Silvio Marques
Ao completar quarenta e tres anos minha esposa estava entrando no quarto mês de sua primeira gestação. Gravidez nesta idade costuma preocupar demasiadamente as gestantes; pois existe uma antiga cultura de que é um “parto de alto risco”. Ainda que não reverencie essas crenças, ou talvez porisso mesmo, certo dia eu e ela fazíamos algumas considerações a respeito.
No meu respeitoso modo de ver os Planos de Deus e considerá-los perfeitos; acredito que se uma mulher esta propícia para a gravidez, risco não há pela vontade Dele. E minha esposa parecia entender da mesma forma ou reverenciar muito a mim. A tranqüilidade e segurança transparecia nas suas atitudes, gestos e palavras de extrema serenidade.
Em minhas considerações eu me declarava, com os argumentos acima, avesso a essa idéia de parto de alto risco em função da idade. E mais: que não aceitava, também, a idéia de parto com dor. Afinal, se Deus É Justiça e Bondade porque faria a mulher sofrer tanto para cumprir uma missão que é da natureza? Será que também as árvores, as ervas, as sementes e os animais sentem dores quando germinam ou procriam? Penso que não. E porque não? Simplesmente porque não tem mente que criam a dor e duvidem da bondade e da perfeita obra de Deus.
Entretanto, a respeito disto muitos poderão argumentar, dizendo: “Consta no Gênesis (3:16) que essa sentença foi proferida por Deus à mulher (Eva) como castigo por ter comido da árvore do conhecimento seduzida pela serpente”. Quanto a isto devemos considerar que: Primeiro - Deus não castiga ninguém. Os nossos sofrimentos e insucessos são resultados da má aplicação das Leis da Vida. Exemplo: se voce jogar uma pedra para cima e não sair de baixo será grande a possibilidade de que ela venha a cair na tua cabeça. Mas isso não seria um castigo de Deus, não é mesmo? Segundo - Porque todas as mães do mundo deveriam pagar pelo pecado de uma tal Eva? No citado livro da criação está escrito que é porque ela é a “mãe” de toda a humanidade. Mas (ainda que isto fosse verdade) não seria coerente aceitar que um Deus bondoso generalizasse e estendesse sentenças punitivas para quem não tem culpa. Qual seria a justificativa?
As respostas a estas questões estão em uma análise que transcende as doutrinas religiosas sem alterar os seus textos sagrados. É uma questão de interpretação.
Numa análise mais profunda podemos entender que Deus não se referia ao parto de uma vida humana, da multiplicação da vida para povoar a terra quando se referiu ao parto com dor. Ainda que Tenha dito: “... darás a luz filhos”.
Aproximemos um pouco mais esta questão com a nossa “lente mental” para observá-la melhor: A serpente do texto bíblico não se trata de um ofídio, um réptil, um animal propriamente dito. Ela é a representação dos desejos materiais do homem... “que rasteja no chão”... “que é da terra”, “do mundo terreno”, “desejos mundanos”. Eva (apesar disso certamente contrariar os conceitos de muitos religiosos) não se trata de uma mulher (sexo oposto do homem), nem mesmo a primeira mulher; muito menos mãe de ninguém. Ela representa naquele contexto bíblico o ser humano, o ser carnal (homem e mulher); que comeu do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal; aquela pessoa que cria com a sua mente a idéia de que: “... isso faz mal... isso faz bem”; sem levar em consideração o Perfeito e Harmonioso Plano de Deus para todos nós. Porisso fica expulsa, distanciada deste Perfeito e Harmonioso Plano. Ou seja: O Jardim do Éden.
Sempre que nós, “Evas” do mundo inteiro, afastados da crença de que Deus é Amor, Justiça e Perfeição, duvidamos da Sua divina bondade, “geramos na mente ‘embriões’ de perigo, de medo, de insucesso, de pobreza, de doenças, etc”; que são dolorosos infortúnios na vida de cada um. Assim, o que é gerado na mente materializa-se neste mundo. Eis aí o “parto” com dor.
A minha querida esposa deu luz uma linda menina, hoje com sete anos e muito saudável; não sentiu dor nem contratempo algum.
Como vemos, todo esse conforto e sucesso foram gerados pelas nossas mentes de Fé e Amor.
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