14/12/2012

Qual a Direção?


Silvio Marques

Certo dia entre amigos; sentados em volta de algumas mesas juntadas para acomodar a todos, um querido sobrinho descansou carinhosamente sua mão em meu ombro e “publicou” o seguinte comentário: “Difícil é tirar este aqui do sério”!
Comentários assim me trazem contentamento, pois comprovam a correta “direção” em que “guiei a minha mente”, autenticando assim a minha serenidade.

O que meu sobrinho disse, pelo menos aparentemente, é a pura verdade. Entretanto, a serenidade demonstrada nem sempre autentica o sentimento que se processa em mim diante das “propostas” (comentários ou ações) que me são servidas em certas ocasiões. Muitas delas são extremamente desagradáveis, e sempre fazem brotar sensações incomodas, às vezes muito dolorida, que fazem despertar até nas pessoas serenas a “flecha do revide”. É por isso que os conflitos acontecem. E em mim também se processa assim; ainda que tenha instalado ao longo da minha experiente vida providenciais “airbags” ou “para choques” mentais para suportar tais “impactos”.

Toda ação promove uma reação. Isto é uma Lei tanto física como mental. Mas a lei não estabelece qual reação deva ser adotada para cada situação circunstancialmente apresentada. É como dirigir um veículo. Os buracos e tantas outras adversidades na estrada aparecem de repente, e você tem que tomar uma decisão para evitar os possíveis acidentes.

A propósito, todos querem aprender a dirigir um carro, uma moto, uma lancha. Guiar um veículo deslizando pelas estradas é mesmo um grande prazer. Mas poucos são os que se preocupam em tomar a direção da própria mente para saber como deva “guiá-la” de forma segura e benfazeja. Alguns preferem se deixar levar pelos impulsos, e ainda dizem que “são assim mesmo, nasceram assim e que não podem mudar”.

É preciso estudar as Leis da mente para não correr o risco de conduzir seu destino a desastradas e prejudiciais colisões. Quando apreendemos essas Leis e as utilizamos no dia a dia, a “viagem” se torna sempre suave, segura e encantadoramente promissora.
                             
Quando o veiculo que estamos conduzindo esta prestes a colidir com algum obstáculo, tomamos, mesmo que instintivamente, a providencia de evitarmos o iminente desastre utilizando-nos do sistema de direção ou dos freios deste veiculo. Podemos tomar esta iniciativa, esta providencia, porque os sistemas de freios e direção estão disponibilizados em tal veículo. Se não tivesse, o choque seria a mais provável consequência. Assim também acontece com a nossa vida, cujo “diário de bordo” chamamos: destino.

É sensato tomarmos a providencia de “instalarmos” ferramentas mentais, as quais possam ser utilizadas (ainda que instintivamente) nos momentos que se fizerem necessários.

A oração, a meditação, a formação espiritual e/ou religiosa são potenciais instrutores que disponibilizam, como produto final, as ferramentas necessárias para termos o poder de ajustarmos nossa mente, adequando-a a cada ambiente em que atuamos, transformando nossa vida numa “boa viagem”. Essas ferramentas mentais, esses frutos de sabedoria, são: a serenidade, a humildade, a paciência, a confiança, a segurança, o desapego aos equivocados conceitos lógicos do mundo, e por fim: a clareza mental.

A partir daí, com a mente mais serena e pacífica, passamos agir sempre (ou quase sempre) de forma mais adequada, mais acertada em cada situação. E é assim que passamos a escrever um destino suave e feliz no “livro” da nossa vida.

É isto que eu digo que é “Estar no Céu”. Sigam o Caminho da Luz.

23/11/2012

Tu és homem Santo


Silvio Marques

Na origem, na essência, no principio, Deus já nos fez, sem nenhuma exceção: perfeitos, dóceis e santos. Não obstante, nos deu a graça do livre arbítrio.  É a partir daí que nós, com a nossa mente livre para pensar e decidir é que podemos tornar imperfeito o “produto original” criado por Deus.
É como se o grande Leonardo Da Vinci concedesse às suas maravilhosas telas a mente do livre arbítrio. E essas telas então tomariam a partir daí as suas próprias decisões. Imagine que uma dessas admiráveis telas do Da Vinci pudesse pensar assim:
        ____ Ah! Já estou cansada desse meu tom escarlate! Quer saber, vou me clarear com magenta!


Naturalmente que após essa transformação a obra poderia já não ser tão bela e perfeita como no original, podendo apresentar imperfeições ou inadequações inerentes a sua natureza.
Conforme consta em algumas escrituras sagradas, o arbítrio nos foi dado para que sentíssemos as glórias do criador; os méritos das “conquistas”. Os resultados de nossas obras e ações, portanto, são de nossa inteira responsabilidade e mérito; não de Deus que nos criou. Um fantoche não tem vida nem poder de decisões; por isso mesmo ele não tem méritos, glórias nem culpas nas “suas” ações. Todas elas são para deleite, gozo e responsabilidade do seu criador.
Assim também somos nós. O nosso destino é um fantoche manipulado pelas nossas intenções e ações. O que você “plantou” é seu. O Destino é tão somente um Resultado, um produto de você mesmo.
As pessoas não deveriam, jamais, ficarem escravizadas pelo temor ou pelas dúvidas no presente, ou do futuro. E não por uma questão de fé religiosa; mas por uma questão de “sanidade espiritual”. Deus é Lei, é Justiça. Essas Leis e Justiça que permeiam a existência de tudo são infalíveis e inconfundíveis; impossível “responderem” as ações das pessoas com injustiças ou casualidades. E eu não estou falando daquele deus primitivo “que esta no céu e etc... etc”.
Toda a Vida, toda a criação é regida por Leis perfeitas e infalíveis. Assim como as aeronaves utilizam-se livremente da lei da gravidade para alçarem altos voos, também o homem prudente deve usar estas Leis universais e Divinas para alcançar o esplendor da felicidade. Façam direito, façam com justiça, amor e gratidão. Quanto mais amor e justiça forem investidos nos seus pensamentos, palavras e ações, mais “turbinada” e segura ficará a sua “viagem existencial”. Creia nisto.

Até mais e Boa Viagem!

12/11/2012

O que é o Paraíso?


