Deus pode ficar cansado?

Silvio Marques

     Depois de criado o universo descrito no Gênesis: nossas galáxias, planetas, a vida do homem (a minha e a sua), os animais, vegetais, etc; Deus ordenou ao homem, seus filhos, que presidisse sobre todas as coisas:

1.26 – Também disse Deus: façamos o homem à nossa imagem... tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.

2.2 – E, havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a Sua obra que tinha feito... e descansou no sétimo dia.

Pessoas que não se dão muito ao deleite da reflexão recebe esta informação de que Deus descansou no sétimo dia, como se de fato Ele tivesse ficado muito cansado de tanto trabalhar. Mas a essência da informação não é esta. O numeral sete (ou sétimo) tem o significado espiritual de perfeição; e também tem o significado de eterno, de continuidade. Portanto, a expressão descansou no sétimo dia não tem o sentido de “ficar cansado e providenciar um descanso”. Esta descrição do Gênesis tem o significado de que Deus permaneceu na contínua criação; deixou a criação “apoiar-se na continuidade”. Por isto que em todos os tempos descobrem-se novos vegetais, novos animais, formam-se novas estrelas, etc.

Quando nós, seres humanos, ficamos cansados, nós apoiamos o nosso corpo numa cama para descansar; analogamente, Deus apoiou a Sua bendita criação numa “cama” chamado continuidade. As turbinas de um avião, após ligado, vai dando giros cada vez mais velozes, mais velozes, mais velozes, até alcançar uma determinada frequência para vôo e nela “descansa”.

Quanto ao poder de criação, da mente criativa; Deus descansou-a na mente do próprio homem, seu filho, para que este prosseguisse com a criação. É dai que vemos as belezas das artes: na musica, na pintura, na literatura, na engenharia e arquitetura; etc. Deu a nós, seus filhos herdeiros, não o poder da criação do universo como um todo; mas sim, a criação do universo de cada um, o existencial de cada um, o destino de cada um. O nosso destino, portanto, esta nas mãos de cada um de nós. A isto dá-se o nome de “Lei do livre arbítrio”. Por isto Jesus disse: “Seja-te conforme credes”! E Sakyamuni Buda (ou Sidarta Gautama) disse: “Tudo é uma projeção da sua própria mente”!

Assim é como vejo!