Silvio Marques
Creio que muitos já “se” perguntaram: “O que é o
paraíso? Como ele deve ser”?
Particularmente não me lembro de ter feito tal
questionamento a nível consciente antes de escrever este texto. Entretanto, é
muito provável que já o tenha feito no nível do inconsciente, assim como tantas
outras pessoas também. Entendo
que “somente quando se clama de alguma forma por alguma coisa, de alguma forma somos
‘ouvidos” com referencia a essa “coisa”. Por isto estas “respostas” emergiram de
mim com tanta naturalidade que nem sei há quanto tempo me habitam. A expressão
bíblica: “Pedi e ser-vos-á dado... batei e abrir-ser-vos-á”, certifica o que acima
digo. Aliás, estas expressões se atualizadas para os dias de hoje, teríamos
ouvido Jesus dizer: “quem procura acha”.
Não tenho a pretensão de afirmar que este texto seja o
“fio de prumo” deste questionamento. Mas são as minhas respostas; as respostas
que meu espírito no momento alcança ou que me é permitido alcançar.
Hoje o que penso é que mesmo para os que vivem numa
atmosfera de grande harmonia, paz e felicidade; este plano terreno em que ora
estamos é ainda um ambiente muito grotesco para as “possibilidades que Deus
Pai” tem para nos oferecer.
O mundo criado à imagem e semelhança de Deus é tão Sublime
e Magnífico, que aqui neste plano não há palavras que possam descrever o que
venha a ser. “Sublime e Magnífico”, ainda que respeitosamente estejam grafados com
letras maiúsculas, é ainda uma tênue insinuação do que ele (o Mundo criado por
Deus) seja. Nem mesmo utilizando-se de apurados eufemismos o homem conseguirá
descreve-lo.
Os menos sensíveis de espírito, ou mais estabelecidos
na matéria poderão questionar: “Como é que ele (eu, o autor) pode afirmar algo
assim"? Será que ele conhece esse tal mundo? Esse Paraíso? Será que o tem estabelecido na sua memória?
Quero dizer que não se trata de uma falta de
inspiração ou de competência de minha parte para descrever o Paraíso. Na
verdade eu não tenho uma memória do Belo Mundo do qual estou insinuando. A
minha certeza quanto ao seu indizível esplendor e magnitude esta na grandeza da
minha Fé. Fé que se traduz por uma consciência que me inspira entender que não
pode existir no mundo visível nada tão belo que possa expressar o máximo das
possibilidades de Deus. Deus é a própria Beleza e Magnitude. Por isso é que
digo ser indizível e inimaginável a beleza e a harmonia do Mundo criado à
Imagem e Semelhança da Beleza Plena: Deus.
Esse Belo Mundo ___ pense ___ não é uma utopia. Quem
estiver nesse nível de raciocínio esta vivendo como que dentro de uma grande
caverna mental de muito pouca luz; num mundo muitas vezes inferior ao que lhe
esta reservado como Filho de Deus.
Também não é uma simples teoria otimista ou teoria consoladora
de minha parte. Este mundo está irremediavelmente reservado para todos.
Inclusive para os habitantes da citada “caverna”, que um dia haverão de
despertar. E digo que esta "reservado" para todos porque entendo que nenhuma alma se perderá irremediavelmente e a ela será
negado o Paraíso. Nenhuma alma, repito, será rejeitada. O Criador não fez manifestar uma
multidão de almas com a “esperança” de aproveitar, “se possível”, somente algumas.
A Vida não se trata de uma “pesquisa” ou “investimento” por parte de Deus. Não
é um jogo de tentativas. Somos, cada um, uma potencial partícula do próprio
criador. Dele não existe “partes descartáveis”. Com Deus formamos um todo
indivisível. Por isso, irmãos, tomo a autoridade de declarar que não devam dar
ouvidos para essas asneiras a respeito de almas que se perderão.
O que morre (que se “perde”) ___ Graças a Deus!___ é o
falso eu material; o homem com conceitos materialistas; o homem iludido pelos
valores do mundo terreno. E isto, convenhamos, não se trata de uma lamentável
perda. É sim o próprio despertar. Um despertar que as organizações religiosas tradicionais tem tido o mérito de proporcionar, embora parcialmente. E é parcial, explico,
porque são conseguidas, muitas vezes, sob a descarada ameaça do “fogo do
inferno”, tentações demoníacas e outras ameaças mais; e não pelo despertar da origem divina, e, portanto, condição
divina do individuo.
Ora! O que pode consumir esse fogo de que falam?
Somente o que pode ser consumido (ser queimado) é o mal, as imperfeições, as
ilusões. O fogo jamais queimara o Filho de Deus que há em todas as pessoas.
Essas organizações religiosas falam como se entendessem que o Amor vem após o
ódio. Como se fôssemos filhos do ódio ou do pecado. Que somente após adentrar
nas igrejas os fiéis passarão a se alimentar de amor e aprender a amar. Por
isso denominam este ato de: “conversão”.
Ora! Ninguém é convertido. O Amor já existente no
âmago desses “aparentemente perdidos” é quem reconhece o Amor que lhe esta
sendo servido. É a ação do Espírito Santo, sim. Mas de dentro para fora. Quanto
a isto louvo ao amor oferecido por essas organizações; pois que oferecem o amor
do Espírito Santo que esta neles também.
Na verdade o ódio, as imperfeições, os pecados, as
tentações, não são a origem de uma alma. Estas coisas apenas representam o
encobrimento do Amor origem que é a essência de todas as almas. Nenhuma
desgraça, imperfeição ou pecado tem poder para destruir irremediavelmente um
Filho de Deus. A todos está reservado a Vida no mais considerável Esplendor.
Uns irão à frente dos outros; e cada um irá de acordo com o seu mérito.
Não se iludem, por favor, com o “bem bom” em que
possam estar vivendo. O verdadeiro “Bem”, o verdadeiro “Bom” é infinitamente superior
ao mais sublime que estiver vivendo. O passaporte para adentrar nesse “Belo
Castelo” é unicamente o amor e a humildade. E isso se encontra em toda alma;
desperta ou não.
Todo o que nasce traz a “marca” do divino e é herdeiro
desses dons e desse Paraíso. Estejam contentes. Não se sintam resignados com as
adversidades que por ventura possam estar vivendo agora, como se fosse uma sina
cruel e irreversível. Nenhuma carência, imperfeição ou deficiência será eterna;
bem como nenhum patrimônio ou honraria. A todos, sem exceção só resta o Paraíso
prometido.
A labuta é o Amor, ____ persevere ____ a conseqüência
é o Reino de Deus.
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