24/07/2020

A Vida tem um fim?

Silvio Marques – 09-04-2020
Os menos observadores, ou menos espiritualizados, há muito dizem ou publicam sem nenhuma parcimônia (digo: sem nenhuma atenção) que a vida é curta. Naturalmente contam isto levando em consideração o nascer e morrer neste mundo terreno. Vejo isso como frases balbuciadas por indivíduos que estão reagindo sob o efeito da “realidade” de suas ilusões. São frases soltas como as dos bebês exercitando a fala; sem compromisso com a reflexão; com a busca de substancias palpáveis.
Observemos a Vida, pois, com um pouco mais de atenção:
Se a vida tem um Fim (a morte); então, porque temer esse Fim? Porque temer a morte? Fim é fim; não tem nada mais. Seria o vazio, o nada.
Vamos Pensar isso utilizando uma analogia patrimonial:
Depois que o montante de dinheiro que a gente tinha acabou, só nos restou lamentar tê-lo gastado todo. Mas, é bom observar que: quando o dinheiro acabou, chegou ao Fim deixando-nos pobres, ainda nos restou o raciocínio, o pensamento. E é ele (o pensamento) que fica a se lamentar. Mas, se a morte é o Fim, não restará mais nada. Não haverá mente (vida, pensamento, raciocínio) para lamentar nada, para sentir nada.
Pensemos nisso, então, a seguir: Se há temor do fim (a morte) é sinal claro que no mais profundo estamos “cientes” que, depois do “fim”, poderemos ficar tristes; saudosos; lamentosos; contrariados; aborrecidos; desamparados; sem referencias na provável escuridão ou “mundo novo”!
Para aqueles que não se preparam para a “próxima viagem”, o fim da vida pode representar a morte eterna. Mas nem mesmo assim esse indivíduo viverá no nada. E isso é que é o pior. Faz lembrar aquela frase corriqueira que diz: “Fulano está perdido que nem cachorro que caiu da mudança”.
Acho mais sábio e prudente nos prepararmos agora, nesse caminho, enquanto é tempo, para a nossa longa viagem rumo ao Fim (?).
Pensar que a Vida é eterna pode parecer para alguns que somente os tolos pensam assim. Mas devemos considerar também que esses “tolos” podem considerar uma tolice não enxergar que seja de fato assim.
Particularmente não vejo tolices em nenhum dos dois conceitos. Respeito a conceituação de cada um. Há os que pensam que a morte é o fim; e existem os que pensam que a Vida é eterna. Mas não posso deixar de dizer que, para sentir a Realidade da Vida Eterna é preciso ter elevada espiritualidade. Somente os mais elevados espiritualmente podem ter essa divina inspiração. E para isto tem de se refletir muito, dedicar-se muito à busca das razões da existência.
Quem vive na superfície não conhece o profundo. Quem vive com a mente presa à terra jamais conhecerá o Céu.
Quando conhecemos, ainda que somente um pouco, as Leis da Vida, a existência passa a ser sentida e vivida de forma bem diferente das pessoas que as ignora. As dúvidas ou incertezas não assustam tanto; pelo contrário, passam até ser aliados; incentivadores necessários que nos impõe a reflexão, a busca por respostas. Como consequência, a suavidade aparece, então, como amigo presente. Nem a morte assusta mais. Neste nível de compreensão, ela pode até chegar com sensação de prazer.
A propósito: nunca pense que o suicídio seja solução para nada. Quem morre não recebe compulsória ou consequentemente uma nova existência melhor; não se livra das tentações que os afligia até antes da morte. Muito pelo contrário, carrega consigo o inferno ou paraíso mental em que estava envolvido.
A morte, enfim, somente assusta porque tem configuração de Fim. Não existir é que incomoda; que assusta. Não existir é o nada; e o nada é Nada. Porém, pense Irmão; reflita profundamente: o nada é que não existeVocê sempre estará presente em algum padrão de “Realidade”.
Eternas Bençãos!

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