Silvio Marques
Tive a felicidade de ter feito a leitura do Livro de Jó quando ainda não tinha nenhuma idéia conclusiva a respeito do mesmo; o que me proporcionou uma leitura interessante e destituída de interferências prepostas.
No princípio da narrativa (capitulo um) são exaltadas as virtudes e riqueza de Jó: “... homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal.”
Nestas primeiras linhas observa-se com muita clareza que o personagem em questão era homem de boa índole “... íntegro, reto, e se desviava do mal” (ao contrario de seus filhos e filhas). Entretanto, a julgar pela exposição do texto, não tive a mesma clareza de que se tratava de um homem de verdadeira fé.
Era da cultura da época (e ainda nos dias de hoje tem sido cultuada) usar a expressão “temente a Deus” para aquelas pessoas que observavam as orientações dos profetas ou da igreja. Isso porque, na doutrina divulgada haviam claras ameaças (e ainda há) para os que descumpriam os mandamentos, como se fossem “castigos” de Deus (cap.5, vers.17 deste livro).
Existem, é bem verdade, algumas traduções que se utilizam da expressão “disciplinamento” em substituição a “castigos”. Mas ainda assim dá a idéia de punição. Assim sendo, podemos concluir que o interesse pelas coisas relativas a Deus não era um exercício de amor, devoção e gratidão ao Pai Criador. Era mais uma imposição inconsciente do medo pelo castigo, do que uma dedicação incondicional de fé. Temiam-se, portanto, aos castigos.
E assim se projetou na vida de Jó. Desgraças de toda sorte caíram-lhe sobre a “cabeça”. No entanto, excetuando-se as mortes de seus filhos que, como seres pensantes e almas distintas atraíram por si mesmos semelhantes destinos; todos os terríveis infortúnios que o atingiram estão justificados em seu próprio lamento no capítulo 3 versículo 25, pois, que lhe foram a causa. Disse Jó “... porque o que eu temia me veio; e o que receava me aconteceu”. Ora! Se ele receava e temia; em que consistia a sua fé senão na própria desgraça?
Há uma Lei mental na cultura oriental (do budismo) que diz: “Manifesta aquilo que esta projetado na mente”. E isto está bem de acordo com o ensinamento de Cristo que diz: “Seja-te feito conforme credes.”
Mas Jó, após muitos lamentos e blasfemias, cai em si arrependido ao ouvir as palavras dos amigos (Elifas, Bildade, Zofar e Eliú)(que neste contexto encenaram os papeis de verdadeiros anjos) e da ação providencial do Espírito Santo, que fez nele despertar o verdadeiro Filho de Deus.
Quantos “Jós” estão ainda entre nós vivendo os seus infortúnios, sem deixar penetrar os suaves “sussurros” do Pai, através de seus parentes e amigos mais próximos, bem como de abençoados missionários?
Deus nos fala através de nossa própria inspiração, porisso se diz: suave sussurro. Mas, observando-se os exemplos de nossos parentes, amigos ou pessoas mais próximas com as quais mais convivemos, ou ainda, através de publicações literárias ou de pregações de iluminados missionários, podemos dizer que a mensagem do Pai veio “à cavalo”. Esta expressão, aliás, muito utilizada nos tempos de Jesus, pode ser entendida como sendo: rapidinho, mais depressa, muito breve. Isso porque, o “veiculo” mais veloz naquela época era mesmo o cavalo. Hoje poderíamos dizer que as mensagens do Pai vem “à internet”; “ao telefone”; etc.
De qualquer forma, o que devemos é ter Fé! Não ter medo! Se tenho medo é prova clara de que não tenho fé! Deus é Cem por cento; não é cinqüenta! “Não resistais ao mal” é a mensagem para isto.
Creia somente no Bem que é Deus! Deus é o Bem Absoluto!
Creia, Filho, e seja bem vindo ao Céu!
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