Silvio Marques

Creio que muitos já “se” perguntaram: “O que é o paraíso? Como ele deve ser”?
Particularmente não me lembro de ter feito tal questionamento a nível consciente antes de escrever este texto. Entretanto, é muito provável que já o tenha feito no nível do inconsciente, assim como tantas outras pessoas também. Entendo que “somente quando se clama de alguma forma por alguma coisa, de alguma forma somos ‘ouvidos” com referencia a essa “coisa”. Por isto estas “respostas” emergiram de mim com tanta naturalidade que nem sei há quanto tempo me habitam. A expressão bíblica: “Pedi e ser-vos-á dado... batei e abrir-ser-vos-á”, certifica o que acima digo. Aliás, estas expressões se atualizadas para os dias de hoje, teríamos ouvido Jesus dizer: “quem procura acha”.
Não tenho a pretensão de afirmar que este texto seja o “fio de prumo” deste questionamento. Mas são as minhas respostas; as respostas que meu espírito no momento alcança ou que me é permitido alcançar.
Hoje o que penso é que mesmo para os que vivem numa atmosfera de grande harmonia, paz e felicidade; este plano terreno em que ora estamos é ainda um ambiente muito grotesco para as “possibilidades que Deus Pai” tem para nos oferecer.
O mundo criado à imagem e semelhança de Deus é tão Sublime e Magnífico, que aqui neste plano não há palavras que possam descrever o que venha a ser. “Sublime e Magnífico”, ainda que respeitosamente estejam grafados com letras maiúsculas, é ainda uma tênue insinuação do que ele (o Mundo criado por Deus) seja. Nem mesmo utilizando-se de apurados eufemismos o homem conseguirá descreve-lo.
Os menos sensíveis de espírito, ou mais estabelecidos na matéria poderão questionar: “Como é que ele (eu, o autor) pode afirmar algo assim"? Será que ele conhece esse tal mundo? Esse Paraíso?  Será que o tem estabelecido na sua memória?
Quero dizer que não se trata de uma falta de inspiração ou de competência de minha parte para descrever o Paraíso. Na verdade eu não tenho uma memória do Belo Mundo do qual estou insinuando. A minha certeza quanto ao seu indizível esplendor e magnitude esta na grandeza da minha Fé. Fé que se traduz por uma consciência que me inspira entender que não pode existir no mundo visível nada tão belo que possa expressar o máximo das possibilidades de Deus. Deus é a própria Beleza e Magnitude. Por isso é que digo ser indizível e inimaginável a beleza e a harmonia do Mundo criado à Imagem e Semelhança da Beleza Plena: Deus.
Esse Belo Mundo ___ pense ___ não é uma utopia. Quem estiver nesse nível de raciocínio esta vivendo como que dentro de uma grande caverna mental de muito pouca luz; num mundo muitas vezes inferior ao que lhe esta reservado como Filho de Deus.
Também não é uma simples teoria otimista ou teoria consoladora de minha parte. Este mundo está irremediavelmente reservado para todos. Inclusive para os habitantes da citada “caverna”, que um dia haverão de despertar. E digo que esta "reservado" para todos porque entendo que nenhuma alma se perderá irremediavelmente e a ela será negado o Paraíso. Nenhuma alma, repito, será rejeitada. O Criador não fez manifestar uma multidão de almas com a “esperança” de aproveitar, “se possível”, somente algumas. A Vida não se trata de uma “pesquisa” ou “investimento” por parte de Deus. Não é um jogo de tentativas. Somos, cada um, uma potencial partícula do próprio criador. Dele não existe “partes descartáveis”. Com Deus formamos um todo indivisível. Por isso, irmãos, tomo a autoridade de declarar que não devam dar ouvidos para essas asneiras a respeito de almas que se perderão.
O que morre (que se “perde”) ___ Graças a Deus!___ é o falso eu material; o homem com conceitos materialistas; o homem iludido pelos valores do mundo terreno. E isto, convenhamos, não se trata de uma lamentável perda. É sim o próprio despertar. Um despertar que as organizações religiosas tradicionais tem tido o mérito de proporcionar, embora parcialmente. E é parcial, explico, porque são conseguidas, muitas vezes, sob a descarada ameaça do “fogo do inferno”, tentações demoníacas e outras ameaças mais; e não pelo despertar da origem divina, e, portanto, condição divina do individuo.
Ora! O que pode consumir esse fogo de que falam? Somente o que pode ser consumido (ser queimado) é o mal, as imperfeições, as ilusões. O fogo jamais queimara o Filho de Deus que há em todas as pessoas. Essas organizações religiosas falam como se entendessem que o Amor vem após o ódio. Como se fôssemos filhos do ódio ou do pecado. Que somente após adentrar nas igrejas os fiéis passarão a se alimentar de amor e aprender a amar. Por isso denominam este ato de: “conversão”.
Ora! Ninguém é convertido. O Amor já existente no âmago desses “aparentemente perdidos” é quem reconhece o Amor que lhe esta sendo servido. É a ação do Espírito Santo, sim. Mas de dentro para fora. Quanto a isto louvo ao amor oferecido por essas organizações; pois que oferecem o amor do Espírito Santo que esta neles também.
Na verdade o ódio, as imperfeições, os pecados, as tentações, não são a origem de uma alma. Estas coisas apenas representam o encobrimento do Amor origem que é a essência de todas as almas. Nenhuma desgraça, imperfeição ou pecado tem poder para destruir irremediavelmente um Filho de Deus. A todos está reservado a Vida no mais considerável Esplendor. Uns irão à frente dos outros; e cada um irá de acordo com o seu mérito.
Não se iludem, por favor, com o “bem bom” em que possam estar vivendo. O verdadeiro “Bem”, o verdadeiro “Bom” é infinitamente superior ao mais sublime que estiver vivendo. O passaporte para adentrar nesse “Belo Castelo” é unicamente o amor e a humildade. E isso se encontra em toda alma; desperta ou não.
Todo o que nasce traz a “marca” do divino e é herdeiro desses dons e desse Paraíso. Estejam contentes. Não se sintam resignados com as adversidades que por ventura possam estar vivendo agora, como se fosse uma sina cruel e irreversível. Nenhuma carência, imperfeição ou deficiência será eterna; bem como nenhum patrimônio ou honraria. A todos, sem exceção só resta o Paraíso prometido.
A labuta é o Amor, ____ persevere ____ a conseqüência é o Reino de Deus.

26/10/2012

Somente Jesus Cristo salva?


                                                                                         Silvio Marques

É perfeitamente compreensível os cristãos afirmarem que só Jesus Cristo salva; só Jesus Cristo é o salvador. Este é dogma de sua doutrina religiosa e deve ser incondicionalmente respeitado. O lamentável é que são poucos os seguidores de Cristo que têm um coração generoso (ou não preconceituoso) a ponto de considerar que nem todos pensam assim, ou se obrigam pensar assim também.  Somente pessoas menos atentas e (ou) menos sensíveis podem expressar frases como esta relativa à salvação, sem considerar que seja esta uma conceituação própria, individual. E em razão disto fica perceptível um sintoma de pouca espiritualidade nessas pessoas. Penso que pela fé que têm elas não precisam repensar seus conceitos; mas precisam observar com mais atenção as palavras que pronunciam, antes de pronunciá-las. “As substancias mentais” que essas palavras podem produzir no outro que as houve, nem sempre têm os efeitos imaginados.
A afirmação de que “Somente Jesus Cristo salva” tem sido ampla e orgulhosamente dita por maioria dos cristãos ao longo dos tempos, pensando esses estarem publicando uma Verdade Absoluta. Mas que não é. Mesmo que eles não consigam “enxergar” de outra forma (o que é muito natural), não devem ter a única expectativa de que o outro tenha que concordar.
Muitas vezes uma substancia alimentar muito nutritiva e até fundamental à saúde humana, pode promover danos à saúde de uma pessoa, dependendo das condições em que são oferecidas ou ingeridas. Precisamos sempre observar algumas condições antes de servir ou de consumirmos alguma porção alimentar. Analogamente, às palavras que proferimos devem estar sempre substanciadas com um pouco de critério e adequação quando as “oferecemos” aos ouvidos dos outros.
Esta frase sempre que é proclamada trás encantamento para aqueles que seguem a Jesus; mas em contrapartida pode produzir “toxinas mentais” nas almas de muita gente que não é cristã; e até de alguma forma ofendê-las. Isto faz do cristão que a pronuncia um presunçoso; um circunstancial agente da desarmonia, do desrespeito e da intolerância religiosa universal. Tudo isto é contrario a fraternidade anunciada nos evangelhos cristãos. Alguns até tem consciência disto; mas falam assim mesmo como se estivesse defendendo e laureando o “seu time”.
Dizer que somente a Bíblia seja “a palavra de Deus” é outra perigosa agressão e uma insana discriminação. A Verdade não é o “livro”. Milhões de livros trazem a Verdade. Só não enxerga a Verdade em outros livros que não sejam os seus, aqueles que não os lê ou que de fato não conhecem a Verdade. Os livros, todos eles, somente contêm letras e imagens impressas. A Verdade que os escritos anunciam já está “instalada” desde o principio na mente de quem a lê ou que a houve. Ou você a reconhece... Ou você não a conhece.
                                                                   
