Silvio Marques
No programa dominical de
uma conhecida rede de televisão, denominado “Fantástico”, que foi ao ar no domingo
dia 21 de dezembro de 2014; o apresentador faz a chamada para uma determinada reportagem,
dizendo em tom de “fantástico”: “Nós
vamos conhecer a casa onde Deus se fez
humano”.
Na realidade devemos
entender que ele deveria ter dito: “a casa onde Jesus viveu na infância”.
Declarações assim é que
autenticam a precária evolução espiritual em que se encontra a humanidade. Em todos
os tempos, em todas as casas, e fora delas também, é onde Deus se faz homem, se
faz humano, se faz matéria todos os dias; antes e depois de Cristo. Tudo na
verdade é a própria manifestação da Vida de Deus. Tudo o que se manifesta neste
nosso mundo terreno; tudo o que se projeta como matéria, é a própria
manifestação de Deus. Deus não é nem nunca foi uma “pessoa”. Nem poeticamente
falando. Deus é o todo de tudo. Todo o existir, material ou espiritual, é Deus.
É preciso despertar
desta lógica ilusória que configura Deus como um ser individual, um “cara”, um “sujeito”.
Parece mesmo que é assim, mas não é. Deus é o todo de tudo e todos nós (homens
e natureza) fazemos parte deste todo.
Fazendo uma analogia
para melhor esclarecer isto, observemos: O corpo físico de todas as pessoas
parece uma “peça” única quando visto apressadamente pelos nossos olhos.
Entretanto, ao estudarmos um pouco mais esta “peça” podemos claramente enxergá-la
em partes. E assim veremos que esta peça na verdade é dividida primariamente em
três partes: cabeça, tronco e membros. Se quisermos aprofundar um pouco mais o
estudo para entender melhor tal peça, veremos que se trata de uma composição de
trilhões de células, de moléculas. Assim, analogamente, também podemos entender
que Deus seja uma “peça” única quando observado sem muita reflexão
(apressadamente). Considerando que cada um de nós, que cada ser criado, cada
Lei e peça material existente é parte deste Todo, enxergaremos, enfim, a
composição do que seja Deus. É por isto que na bíblia cristã esta escrito que
“Deus fez o homem à Sua imagem e semelhança”.
Urge o momento de os
homens atentarem para a Vida, seus objetivos, sua razão de ser e existir. A gerações e gerações as pessoas permanecem muito desatentas quanto a estas
fundamentais questões. Tenho a impressão que cada pessoa vive sentadinha no seu
barquinho existencial, simplesmente navegando nas ondas da existência. E assim
vão “navegando” (vivendo) ao sabor das ondas; todos observando-se uns aos
outros, julgando os barcos alheios... “Que barco torto... Que barco feio... Que
cor horrível”! Muitas vezes invejando e desejando as belas ou bem formosas "embarcações" deste ou daquele... E respiram o ar, e contemplam o céu, e se embebedam nos
prazeres ou vomitam com o balanço das ondas. Mas observar o que deve ser
observado, não fazem.
Será a Vida “istozinho”?
Viemos ao mundo para viver e morrer? Me recuso me ver como uma folha qualquer,
ou um grão de areia!
O que importa ver, queridos;
o que importa de fato e em primeiro lugar: é observar atentamente o seu “barquinho”!
Ele é a extensão de você mesmo. E se refletir um pouco mais, vera que deves
estar muito atento e agradecido também ao mar. Pois é o mar que sustenta o teu
barco. E aprendendo assim a refletir, criando o hábito da reflexão, verá que deves
agradecer, e muito, ao fundo do mar; porque é ele que sustenta as “águas” que
dão amparo ao teu barco. Em resumo, podemos dizer que o Barquinho é você, o Mar
representa as possibilidades da vida, e o fundo do mar é Deus, que a tudo
sustenta e dá vida. Olhe para isto; olhe nesta direção. Aprenda a navegar de
fato, para, cego ou inseguro, não ter que ficar ancorado num “porto seguro”.
Porto seguro é para os fracos, como embarcações precárias.
Reflita à Vida com
profundidade. Quando você conseguir conhecer o “fundo do mar”, enfim dominarás as
águas e navegarás com absoluta confiança e segurança.
Se não, continue na superfície admirando
o por do sol, e seguindo a cabeça daqueles que gritam mais alto à sua volta.
Mas lembre-se: tudo o que vem de fora pode ser simples sedução aos seus olhos
ou ouvidos. O verdadeiro “Manual da Vida” sempre esteve dentro de você.
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