Silvio Marques
Certo dia entre amigos; sentados em volta de algumas
mesas juntadas para acomodar a todos, um querido sobrinho descansou carinhosamente
sua mão em meu ombro e “publicou” o seguinte comentário: “Difícil é tirar este aqui do sério”!
Comentários assim me trazem contentamento, pois
comprovam a correta “direção” em que “guiei a minha mente”, autenticando assim
a minha serenidade.
O que meu sobrinho disse, pelo menos aparentemente, é
a pura verdade. Entretanto, a serenidade demonstrada nem sempre autentica o
sentimento que se processa em mim diante das “propostas” (comentários ou ações)
que me são servidas em certas ocasiões. Muitas delas são extremamente desagradáveis,
e sempre fazem brotar sensações incomodas, às vezes muito dolorida, que fazem
despertar até nas pessoas serenas a “flecha do revide”. É por isso que os
conflitos acontecem. E em mim também se processa assim; ainda que tenha
instalado ao longo da minha experiente vida providenciais “airbags” ou “para
choques” mentais para suportar tais “impactos”.
Toda ação promove uma reação. Isto é uma Lei tanto
física como mental. Mas a lei não estabelece qual reação deva ser adotada para
cada situação circunstancialmente apresentada. É como dirigir um veículo. Os
buracos e tantas outras adversidades na estrada aparecem de repente, e você tem
que tomar uma decisão para evitar os possíveis acidentes.
A propósito, todos querem aprender a dirigir um
carro, uma moto, uma lancha. Guiar um veículo deslizando pelas estradas é mesmo
um grande prazer. Mas poucos são os que se preocupam em tomar a direção da
própria mente para saber como deva “guiá-la” de forma segura e benfazeja. Alguns
preferem se deixar levar pelos impulsos, e ainda dizem que “são assim mesmo, nasceram
assim e que não podem mudar”.
É preciso estudar as Leis da mente para não correr o
risco de conduzir seu destino a desastradas e prejudiciais colisões. Quando
apreendemos essas Leis e as utilizamos no dia a dia, a “viagem” se torna sempre
suave, segura e encantadoramente promissora.
Quando o veiculo que estamos conduzindo esta prestes
a colidir com algum obstáculo, tomamos, mesmo que instintivamente, a
providencia de evitarmos o iminente desastre utilizando-nos do sistema de
direção ou dos freios deste veiculo. Podemos tomar esta iniciativa, esta
providencia, porque os sistemas de freios e direção estão disponibilizados em
tal veículo. Se não tivesse, o choque seria a mais provável consequência. Assim
também acontece com a nossa vida, cujo “diário de bordo” chamamos: destino.
É sensato tomarmos a providencia de “instalarmos”
ferramentas mentais, as quais possam ser utilizadas (ainda que instintivamente)
nos momentos que se fizerem necessários.
A oração, a meditação, a formação espiritual e/ou
religiosa são potenciais instrutores que disponibilizam, como produto final, as
ferramentas necessárias para termos o poder de ajustarmos nossa mente, adequando-a a cada ambiente em que atuamos, transformando nossa vida numa “boa
viagem”. Essas ferramentas mentais, esses frutos de sabedoria, são: a
serenidade, a humildade, a paciência, a confiança, a segurança, o desapego aos
equivocados conceitos lógicos do mundo, e por fim: a clareza mental.
A partir daí, com a mente mais serena e pacífica,
passamos agir sempre (ou quase sempre) de forma mais adequada, mais acertada em
cada situação. E é assim que passamos a escrever um destino suave e feliz no
“livro” da nossa vida.
É isto que eu digo que é “Estar no Céu”. Sigam o Caminho
da Luz.