04/08/2011

JESUS, OU BARRABÁS?

Silvio Marques



Todos os anos por volta do dia comemorativo à Sexta Feira da Paixão, milhares de comunidades cristãs encenam atos teatrais da Paixão de Cristo. Todas as redes de TV inserem na sua grade de programas vários filmes afins. E tanto nas filmagens quanto nos teatros a céu aberto das comunidades, um ato muito significativo é este onde os julgadores questionam ao povo: Jesus ou Barrabás?

A resposta a este questionamento é muito simples, não? Mentes puras ou mesmo as mentes mais devassas respondem até inconscientemente o nome de Jesus.

Ao ler esta passagem bíblica (Mt. 27.11-21) sinto que um imaginário sinédrio permanece ativo neste mundo, e se apresenta a todo instante diante de nós para nos julgar e consultar de nossos corações, qual a nossa escolha: “Jesus, ou”... Barrabás?

Vejamos:

Jesus, que representava em todos os sentidos a justiça, a verdade, o amor, a luz naquele “episódio”; foi, por ocasião de seu julgamento, preterido em nome da conveniência dos anciãos e dos principais dos sacerdotes. Esses persuadiram a multidão que escolhesse Barrabás e pedissem a crucificação de Jesus. Persuadir, quer dizer: convencer, argumentar de forma a fazer do outro o seu aliado.

Era da conveniência dos acusadores, que Jesus desaparecesse; não estivesse presente; ficasse longe deles. Assim, tramaram o citado plano para o seu intento. A conveniência no caso está representada pela figura de Barrabás. E este, por extensão, passa a representar o falso, o irreal, a mentira, a ilusão.

Se bem observarmos, em nosso dia a dia quase sempre estamos diante deste imaginário tribunal para escolhermos entre a “o bem” (Jesus: a justiça, a verdade, o autentico), e o conveniente (Barrabas: o falso, a mentira, a ilusão).

Quando escolhemos o conveniente, ou seja: o prazer efêmero, o ilícito, o imoral, o vantajoso injusto, a improbidade; estamos crucificando a verdade. E para que não “doa” muito em nossa alma, às vezes inconscientemente buscamos persuadir os nossos sentidos (muitas vezes com desculpas das mais esfarrapadas, ou embriagando nossos sentidos com bebidas alcoólicas, drogas ou outros prazeres inebriantes) para manter longe a consciência do erro, o sentimento de culpa.____ Como dói, “né”?

Infelizmente é assim que tem sido ao longo dos tempos. Num gráfico crescente e vertiginoso, a infeliz opção dos nossos irmãos pela representação de “Barrabás”, pelas conveniências do dia a dia tem sido a escolhida. Propinas, sonegações, calúnias, traições, negligencia religiosa, infidelidades, vícios, falsas honrarias; tem sido formas comuns de preterir a Justiça, a Verdade, a Fraternidade.

Pilatos, o governador, teve o papel que sempre pertenceu a nossa consciência divina. Nós sempre soubemos discernir o certo do errado. Mas envolvidos pelas fantasias da matéria (conveniência) permitimos o avanço do pecado, a vitória do mal, o apogeu da fantasia e da ilusão.

Jesus bem que poderia dar as respostas que lhes foram formuladas para justificar as suas declarações. Mas esta atitude só livraria a si mesmo da morte física. Entretanto, não era a si mesmo e o seu corpo (e nem o corpo de ninguém) quem ele planejava salvar. Quando Pilatos perguntou-lhe: “tu és o rei dos judeus”? Ele poderia ter reafirmado o que muitas vezes já havia dito: “o Reino de Deus esta dentro de nós”... Se o Reino de Deus esta dentro de nós, todos somos reis quando vivemos em conformidade com a vontade Dele. E assim Jesus teria destruído a idéia de blasfêmia que os acusadores lhe impuseram. ____ Mas não havia de ser assim!

Os erros dos acusadores lá no passado foram grandiosos; mas não menos impuros são os nossos ao longo desses tempos. E os deles, podemos dizer, foram até menores se considerarmos que eles pecaram por ignorância. Ignorância como a nossa que ainda hoje pensamos que Jesus é rei de alguma coisa. Se ele desejasse ser rei, se planejasse ter alguma soberania sobre nós, não poderíamos considerá-lo um ser humilde. Além do mais, ser rei de miseráveis pecadores e ignorantes não é nenhuma honraria. O que ele desejava (e deseja) é que, salvos, alcancemos o reino de Deus como ele, e vivermos vida de reis, filhos de Deus... Como ele.

Vença o “barrabás” que tenta persuadir tua alma! Crucifique-o!
Sinta o Céu! E dê Graças a Deus!

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