Dizem que Jesus não agradou a todos. Sim, isto é muito natural. Sakyamuni Buda, também não agrada a todos. Moisés, o profeta Maomé, outros tantos profetas, eu e você quando pronunciamos a verdade, também nem sempre agradamos ou somos entendidos. Mas isto não representa uma prova de incapacidade ou divindade de nenhum de nós. Trata-se de afinidade, de identidade; e no “terreno” religioso trata-se de nível espiritual dos que de alguma forma nos “assistiram”. A Verdade é a Verdade; não importa em que livro ou que boca seja anunciada.
Não sejamos tão “endurecidos” nas nossas doutrinas e conceitos. Quem absorveu de fato a essência de sua religião, qualquer delas, já despertou a alma generosa, essência divina no homem que é filho de Deus. Esse vive livre na leveza do amor e da Fraternidade que a Verdade proporciona.
Observem bem: A moqueca do baiano, do carioca, e a moqueca de outros estados, por vezes são bem diferentes da famosa moqueca capixaba. Uma pode ser mais apreciada do que a outra; mais bonita do que a outra; mais perfumada ou atraente do que a outra. Entretanto, o que de fato nutre o corpo do homem são as substancias que estão no peixe. E eles na essência são exatamente todos iguais; e estão em todas as “moquecas”.

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Quando as pessoas conseguirem transcender esta ideia absurda de que Deus é (ou foi) um “homem” que nasceu na terra de forma individualizada e única (como Buda ou Jesus); ao mesmo tempo em que estará expandindo o seu conceito a respeito de Deus; universalizando Deus; dissolvendo um único personagem espiritual num todo, infinito e eterno; elas enfim poderão sentir a individualidade Dele em cada um de si mesmo.
Essa dependência de algo (ou alguém) forte e poderoso que está do lado de fora de “mim”, que pode e precisa vir “me ajudar”, nada mais é do que a prova inequívoca do conceito de fraqueza que as pessoas fazem de si mesmo.
E eu fico a me perguntar: Como podem chamar de Pai Poderoso um pai que criou filhos tão fracos e dependentes? Não veem que o poder de um criador têm de estar substanciado na criatura que ele criou? Ora! Um edifício mal construído não pode ser legado de um notável e competente engenheiro! Se a obra por ele construída apresenta imperfeições, são elas mesmas que certificam a sua incompetência.
Tu te sente um majestoso e robusto palácio; ou um misero e sujo barraco? Se voce se sente um ser inferior, não é digno de Deus! Precisa despertar o Filho que já está em você “desde o principio”.
Derrube esse “barraco mental”, já! Não ficarás desamparado, sem “moradia” como lhe pode parecer! Esse barraco nada mais é que um sonho, um pesadelo, uma ilusão! Somente despertando desse sonho, “rasgando essa caixa, essa embalagem”, é que poderá aparecer a obra original de Deus em você!

Eu bem sei: Tu és Filho de Deus; é meu irmão! Forte, Competente e Amoroso, porque és Herdeiro de todos os dons de nosso Pai Criador!

Viva, pois, a Sua essência verdadeira.

15/10/2012

Deus é Verbo ou sujeito?


Deus é Verbo ou sujeito?
 Silvio Marques
Em análise sintática, o sujeito é um dos termos essenciais da oração, responsável por realizar ou sofrer uma ação ou estado.
Verbo é toda palavra que encerra ideia de ação ou estado. A palavra verbo vem do latim verbum, que significa palavra. (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre).

A expressão criação expõe a ideia de uma ação. A expressão existência expõe a ideia de um estado de coisa. Conforme definição acima referente à expressão sujeito (aquele que realiza ou sofre uma ação) fica parecendo que para que haja a criação, e posteriormente a existência do que foi criado, imperiosamente tem de existir um sujeito: O sujeito que criou; o artífice da obra; o criador. Também a palavra verbo (palavra que encerra ideia de ação ou estado) parece impor as mesmas necessidades.
Entendo que gramaticalmente falando tem de ser assim. Conforme a mesma fonte (e também segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira - NGB)... ainda que haja vários tipos de sujeitos, ele pode ser classificado em: simples, composto, indeterminado, desinencial ou implícito e inexistente. Nesse último caso, temos o que se convencionou chamar de oração sem sujeito.
Quando falamos da criação do mundo, da existência da Vida como um todo, e que elegemos Deus como sujeito da criação, se dedicarmos especial atenção poderemos observar que estamos apenas adequando a oração à gramática.
Deus É Verbo (palavra espiritual), mas não é sujeito. É por isto que a pergunta nunca deveria ser: Quem é Deus; mas sim: O que É Deus. Ele não criou (e nem cria) nada como sujeito. Deus É a criação espiritual de tudo. A Ideia do "existir” É Deus. E neste caso, quem cria e também o que foi criado não é um sujeito, É o Verbo espiritual.
Qualquer sujeito pode ter adjetivos; Deus, não. Algumas pessoas dizem adjetivos relativos “à pessoa” Deus, tais como: “Deus é amoroso; Deus é misericordioso”. Observe que estes adjetivos É o próprio Deus: Deus É Amor e Misericórdia. A frase “Deus é fiel”, por exemplo, (que tanto vemos afixados em automóveis por aí) deveria ser usada apenas como força de expressão. Se observarmos com mais atenção, se esmiuçarmos a questão, veremos que se trata de um pleonasmo. Que sentido tem em dizer que A Fidelidade é fiel; ou que O Amor é amoroso; ou que A Misericórdia é misericordiosa?
Este conceito, esta ideia de que Deus é um sujeito é que faz muita confusão na cabeça de muita gente. E foi esta “necessidade conceitual” que fez com que milhares de pessoas elegessem homens que nasceram aqui neste mundo, como supremo Deus. E, por outro lado, muitos outros se dizem descrente deles. Entretanto, se investigarmos com elas que deus é esse que elas dizem não acreditar, possivelmente veremos que o deus que elas não acreditam muitos de nós não acreditaríamos também.
Não há quem não acredite em Deus... Existem sim, muitas pessoas que não acreditam nesse ou naquele deus. Até mesmo o mais descrente dos cientistas acreditam em Deus. Ainda que digam que não, eles estudam as leis da física, trabalham as leis da física, adoram as leis da física; vasculham as ações do universo; mas, no entanto, se dizem descrentes em Deus. Naturalmente que eles estão se referindo a um deus sujeito, “um cara”, um “administrador”. Eles estudam, trabalham e amam a dinâmica do universo sem perceber que estão adorando Deus. E o que é melhor, são sempre pessoas muito sensíveis, honestas, trabalhadoras, produtivas, responsáveis e na maioria das vezes amorosas. Isto faz delas um belo exemplar de Filhos de Deus; não é?

21/09/2012

Humanos Robóticos?

