QUAL O SIGNIFICADO DE ADÃO E EVA

Silvio Marques

                   Qual o significado da expressão “Adão e Eva” citada no Gênesis?

      A maioria das pessoas responderá com muita naturalidade que se trata do primeiro casal na humanidade. Mas na verdade, nem no primeiro plano a citação significa o primeiro casal; mas sim, a humanidade como um todo. A humanidade é sempre representada por um casal (homem e mulher); pois que representa a multiplicação e manutenção da espécie. Então, com uma reflexão um pouco mais atenta e profunda, vamos então investigar se esta afirmação de “primeiro casal” estaria revestida com alguma razoabilidade.

    O “episódio” descrito no primeiro livro da bíblia envolvendo Adão, Eva, a serpente e a maça; matematicamente falando contamos quatro elementos na ação. Mas isto se observarmos sem muita atenção. Com mais um pouco de sabedoria percebe-se que tal evento não tem o significado dramático (ou romântico) que quase todos tem contemplado. Neste episodio não existem quatro (4) elementos que estão praticando uma ação. Se bem observado, veremos que trata-se de apenas dois (2) elementos: o homem e a maça.

      Então vamos pormenorizar a questão:

  Primeiro elemento: Adão. Adão representa o homem criado à imagem e semelhança de Deus; o homem puro, original. Segundo elemento: Eva. Eva representa a parte humana, a personalidade material desse mesmo homem; que come da arvore do conhecimento humano, das logicas humanas. Terceiro elemento: A Serpente. A serpente representa as tentações que podem suscitar na mente do homem; os desejos deste homem; os desejos que todos temos, controláveis ou não, proibidos ou não. Quarto elemento: A maçã. A maça é o objeto do desejo, o alvo do desejo; que no livro foi representado por uma fruta atraente, gostosa, bonita. Mas que na pratica podemos dizer que se trata da atraente mulher do vizinho; por exemplo. Portanto, somente existem no presente episodio: o homem (que ao mesmo tempo é Adão, que é Eva, que é a serpente) e a maça.

                                                              

       Comer da arvore do conhecimento do bem e do mal; pecado creditado ao citado “casal”; nada mais é do que a atitude do homem de adotar os conceitos materiais e humanos como dogmas da Vida. Investir nos conhecimentos do bem e do mal, com o objetivo de aprender a se defender do mal; é se despojar do Bem que é criação divina e única existência. O mal somente existe se você o criá-lo; se você o reconhecê-lo; se você o temê-lo; e que é pior, se você praticá-lo.

       Na verdade ninguém precisa temer o mal. Todos precisamos apenas vivenciar o Bem, acreditar no Bem, praticar o Bem; porque o Bem é criação de Deus. O mal é uma ilusão do homem; tanto quando ele o teme, quanto quando ele o pratica. Quando o homem teme o mal ele esta vivenciando um pesadelo, vendo fantasmas. Quando ele o pratica, esta atuando como um ator numa dramática ficção criada por si mesmo; vivendo num "mundo paralelo".

       O homem não consegue admitir que o mal pode ser combatido com o Bem.  E, pensando bem, não pode mesmo. Quem pratica o Bem não deve pensar que esteja se defendendo do mal; deve simplesmente praticar e vivenciar o Bem. O Bem não é uma arma de defesa; o Bem é o estado natural, é o estado divino do homem. 

        Se alguém te odeia e você diz pra essa pessoa que a odeia também; qual será o resultado disto? É a solução? É assim que se pode promover a reconciliação? Por outro lado, se um dos dois introduzir o Amor e o perdão nesta questão; com certeza alguma coisa vai mudar. Pelo menos para um dos dois: aquele que se propôs ao Amor.

      Todo este enredo, aparentemente romântico e pecaminoso do citado casal, não terá nenhuma validade espiritual, não terá nenhum proveito para o crescimento do homem, se observado e compreendido de forma superficial com os “olhos” da lógica humana. Por isto continuaremos tratando deste tema no próximo artigo.

Boa leitura! Muito Obrigado!