Deus é Verbo
ou sujeito?
Silvio Marques
Em análise
sintática, o sujeito é um dos termos essenciais da oração,
responsável por realizar ou sofrer uma
ação ou estado.
Verbo é
toda palavra que encerra ideia de ação ou estado. A palavra verbo vem do latim verbum,
que significa palavra. (Origem: Wikipédia, a
enciclopédia livre).
A
expressão criação expõe a ideia de uma ação. A expressão existência expõe a
ideia de um estado de coisa. Conforme definição acima referente à expressão sujeito (aquele que realiza ou sofre
uma ação) fica parecendo que para que haja a criação, e posteriormente a existência
do que foi criado, imperiosamente tem de existir um sujeito: O sujeito que criou; o artífice da obra; o criador. Também
a palavra verbo (palavra que encerra ideia de ação ou estado)
parece impor as mesmas necessidades.
Entendo que gramaticalmente falando
tem de ser assim. Conforme a mesma fonte (e também segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira - NGB)... ainda que haja
vários tipos de sujeitos, ele pode ser classificado
em: simples, composto, indeterminado,
desinencial ou implícito e inexistente.
Nesse último caso, temos o que se convencionou chamar de oração sem sujeito.
Quando falamos da criação do
mundo, da existência da Vida como um todo, e que elegemos Deus como sujeito da criação, se dedicarmos
especial atenção poderemos observar que estamos apenas adequando a oração à
gramática.
Deus É Verbo (palavra
espiritual), mas não é sujeito. É
por isto que a pergunta nunca deveria ser: Quem é Deus; mas sim: O que É Deus. Ele não criou (e nem cria)
nada como sujeito. Deus É a criação espiritual de tudo. A Ideia do "existir”
É Deus. E neste caso, quem cria e também o que foi criado não é um sujeito, É o
Verbo espiritual.
Qualquer sujeito pode ter adjetivos; Deus, não. Algumas pessoas dizem
adjetivos relativos “à pessoa” Deus, tais como: “Deus é amoroso; Deus é
misericordioso”. Observe que estes adjetivos É o próprio Deus: Deus É Amor e
Misericórdia. A frase “Deus é fiel”, por exemplo, (que tanto vemos afixados em
automóveis por aí) deveria ser usada apenas como força de expressão. Se
observarmos com mais atenção, se esmiuçarmos a questão, veremos que se trata de
um pleonasmo. Que sentido tem em dizer que A Fidelidade é fiel; ou que O Amor é
amoroso; ou que A Misericórdia é misericordiosa?
Este conceito, esta ideia de
que Deus é um sujeito é que faz muita confusão na cabeça de muita gente. E foi
esta “necessidade conceitual” que fez com que milhares de pessoas elegessem homens
que nasceram aqui neste mundo, como supremo Deus. E, por outro lado, muitos
outros se dizem descrente deles. Entretanto, se investigarmos com elas que deus é
esse que elas dizem não acreditar, possivelmente veremos que o deus que elas
não acreditam muitos de nós não acreditaríamos também.
Não há quem não acredite em
Deus... Existem sim, muitas pessoas que não acreditam nesse ou naquele deus.
Até mesmo o mais descrente dos cientistas acreditam em Deus. Ainda que digam
que não, eles estudam as leis da física, trabalham as leis da física, adoram as
leis da física; vasculham as ações do universo; mas, no entanto, se dizem
descrentes em Deus. Naturalmente que eles estão se referindo a um deus sujeito, “um cara”, um “administrador”. Eles
estudam, trabalham e amam a dinâmica do universo sem perceber que estão
adorando Deus. E o que é melhor, são sempre pessoas muito sensíveis, honestas,
trabalhadoras, produtivas, responsáveis e na maioria das vezes amorosas. Isto
faz delas um belo exemplar de Filhos de Deus; não é?
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