Silvio Marques

Numa interessante matéria sobre a ciência robótica que assisti num dos canais de Tv a cabo, discorria sobre a mesma um cientista/apresentador. Dizia ele de sua certeza quanto ao futuro domínio das máquinas sobre os humanos.
Também no mesmo veículo, volta e meia um famoso físico brasileiro tem feito tais suposições; porém com fortes tons de afirmações.
Eles visualizam que num futuro não muito distante teremos não somente maquinas humanizadas ou humanos mecanizados como já temos hoje, mas, pior que isto: os homens poderão viver sob o domínio das máquinas; escravos das máquinas.
Mesmo levando-se em consideração que o objetivo destas matérias cientificas sejam a de conjecturar tendências, as “previsões” desses cientistas, embora pareça um paradoxo, são muito pessimistas quanto à inteligência do homem. Será que a genialidade do homem o levará a uma mórbida imbecialização?
                                      
Bem! Trazendo esta questão para o plano espiritual ___ que para entendimento e leitura não se exige diplomas ou mesmo categorias culturais ___ pensamos que se isto que eles estão “supondo” viesse mesmo acontecer, as almas dos humanos, o ser espiritual que dirige o ser humano e nele se expressa, não mais estariam aqui neste plano terreno. Não estariam, por que: se é para viver como “maquina” não haveria proveito ou desenvolvimento espiritual algum. Ser máquina, calçada ou poste seria a mesma coisa. O máximo que poderia acontecer a nível espiritual seria a atuação de seres espirituais de baixíssimo nível. E que pela falta de algum aproveitamento evolutivo se eternizariam nessa “condição”.
Não, Doutor! Talvez alguma espécie de individuo possa mesmo se sujeitar a esse nível de vivencia. Infelizmente para eles muitos acomodados provavelmente se sentiriam até melhor atuando um “personagem” assim. Afinal, máquinas, postes ou caixotes não precisam ter responsabilidades por nada.
Mesmo ainda não sendo escravos das máquinas, bem sabemos que já vivemos em meio a muitos humanos com “almas de postes e caixotes”. Estes seriam facilmente escravizados por qualquer coisa; assim como também aqueles que se acham simples e totalmente resultados químicos. Não que esses últimos não queiram ou não aceitem responsabilidades. Mas sim, porque em suas mentes não existe a possibilidade de vida eterna ou vida evolutiva. Na morte do corpo, pensam eles, tudo se acaba.
O ser pensante e atuante que há em mim (Que sou o eu!) não é simplesmente resultado das misturas químicas propiciados em razão da relação de papai e mamãe. Não somos produtos de “misturas” químicas. Nosso corpo, sim, este é resultado químico, é a materialização do prazer que meus genitores tiveram. Entretanto, se para cada máquina fabricada é disponibilizado um registro... espiritualmente para cada corpo humano gerado “é disponibilizado” um espirito. Eis aí a tão mal compreendida imaculada concepção. O espírito não é uma “concepção” resultante de relações carnais ou misturas químicas. Espirito é ideia; espirito não é matéria. Por isso mesmo não pode ser concebido por partículas materiais.
Um espírito simplesmente assume um corpo que foi “fabricado” pela relação de um par, ou mesmo “fabricado” por quaisquer outros meios. Podemos dizer que o espírito é o Cavaleiro e o corpo a montaria. Mas, o Cavaleiro “cavalga” com objetivos; tem metas, tem missões, ainda que possam ser até inconscientes. O homem no seu todo (corpo e espirito) não é como lixo nas correntes marítimas: sobe e desce puramente pela ação das ondas até se desintegrarem. Ele se conduz, se dirige, se leva onde sua mente projeta. Somos resultados de nós mesmos.
Bem sei que é incognoscível a questão “vida após a morte do corpo”. Mas não é preciso explicar, nem entender; mesmo porque, é muito difícil. Só digo que é possível sentir esta real possibilidade. Mas isto eu não tenho como lhe “passar” ou lhe fazer entender.
Entretanto, estarei esperando por você! Pois um dia, quando você “chegar aqui” lhe direi: Seja muito Bem Vindo ao Paraíso, Querido Irmão!

31/08/2012

A PARTICULA DE DEUS

Silvio Marques

 (ou, PARTICULA DEUS?)


No dia 04 de Julho deste ano, cientistas do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern, na sigla em francês) anunciaram a observação de uma partícula subatômica inédita até então. Eles veem fortes indícios de que se trate do “bóson de Higgs”, única partícula prevista pela teoria vigente da física que ainda não tinha sido detectada em laboratórios, e que vinha sendo perseguida ao longo das últimas décadas.
Depois de quase 50 anos defendendo a existência de uma nova “partícula” subatômica, apelidada de "a partícula de Deus" ___ já que teria dado origem à massa de todas as outras partículas ___ o cientista britânico Peter Higgs, pai desta teoria, disse dois dias depois (sexta-feira, dia 06/07/12), que "é bom ter razão de vez em quando".
De acordo com as afirmações do físico brasileiro Marcelo Gleiser num programa de televisão, o bóson de Higgs não é uma “partícula” propriamente dito. Seria uma espécie de vibração, uma “presença energética” (palavras minhas), um campo de força (palavras de Higgs) que tem a característica de induzir outros elementos a adquirir massa (matéria), ou tornar-se matéria, enfim.
Mas não foi em razão do fato de o bóson ser considerado aquele que “dá massa”; (o que o transforma numa espécie de deus que cria ou que dá vida) que fez com que ele recebesse a denominação de Partícula de Deus. O “bóson de Higgs” ganhou o apelido de “partícula de Deus” em 1993, depois que o físico Leon Lederman, ganhador do Nobel de 1988, publicou o livro “The God Particle” (literalmente “a partícula de Deus”, em inglês). Mas o autor, Mr. Lederman, devido a extraordinária dificuldade de se poder isolar tal “partícula”, denominou-a Partícula Maldita. Este seria o titulo de seu livro. Entretanto a editora considerou inapropriado publicar uma obra com este titulo. Daí ela, a editora, sugeriu um nome mais sugestivo e atraente: Partícula de Deus.
Explicando a respeito do bóson de Higgs de forma mais legível para o público, o físico nuclear, Marcelo Gleiser, discorreu sobre o assunto num determinado programa de televisão. E expressou-se de forma tão competente que a física ficou parecendo mais fácil do que uma continha de somar. E o que foi mais surpreendente: despertou nas pessoas que o assistiram um grande fascínio pela matéria. Li diversas manifestações públicas nas redes sociais parabenizando o programa e, em especial, o físico.
Não obstante, no final da entrevista, para encerrar o programa, o apresentador perguntou ao físico:
____ “Para o universo funcionar como funciona, é necessário ainda um Deus? Deus tem lugar na mecânica universal”?
O físico respondeu:
____ “A mecânica do universo não precisa de Deus! As pessoas podem precisar de Deus”!
Consigo extrair desta resposta a possível configuração do deus que habita a mente do citado físico. ____ Ele esta algemado ao paradigma de que Deus seja um “individuo”; um individuo que possui uma mente privilegiada, extraordinária; que atua de fora para dentro; que está fora de todas as coisas; que administra as situações do universo e o destino das pessoas. Certamente foi esta a configuração que lhe foi passada pelos seus pais e educadores ____ Assim como foi passada para mim também, mas que consegui transcendê-la!
Se me fizessem a mesma pergunta que o apresentador fez para físico; a minha resposta também seria a mesma dele: A mecânica do universo, de fato, não precisa de Deus para funcionar. Entretanto, explico: A mecânica do universo não precisa de Deus para funcionar porque é o próprio Deus.
Toda a Vida, Movimento, Dinâmica, Ação, é Deus. Deus É o Todo de tudo.

