirmamos que a Vida é independente, e ao mesmo tempo condiciona-la a uma boa “alimentação” (tal qual o corpo carnal) parece um contra-senso. Explico: A Vida (o existir), mal ou bem vivida, segue o seu curso infinito independentemente de corpos, de estágios, de mundos ou de sensações.
A expressão Vida focada aqui neste texto, não se trata da vida humana, da vida do corpo carnal. Refiro-me ao “existir” eterno. E que, portanto, mal ou bem alimentada emocionalmente segue seu curso rumo ao eterno.
Com relação a nossa alimentação humana, corporal; entendemos que ninguém aceita se alimentar de comidas estragadas ou ruins. Estas, se ingeridas, além de não nos fazer nenhum bem, pode nos causar muitos males. Entretanto, não corremos facilmente o risco de ingerirmos alimentos estragados inadvertidamente, porque: além de os seus aspectos normalmente apresentarem características visivelmente anormais, o que providencialmente nos causa repulsa; os seus desagradáveis odores também denunciam a suas más condições. Fisicamente, portanto, estamos protegidos de ingerir alimentos estragados. Os nossos cinco sentidos podem denunciá-los facilmente. Ou seja, estamos todos aptos a desqualificá-los.
A nossa mente, entretanto, não é constituída de tantos guardiões assim para filtrar às sensações e descartar as “estragadas”. Somente um consciente devidamente preparado e atento pode nos guardar de “ingerir” tais sensações “indigestas”.
O subconsciente é como se fosse o estomago da ceia das sensações. Mas ele também não tem sentidos para apurar o que recebe. Não tem prerrogativas. Ele incondicionalmente recebe, “cataloga” e guarda; para que no momento necessário seja recolhido pelos instintos e utilizados numa determinada ação (ou reação). O subconsciente é, podemos dizer, um simples deposito.
Também com relação ao nosso alimento físico ocorre algo semelhante. A substância boa que o nosso organismo corporal recebe, transforma-se em energia boa para que no momento necessário seja utilizada pelo corpo para manifestar uma determinada ação (ou reação). Se esses alimentos, porém, forem de má qualidade (ou estragados) não haveremos de ter bem nutrido o nosso corpo. Consequentemente apresentaremos aspectos de fraqueza, de incapacidade ou doenças.
Muitas coisas neste nosso mundo as quais denominamos de fontes de informação, de educação ou entretenimento, podem ser grandes fontes de “alimentos mentais estragados ou de má qualidade”. Filmes, novelas, reportagens, revistas, livros, jornais, etc. Tudo o que produz sensações são muitas vezes essas potenciais fontes.
Alguma pessoa pode até ponderar: ____ “Mesmo que um determinado filme seja muito violento; mesmo que nos capítulos de uma novela haja muita maldade, muita crueldade e injustiças; sabemos que tudo aquilo é pura ficção; por isso não nos faz mal algum”. ____ Mas este é um grande e perigoso equivoco dessas pessoas. De fato o consciente “sabe” que aquilo tudo é pura ficção. Não obstante, as sensações vividas por quem as assiste são reais, são verdadeiras. Portanto, podem fazer muito mal, sim.
Algumas pessoas chegam a sentir ódio explícito ou tristezas afloradas em conseqüência de ter acompanhado tais ficções.
O registro emocional é igual para todos que se envolvem na trama: tanto os fictícios personagens quanto a platéia, e muitas vezes até os atores. E esses registros são “catalogados” como insatisfação, como dor mental, como sensação de infelicidade própria da pessoa. A diferença é que as sensações dos personagens é puramente fictícia, mas as da platéia e dos atores, não.
Por isso é prudente e aconselhável que selecionemos cuidadosamente as nossas fontes de informações culturais, educacionais e de entretenimentos. É bom que selecionemos para ler ou assistir, coisas mais substanciosas para a Vida. Algo que nos instrua; que nos aprimore; que nos enriqueça; que nos fortaleça o espírito. Não havendo este cuidado corremos risco de sentirmos inexplicáveis sensações de tristeza, de insatisfações, nos julgarmos pessoas infelizes, e até cair em depressão.
As pessoas tem sido capaz de trocar uma deliciosa e substancial jarra de suco natural de fruta, por uma espumante caneca de cerveja ou de coca-cola. O primeiro, bem sabemos, alimenta, abastece, fortalece, é inerente à vida humana. Os outros não. Assim também fazem com relação aos entretenimentos. Deixam de assistir substanciais documentários ou informativos; mas, por nada no mundo perdem um efêmero capitulo de novela ou, pior ainda, esses imorais e insubstancias reality show.
Desejo que tenham boas “digestões”!
Nenhum comentário:
Postar um comentário