15/06/2012

O homem é como uma semente


Silvio Marques

O homem como um elemento da natureza carrega em si a força (energia), o dinamismo, o movimento. Podemos chamar essas propriedades de “substancias energéticas”. Tem também como bem sabemos os cinco sentidos físicos: visão, audição, paladar, tato e olfato.  A esses sentidos podemos denominá-los de “substâncias sensoriais”. Além disso, ele é dotado de uma alma ou espírito; constituído de Sabedoria, Amor, Alegria, Justiça, Generosidade, Compreensão, etc., que podemos chamá-los “Substancias espirituais”. Observando-o com esse aspecto, vemos claramente que ele no seu todo é como uma semente vegetal dotado de muitas “substancias”.

Uma semente de arroz possui em seu interior determinadas substancias vegetais características da sua espécie. Toda a vez que se plantar uma dessas sementes, ela frutificará grãos de arroz, do qual poderemos extrair infalivelmente as substancias que a compõe.

Entendemos que jamais os grãos de arroz duvidaram da sua natureza, e que tenham recorrido aos santos ou anjos para abençoa-los e ajudá-los a fazer aflorar toda a sua potencialidade e capacidade de produzir as substancias que os constitui. Porisso Jesus disse: “Se tiveres fé como uma semente de mostarda farão obras como a minha...” Ele, Jesus, manifestou toda a sua potencialidade; assim como fazem naturalmente os grãos vegetais, tais como o arroz e a mostarda.
                              
Ao homem, cuja constituição é composta por todos os elementos acima citados, tanto físicos como espirituais, basta-lhe nascer neste mundo como uma semente plantada na terra, e frutificar toda a sua potencialidade e natureza da sua espécie.

Se lhe falta algum elemento dessas substancias; qualquer delas, não é por falha da natureza. ____ Deus não erra! Lembra-se? ____ Havendo carência em um dos sentidos físicos (a visão desde o nascimento, por exemplo) isso prova a existência de outras vidas. Afinal, ninguém vem ao mundo com carências ou imperfeições, simplesmente por falta de sorte ou erro de Deus.

Todas as nossas ações só podem ser classificadas entre duas categorias: boas ou más. Sendo boa, é crédito; sendo má, é débito. Ação Boa: é bênção; ação má: é maldição. Embora possa parecer o contrário, a natureza não tem reações más. Ela sempre cumpre as leis e dá resposta às nossas “ações”. É a Lei de causa e efeito... Colhe-se o que se planta.

O arroz tem a mesma constituição dos princípios dos tempos, porque sempre cumpriu com humildade e pureza a sua “missão”. Por isso nunca lhe faltou nenhum elemento da sua original constituição (exceto por manipulação do homem). O arroz é incapaz de negar os nutrientes que ha em seu interior para esse ou para aquele que o consome. Jamais fez ou fará julgamentos discriminatórios ou seletivos para decidir a quem deva se doar. Ele alimenta humilde e indistintamente aos justos ou criminosos.

                                                                 
 Devemos considerar que a riqueza que ha no interior de todas as coisas e das pessoas, não é patrimônio particular de cada um. Para que serve para o grão de arroz as suas próprias substancias? Para nutrir-se de si mesmo? Analogamente, para que serve para si mesmo o amor que o homem tem em seu interior? Amar a si mesmo não é praticar o próprio amor! O amor que o homem tem, é a substancia que nutre o coração do outro! Em contrapartida nós nutrimos o nosso coração com o fruto dessa ação. E como se já não bastasse, ainda receberemos o amor do outro.

Talvez alguém possa pensar: “É natural o arroz, o feijão, o milho, a mostarda, etc., nutrir tanto aos justos quanto canalhas; pois eles não têm o poder de decidir!” Mas é isso mesmo que faz de nós o mais completo da criação. O arroz só pode dar amido porque é o que ele tem para dar. Amor, compreensão e perdão, somente o homem tem. E se há entre vós alguém que não consiga dar isto; reflita bem. O mal pode estar em ti. Você germinou colônias do mal em seu coração, como pragas que se instalam em plantas desamparadas e mal cuidadas.

Enfim, somos apenas “pontes e estradas” pelas quais transitam a Vida, o Amor, a Sabedoria de Deus. A nossa fé, nossas orações e ações religiosas são autênticos exercícios de manutenção e reparos dessas estradas. Quando agimos com amor, justiça, sabedoria e alegria nos transformamos em magníficos caminhos pelos quais O Pai Se faz transeunte.
Isso sim é um privilégio! Isso é que é benção!

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