17/08/2012

Um Diálogo de Luz - Segunda Parte


          Silvio Marques

            Já haviam se passado cinco dias sem que houvesse mais nenhuma mensagem; nenhum diálogo entre os “interlocutores” destes diálogos. Cheng (o Mestre) e Camilly (a menininha) não me “vinham à mente”. Fiquei muito incomodado com esse silencio na ocasião. Pensei na possibilidade de eu ser o responsável por esta situação. Por isso, mesmo sem muita certeza de uma resposta, provoquei este diálogo, escrevendo assim:

____  Mestre Cheng e Camilly, eu sou este que vocês tem se utilizado para materializar os seus diálogos! Tenho me sentido um tanto preocupado com esse silencio que vem se estendendo desde a última vez (madrugada de 09/02/06)! Preocupa-me se não tenho sido mais merecedor de tão honrosa missão; se não venho tendo uma postura adequada para “recebê-los”! Sinalizam-me, por favor! Não é que eu esteja com pressa ou ansioso! Minha única preocupação é se estou atrapalhando os seus “planos”! Se for isto, me perdoem!

               Em torno de quarenta minutos depois; ainda que estivesse totalmente envolvido em meu trabalho, intuí esta resposta:

____  Não se preocupe, Filho! Tudo será no seu tempo!____ disse Cheng.

          Senti uma sutil emoção quando intuí esta aliviadora resposta! E imediatamente então registrei no bloco de rascunhos o meu contentamento.

____  Muito Obrigado, Cheng! Sinto-me muito aliviado!

E tive então uma irresistível vontade de prosseguir.

____  Cheng, haveria a possibilidade de eu também poder fazer-lhe consultas juntamente com a pequena Camilly?____ e prontamente ele respondeu
____  Faça, sim! Será muito bom!
____  Então ____ eu disse ____ o meu nome aqui será “Lua”! Pode ser?
____  Lua? Interessante! Não vou me esquecer!

          Eu já estava ansioso para consultar-lhe a respeito de algo sobre o diálogo anterior. Mas não o fiz naquela hora. Dia seguinte, porém, não posterguei mais.

____ Cheng; quero aproveitar a honrosa oportunidade que você me concedeu para fazer-lhe a seguinte consulta: Você afirmou anteriormente que o mundo espiritual, Mundo Verdadeiro criado por Deus, é infinitamente superior em beleza, paz e riqueza sobre este mundo em que estamos vivendo! E que a Magnitude Deste Mundo não se manifesta aqui neste plano terreno com todo o seu esplendor!
____  Sim, Querido Lua!  Eu disse! ____ intuí imediatamente sua presença.
____  Cheng, muitas pessoas que não estão passando por um bom momento, poderão deduzir com isso que é bem melhor ir logo para “lá”; repudiando a vida aqui na terra! Não acha? Pode até projetar-lhes a ideia de um suicídio! ____ mas fui interrompido pelo Mestre.
____  Filho! Quem já conhece “o caminho”, já esta preparado! E, ainda que permaneça aqui mesmo no seu plano terreno; vai mesmo vivenciar “o caminho”! Mas quem não conhece, se tentar “ir”, ficará perdido como num infinito deserto escuro! O primeiro despertar para este maravilhoso e encantado mundo, é compreender o que vem a ser esse “lá” a que você se referiu! ____ e continuou ____ Se alguém “viajar” ao infinito em busca dele, só estará pondo infinita distancia do que procura!
____  Puxa, Xi-Cheng, ____ interferiu a menina ____ que difícil é isto!
____  Não é, Doçura! Não é tão difícil assim! O amor é que é o Caminho! O amor é que é o “Lá”!____ O “passo” a ser dado em direção “ao caminho” é para dentro! E o “dentro” está em você a todo instante! Sempre esteve! ____ O “dentro” é você e ao mesmo tempo é Deus! ____ O seu interior é a semente de Deus!
          E encerrou, por fim:
____ Plante esta semente no mundo! Sentirás uma sutil sensação de Esplendor, e a fragrância da Felicidade!

10/08/2012

Um Diálogo de Luz


Silvio Marques


Uma menininha declara toda a sua admiração pelo bondoso Mensageiro de Luz.

____  Cheng, você sabe de tudo! Você é muito sabido! Porque você não é rico?
____  Eu sou sim! Muito rico! ____ sorri o mestre____ E as minhas riquezas não precisam ser guardadas nem vigiadas! Eu as carrego comigo, sempre! Mas este mundo cego não a vê!
____  Sabe, Cheng? Eu também quero ser muito rica disso?____ diz a menina.
____  Você já é muita rica, Meu Amor! Com o tempo você irá se conscientizando desta riqueza!
____  E quem não é rico; como eles vão viver?___ indaga ainda a menina.
____  Todos já são ricos! A “pobreza” deles é não enxergar essa riqueza!
____  Cheng, ___ considera a menina___ eu pensei que fosse assim: Quem tem, têm; quem não tem, não têm! Nunca terá!
____  Mas não é bem assim, Querida! Você agora fala das coisas materiais, não é? Tudo o que é material pode ser produzido ou conquistado por qualquer um; com sabedoria ou até mesmo com espertezas! Mas não é isto o que importa verdadeiramente! Voltaremos para o “universo” de onde viemos tão vazios quanto quando aqui chegamos! O que importa é o despertar da riqueza interior! E quanto a isto Deus “distribuiu” igualmente para todos!                              ____  Sabe, Mestre; eu tenho um tio que diz que “dignidade e honradez não enchem barriga”! É dessa riqueza que você ta falando, Cheng-Xi?
____  Sim, Pequena! Isto são valores desta riqueza, sim! E quanto ao seu tio; ele poderá mesmo morrer de barriga cheia! Mas o espírito dele permanecerá vazio! É disto mesmo que estou falando! Uma “barriga cheia” ou “prazeres satisfeitos” podem ser o desvio da verdadeira causa da Vida! E o seu tio por isso mesmo vai ter que dar pelo menos “outra volta”!
____  Eu não gosto muito dele? ____ confidenciou a menina.
____  Perdoe ele, Pequena! É só um tonto! ____ disse o mestre.
____  O que você quis dizer, quando disse que o meu tio vai ter que “dar outra volta”?         
____  Quer dizer que ele vai ter que vivenciar tudo o que esta vivenciando agora neste mundo, ou em outras vidas, tantas vezes quantas for necessária, até compreender e despertar!
____  E se ele nunca compreender?
____  Um dia compreenderá? Todos um dia compreenderão! Deus não tem pressa!
____  Cheng, não seria melhor mesmo a gente não compreender; que é para poder ter que voltar? Viver aqui é tão bom!___ pondera a pequena.
____  Filha, eu entendo por que você fala assim! Mas, ouça bem! A perfeição do mundo de Deus; seu esplendor e maravilha; não se manifesta aqui neste mundo com toda a sua magnitude! As pessoas deste mundo terreno estão ainda muito grosseiras para entendê-la! Considerando uma imaginária escala crescente de “um a cem bilhões”, a maior sensação de felicidade ou beleza vivida ou vista aqui neste mundo terreno, não seria classificada nem como categoria dez nesta escala! Na categoria nove, as pessoas já não ficariam extasiadas! Provavelmente enlouqueceriam!
____  Porque, Cheng? Não merecemos ser muito felizes?
____  É isso o que elas pensam, Querida! Essas pessoas estão tão primitivas e mal orientadas espiritualmente, que no fundo julgam que não merecem ser muito felizes! Pobreza também é isto!
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          Ao ler este diálogo dias depois de escrito; intuiu-me uma surpreendente pergunta: “Se em outro lugar há uma vida de maiores possibilidades; porque não ir logo para lá”? E devido a sua fundamental importância consultei ao mestre, cuja resposta será apresentada na próxima publicação.

27/07/2012

“QUE SIGNIFICA NEGAR A VERDADE?” (João 13:36-38)

Silvio Marques

36 - Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, para onde vais? Jesus lhe respondeu: Para onde eu vou não podes agora seguir-me, mas depois me seguirás.
37 - Disse-lhe Pedro: Porque não posso seguir-te agora? Por ti darei a minha vida.
38 - Respondeu-lhe Jesus: Tu darás a tua vida por mim? Na verdade te digo que não cantará o galo enquanto não me tiveres negado três vezes.

Observo que a humanidade ainda esta com a mente tão escravizada às lógicas e sentidos humanos, que não percebe com mais clareza a profundidade das palavras de Jesus em suas pregações. O que a maioria vem por todos esses anos entendendo, tem lógica, faz sentido e “funciona”. Mas faz sentido apenas na “superfície do pensar”. E é exatamente por fazer sentido e “funcionar” que elas se dão por satisfeitas sem uma reflexão mais atenta. Comportam-se exatamente com a mesma ignorância espiritual de então, demonstrada por Simão Pedro. Mas, quero registrar: Estou utilizando a expressão “ignorância espiritual” de Simão Pedro, não num sentido pejorativo ou depreciativo ao individuo. É natural a “ignorância” quando se desconhece alguma coisa.
Enquanto essas pessoas não transcenderem a ideia de ver a Jesus como um ser excepcional ou, muito menos, como Deus; não poderão absorver melhor e mais substancialmente a Verdade anunciada. Somente então poderão, pelo menos, vislumbrar que também são Filhos de Deus; e que carregam como missão natural, a obrigatoriedade de se comportar como Filhos de Deus.
O Jesus carnal, “o cara”, a pessoa, era um ser como todos os demais: eu, você e todo mundo. A Substancia das suas palavras, entretanto (e de todos os outros anunciadores), é que deve ser louvado. A Substancia é que é a Verdade; “é a Morada de Deus”; é o Reino de Deus que, como ele mesmo disse: está dentro de nós (todos, sem exceção).
No versículo 36 deste capitulo de João, Jesus está respondendo a Pedro falando de si mesmo, da sua condição de desperto, iluminado, de filho de Deus. Situação em que Pedro ainda não havia alcançado. Por isso ele disse... Para onde eu vou não podes agora seguir-me,____... mas depois (quando despertar) me seguirás (viverá o que eu vivo; verá o que eu vejo).
Simão Pedro declara então (versículo 37) toda a sua admiração e amor, dizendo... Porque não posso seguir-te agora? Por ti darei a minha vida. Mas Jesus, então, não mais lhe responde falando de si, mas em nome da Verdade que já estava desperta nele; do Despertar Espiritual. Simão Pedro até então era um cego do espírito. ____ Como pode um cego seguir alguma coisa, se não a vê?
No versículo 38 fica mais evidente, ainda, que o Mestre falava pela Verdade... “Tu darás a tua vida por mim?” ____ É como se ele estivesse perguntando a Pedro: Como pode dedicar sua vida a mim, se ainda não me conhece (a Verdade)?____ Se alguém ainda não conhece a Verdade, como é possível entregar-se (dar vida); vivê-la no dia a dia; aplica-la no dia a dia?
Enquanto não conhecermos a Verdade, e conhecendo, vivenciarmos-la, jamais viveremos as Glórias que os já iluminados anunciam e se deliciam nela.
Enquanto não vivenciarmos o dia a dia adotando práticas de amor, compreensão, fraternidade e justiça em todos os nossos atos, pensamentos e palavras, não sentiremos as “delícias” do Paraíso anunciado. Dia após dia atuaremos como falsos indivíduos, ignorantes e grosseiros personagens no palco da vida.
Concluindo o versículo 38 Jesus cita o canto do galo. Em qualquer lugar do mundo onde um galo habita ele canta anunciando um novo dia. O “eu ignorante” de um dia, o grosseiro personagem que ainda não conhece a Verdade, por não conhecê-la permanecerá “negando-a” dia após dia que o galo anuncia. É neste sentido que Jesus pronunciou aquelas palavras finais: ... Na verdade te digo que não cantará o galo enquanto não me tiveres negado três vezes.
                                        
                                       
Três vezes aqui no contexto, contradizendo aquela fictícia passagem inserida no livro sagrado referente à negação de Pedro, nem representa concretamente o significado de 3. Mas sim, algumas vezes por dia; várias vezes até. Tantas quantas forem as “oportunidades” de elas serem (pela sua ignorância) negadas ao dia.
Quem nega Amor, Justiça. Fraternidade, Perdão, Gratidão... em seus atos do dia a dia, está negando A Verdade.
Seguindo a leitura do evangelho de João a seguir, capitulo 14, vejam o que Jesus responde a Tomé e Filipe. Eles têm a mesma postura de ingenuidade espiritual de Simão Pedro no capitulo anterior acima citado. Mas, em especial, atentem para o versículo 6 deste capitulo: “... Eu (a Verdade) sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem (aqui aonde cheguei) ao Pai, senão por mim (mim: a Verdade)”.
As instituições religiosas, ainda nos dias atuais, por pura “ingenuidade espiritual” enxergam a Verdade como sua propriedade particular (da sua doutrina). A Verdade, que é o próprio Deus, é onipresente. Mas onipresença para esses religiosos tem limites. Os seus limites. Não esta em toda parte. Está somente até onde sua percepção espiritual lhes permite ver. E o que é pior; muito pior, ainda não compreenderam, de fato, que Deus está dentro de nós, de todos; sem exceção.
Isto está explicitado no versículo 7, ainda do capitulo 14: “... Se vós conhecêsseis a mim (A Verdade), também conheceríeis ao meu Pai...” ____ Naturalmente! Deus e a Verdade provinda de Deus “é” uma coisa só. E a Verdade que se apresenta a mim (a nós) somente pode ser reconhecida se ela já estiver em mim (em nós). É semelhante ao fato de podermos reconhecer a cor verde, por exemplo. Se a cor verde ainda não estiver em mim, ao vê-la não farei nenhuma “leitura”; não a reconhecerei. Será algo estranho para mim, como se eu fosse um ingênuo bebê.
Não obstante, a Verdade não precisa ser instalada na mente das pessoas como as cores. Mas é rigorosamente imperiosa uma reflexão um pouco mais profunda para que, enfim, se concretize o necessário despertar. O despertar “do que estava adormecido”.
Diferente da cor verde, que é uma visão material, a Verdade é “uma substancia” espiritual inerente a todas as pessoas; pois que somos todos seres espirituais feitos à Imagem e Semelhança de Deus (Da Verdade). Impossível separar-nos.

Voce, Amigo, que ainda não sabia; pode se reconhecer, agora? 

13/07/2012

O QUE É A VERDADE?


Silvio Marques

Pelos tantos que vi por aí pregando; entendo, baseado nesses exemplos, que são muitos os missionários que anunciam a Verdade como autênticos e competentes professores. E penso que seja a grande maioria.
Sejam rabinos, preletores, pastores ou sacerdotes; os religiosos anunciam a Verdade seguindo um roteiro daquilo que extraíram das suas respectivas fontes de consultas. E a isto se dá o nome de “doutrina”.
Entretanto, nem sempre ou nem todos conseguem reconhecer a Verdade quando estão diante dela. Se a Verdade tiver outro formato, outra idéia, outro mentor (principalmente) que não seja emanada da sua idéia religiosa, ela é rejeitada sem nem mesmo “ser aberto o pacote”. Mesmo porque, ainda que se preste a analisar até cuidadosamente (abrir o “pacote”); em razão de os seus princípios religiosos serem outros, não conseguirão apreender a essência exposta. Se não tiverem a “cara” que os seus “olhos” conhecem, rejeitam-na. E a isto se dá o nome de “fundamentalismo”.
A Verdade viva, que é imutável e independe de doutrinas, só tem uma fonte e não está estabelecida em nenhum lugar de forma privativa ou exclusiva. Algumas organizações religiosas até pensam que detém a “patente”. Esta fonte é Deus. E em forma de Amor, Justiça e Leis, esta dentro de cada um de nós. _____ Graças dou!
Aquele que tem um coração verdadeiramente puro; ainda que não acertasse nenhuma das perguntas de um hipotético questionário elaborado para medir o seu conhecimento acerca da Verdade, não deve se sentir menor diante de Deus. E muito menos diante dos homens. Porque tudo se resume nisto: um coração puro.
O que importa o conhecimento; o que importa o pastor ou o discípulo, se não operarem o ensinamento? Sejamos, portanto, operários do Amor e da Justiça!
Não basta conhecer. Aquele ao qual lhe foi concedido conhecer, é porque foi escolhido para anunciar. Porém, mesmo não conhecendo basta vive-la. Basta viver a natureza divina, que é a nossa verdadeira essência, para que sejamos bem aventurados habitantes dos Céus.
A essência Divina é o Amor. Entretanto, não é imprescindível que se saiba disto. A Verdade é como o alimento material que alimenta o corpo. Não é preciso o corpo entender de nutrição para poder se alimentar e fortalecer-se. Basta comer. A necessidade do alimento, a fome, nos faz buscar esta provisão naturalmente. E eu quero dizer que a fome de felicidade em que o mundo vive, faria banquete todos os dias se as pessoas oferecessem mais Amor, simplesmente.
____ Ai desses “professores” quando não tiverem (ou não puderem) mais no que consultar (seus livros sagrados)! Terão perdido a “Luz”?
A Verdade deve ser vivida antes de ser anunciada. Vivida pelo menos numa profunda reflexão. Temos que anuncia-la como um testemunho vivido. Se não for assim, quem a ouvir poderá fazer uso dela como se estivesse tomado o nosso tesouro para si.___ Bom para eles!
                                                      

Certa vez um religioso estava na porta do céu pelo lado de fora reverenciando a chegada de novos espíritos que adentravam ao Paraíso. Nesse dia um de seus ex-discípulos que chegava, o reconheceu e perguntou:
____ Mestre, o senhor não vai entrar?
E esse mestre lhe disse:
____ Ainda não tenho permissão! Eu lhe ensinei, mas não pratiquei! Você praticou e por isso fez por merecer os céus! Eu, porém, só agora estou praticando para merecê-lo também!
Muitos “mestres” anunciam a Verdade (muitas vezes, inconscientemente) para mostrar para si mesmos que sabem; que são superiores. Estes devem fazer uma séria reflexão. Surpresos irão descobrir que ao invés de amor, tem alguma espécie de desprezo pelos que os ouvem.
Não devemos nos sentir superiores. Porque não somos mesmo. Qualquer sensação de superioridade é um desprezível sintoma de presunção e de falta de humildade. O auto-falante (a caixa de som) não é a verdadeira voz que ouvimos; por isso não deve ser louvado ou aplaudido. A voz também não é o fio condutor, e também não é o microfone. Porque o pastor deve pensar que é o grande elemento da questão se nem é dono da própria voz? E o que dizer então da Verdade que anuncia? É ele o criador da Verdade? ____ Nós somos apenas “auto-falantes de Deus”!
A propósito do titulo deste texto (O que é a Verdade?), ele parece não ter sido respondido no decorrer desta exposição. E o que o torna muito atraente é o fato de Jesus Cristo não ter respondido tal pergunta ao governador Pôncio Pilatos, conforme narrativa bíblica. Mas neste caso ele não o fez simplesmente porque sabia que devemos sempre observar três indispensáveis quesitos antes de anunciar a Verdade: a pessoa, o momento, o local. Naquela ocasião, nem o momento e, principalmente a pessoa não se adequavam à ação. Porém eu lhes digo, em resumo, que a Verdade é o Bem. É nisto que se resume a Verdade Divina. E se te perguntarem o que é o Bem, diga-lhe que é o Amor e a Justiça. E, se não satisfeitos lhe perguntarem o que é o Amor e a Justiça; então lhe diga que isto é a Verdade. Mas se ainda voltarem ao principio perguntando-lhe: o que é a Verdade? Sejas então sábio e cala-te; pois você esta diante do histórico governador outra vez. São cheios da matéria, mas são pobres do espírito.
Muitos são os que ainda não tem amadurecimento para compreender a Verdade. Os mais imaturos são aqueles que vêem a morte como um fim. Esses terão surpresas. Entretanto, ainda que surpresos, não ficarão decepcionados. Afinal, se eles não têm nenhuma expectativa quanto à vida após a morte; não há do que se decepcionar. Decepção haverão de ter esses que pensam que Deus é propriedade particular de sua igreja e dos seus livros; e que pensam que eles têm lugar reservado nos céus porque falam em nome de Deus. A senha não esta na boca que anuncia, mas no coração puro de amor que pratica, reage e vive.
Mesmo que se anuncie a Verdade de forma equivocada, que se anuncie um deus ilusório ou incorreto; se a intenção ardente é a de iluminar o outro por crer no que crê, e age por instinto de Amor; tanto este quanto também o outro, porque crê também, estarão iluminados. Estes já alcançaram infalivelmente o Reino de Deus. 
Só o Amor salva. Só o Amor salva.
Amemos! Isto é Vida! Isto é, em resumo, a Verdade!

29/06/2012

A MENTE É UM CAVALO ARREADO


Silvio Marques

Recentemente um querido sobrinho comentou numa roda de amigos a meu respeito, tocando em meu ombro e dizendo assim: “Difícil é tirar este aqui do sério”!

Comentários assim me trazem contentamento porque comprova a correta “direção” em que “guiei a minha mente”, autenticando assim a minha serenidade.

O que ele disse, pelo menos aparentemente, é pura verdade. Entretanto, a serenidade demonstrada por mim em certas situações nem sempre autentica o sentimento que se processou em minha mente diante da “proposta” (situação ou comentários) apresentada. Quando tais “propostas” são desagradáveis (ofensivas, caluniadoras ou desonrosas, por exemplo) brota sempre uma sensação incomoda, às vezes muito dolorida, que faz até despertar a “flecha do revide”. É por isto que os conflitos acontecem entre as pessoas. E em mim também se processa assim. ___ Afinal, ainda estou humano!

Toda ação promove uma reação. Isto é uma Lei tanto física como mental. Mas a lei não estabelece qual reação deva ser adotada para cada situação circunstancialmente apresentada. É como dirigir um veículo. Os buracos e tantas outras adversidades na estrada aparecem de repente; e você tem que tomar uma decisão para não colidir, atropelar ou cair no buraco.

Todos querem aprender a dirigir um carro, uma moto, uma lancha. Guiar com competência um veículo deslizando pelas estradas, é mesmo um grande prazer. Mas poucos são os que se preocupam em tomar a direção da própria mente e exercitar isto, para saber como deva “guiá-la” para desviar-se das adversidades da vida.

Veja este diálogo entre um mestre e seu discípulo:

___ Mestre, minha mente muitas vezes é invadida por pensamentos muito ruins quando ouço comentários que me desagradam. Alguns desses comentários quase me roubam a serenidade e promovem o desejo de revide. Isto me incomoda bastante porque macula a paz que busco estar e em harmonia com o universo!

O Mestre, então, o interrompe e lhe diz:

___ Filho, a mente é um cavalo arreado que corre velozmente! Você deve descer do cavalo da mente!

Rennan, o discípulo, então pondera:

___ Mestre, mesmo assim vou continuar pensando! A minha mente vai continuar ativa! Como vou me livrar dessas perturbações?

E o mestre lhe disse:

___ Quem na verdade está galopando este cavalo não é a sua mente genuína! Mas sim, a mente do orgulho, do ciúme, dos vícios, do medo, das dúvidas, dos conceitos e pré-conceitos do homem! Tudo isto lhe apressa; te oprime, te cega! E você perde muito da capacidade saudável de raciocinar e decidir com serenidade!

Devemos todos observar que, estando galopando um cavalo ou guiando um veículo, não temos o domínio total da situação, não somos o supremo mandatário. Temos boa parte do controle, mas não o controle total. Com a nossa mente “galopante” também se processa assim. Entretanto, se tomarmos “posse da direção” de nossa mente (descer do cavalo) teremos o controle total.

Quando eu ainda “estava com a mente à cavalo”, algumas vezes me peguei em conflito com “as minhas mentes”. Assistindo um bom filme à noite, por exemplo, perdia boa parte da trama porque uma parte de minha mente alertava que eu devesse dormir porque teria logo cedo (dia seguinte) sérios compromissos profissionais. A outra parte, entretanto, impunha que eu assistisse ao filme até o fim para conhecer o epilogo e concluir o lazer. Como os meus compromissos profissionais são, naturalmente, mais importantes do que um filme, foi aí que eu aprendi a descer do cavalo da mente citado pelo mestre ao discípulo. Passei a dar mentalmente o “grito de independência”, batendo no peito e dizendo: “Aqui quem manda sou eu”. Este foi o grito da minha mente genuína. E assim também se processa em quase todas as situações que vivencio. ___ Sim, quase todas!

Nenhuma mania, nenhum vício, nenhum costume ou tentação deve poder raptar a sua Mente Genuína para “dar um passeio galopante”. Nem mesmo uma grande paixão, ou até mais do que isto, uma arrebatante devoção.

Eis aí a fronteira entre o território dos fracos, e o território dos fortes. Eis aí a fronteira entre o “falso”, e o Verdadeiro; entre o território das trevas, e da Luz.

Lembre-se: a mente é um cavalo impetuoso, quase indomável, que pode nos conduzir a sérios contratempos.



Existem alguns hábitos providenciais a respeito do domínio da mente, tal qual “contar até dez num determinado momento de iminente descontrole”, que nada mais é do que um claro exercício do que seja “descer do cavalo da mente”. A diferença é que descer do cavalo já (agora) transformando a nossa personalidade e modificando nossos impulsos, é muito mais seguro do que circunstancialmente ter a possibilidade de lançar mão da providencial atitude de contar até dez. Voce poderá conseguir; mas, como bem sabemos, raramente conseguimos.

Devemos nos matricular logo na “escola de habilitação” da mente. Conhecendo as leis mentais e exercitando sempre a ação de descer do impetuoso cavalo, tornar-se-á um hábito que refletirá na nossa personalidade. E assim, será muito mais difícil nos “tirar do sério”.

Paz esteja contigo.

15/06/2012

O homem é como uma semente


Silvio Marques

O homem como um elemento da natureza carrega em si a força (energia), o dinamismo, o movimento. Podemos chamar essas propriedades de “substancias energéticas”. Tem também como bem sabemos os cinco sentidos físicos: visão, audição, paladar, tato e olfato.  A esses sentidos podemos denominá-los de “substâncias sensoriais”. Além disso, ele é dotado de uma alma ou espírito; constituído de Sabedoria, Amor, Alegria, Justiça, Generosidade, Compreensão, etc., que podemos chamá-los “Substancias espirituais”. Observando-o com esse aspecto, vemos claramente que ele no seu todo é como uma semente vegetal dotado de muitas “substancias”.

Uma semente de arroz possui em seu interior determinadas substancias vegetais características da sua espécie. Toda a vez que se plantar uma dessas sementes, ela frutificará grãos de arroz, do qual poderemos extrair infalivelmente as substancias que a compõe.

Entendemos que jamais os grãos de arroz duvidaram da sua natureza, e que tenham recorrido aos santos ou anjos para abençoa-los e ajudá-los a fazer aflorar toda a sua potencialidade e capacidade de produzir as substancias que os constitui. Porisso Jesus disse: “Se tiveres fé como uma semente de mostarda farão obras como a minha...” Ele, Jesus, manifestou toda a sua potencialidade; assim como fazem naturalmente os grãos vegetais, tais como o arroz e a mostarda.
                              
Ao homem, cuja constituição é composta por todos os elementos acima citados, tanto físicos como espirituais, basta-lhe nascer neste mundo como uma semente plantada na terra, e frutificar toda a sua potencialidade e natureza da sua espécie.

Se lhe falta algum elemento dessas substancias; qualquer delas, não é por falha da natureza. ____ Deus não erra! Lembra-se? ____ Havendo carência em um dos sentidos físicos (a visão desde o nascimento, por exemplo) isso prova a existência de outras vidas. Afinal, ninguém vem ao mundo com carências ou imperfeições, simplesmente por falta de sorte ou erro de Deus.

Todas as nossas ações só podem ser classificadas entre duas categorias: boas ou más. Sendo boa, é crédito; sendo má, é débito. Ação Boa: é bênção; ação má: é maldição. Embora possa parecer o contrário, a natureza não tem reações más. Ela sempre cumpre as leis e dá resposta às nossas “ações”. É a Lei de causa e efeito... Colhe-se o que se planta.

O arroz tem a mesma constituição dos princípios dos tempos, porque sempre cumpriu com humildade e pureza a sua “missão”. Por isso nunca lhe faltou nenhum elemento da sua original constituição (exceto por manipulação do homem). O arroz é incapaz de negar os nutrientes que ha em seu interior para esse ou para aquele que o consome. Jamais fez ou fará julgamentos discriminatórios ou seletivos para decidir a quem deva se doar. Ele alimenta humilde e indistintamente aos justos ou criminosos.

                                                                 
 Devemos considerar que a riqueza que ha no interior de todas as coisas e das pessoas, não é patrimônio particular de cada um. Para que serve para o grão de arroz as suas próprias substancias? Para nutrir-se de si mesmo? Analogamente, para que serve para si mesmo o amor que o homem tem em seu interior? Amar a si mesmo não é praticar o próprio amor! O amor que o homem tem, é a substancia que nutre o coração do outro! Em contrapartida nós nutrimos o nosso coração com o fruto dessa ação. E como se já não bastasse, ainda receberemos o amor do outro.

Talvez alguém possa pensar: “É natural o arroz, o feijão, o milho, a mostarda, etc., nutrir tanto aos justos quanto canalhas; pois eles não têm o poder de decidir!” Mas é isso mesmo que faz de nós o mais completo da criação. O arroz só pode dar amido porque é o que ele tem para dar. Amor, compreensão e perdão, somente o homem tem. E se há entre vós alguém que não consiga dar isto; reflita bem. O mal pode estar em ti. Você germinou colônias do mal em seu coração, como pragas que se instalam em plantas desamparadas e mal cuidadas.

Enfim, somos apenas “pontes e estradas” pelas quais transitam a Vida, o Amor, a Sabedoria de Deus. A nossa fé, nossas orações e ações religiosas são autênticos exercícios de manutenção e reparos dessas estradas. Quando agimos com amor, justiça, sabedoria e alegria nos transformamos em magníficos caminhos pelos quais O Pai Se faz transeunte.
Isso sim é um privilégio! Isso é que é benção!

Importantes informações

  Nota de agradecimento e importantes informações aos Leitores e                              seguidores deste Blog em todo o planeta. Ess...