Silvio Marques
As instituições
religiosas tradicionais, embora com muito amor e dedicação oferecido à
humanidade durante todos esses séculos, inconscientemente estão cada vez mais
aumentando o “muro” que bloqueia o verdadeiro despertar dos homens e a sua
natural evolução espiritual. Em razão disto constata-se um estagio espiritual ainda
muito pouco evoluído, tanto desses religiosos quanto de seus seguidores. Os
ensinamentos oferecidos por eles foram (e continua sendo para muitos) serviu,
foi proveitoso; pois amenizou (e ainda ameniza) dores, sofrimentos e emoções
ruins nas pessoas que seguem tais ensinamentos. Mas, infelizmente, insistem em
não se atualizarem.
Princípios tais como:
“A Bíblia Sagrada é a única Palavra de Deus”, “Só Jesus Cristo salva”, “Jesus é
o Deus Criador”, “A salvação só é possível por intermédio da Misericórdia de
Jesus Cristo”; e tantos outros princípios mais, são fundamentos que substanciam
apenas as interpretações que estão sendo servidas por eles. Entretanto só fazem
sentido porque a base das conclusões, ou seja: os citados fundamentos, somente fornecem
substancias para que se chegue a essas conclusões, e nada mais. Se fornecermos
um martelo e uma chave de fenda para uma determinada pessoa, seria impossível para
ela promover a pintura de uma casa. Com tais ferramentas essa pessoa poderia
até consertar algumas coisas danificadas ou ajustar outras mais; mas pintar o
que quer que seja, jamais.
Eu, e naturalmente que milhares
de outras pessoas neste mundo, que lemos os textos bíblicos com a mente totalmente
expandida, descomprometida com fundamentos ou imposições religiosas
(tradicionais ou modernas), enxergamos outras verdades; por vezes muito
distante das conclusões e conceitos religiosos tradicionais.
Com esta visão
diferenciada um dia cheguei a pensar que eu fosse um espírito meio que rebelde.
Algo que não estava correto, que era inadequado para uma pessoa. Cheguei até pensar
que eu fosse um ser errante, um marginal do espírito; e de alguma forma eu me
recriminava por isto. Até entender que esta pseudo “rebeldia” é que foi a minha
sorte. Foi por causa dela que eu pude, livre, escalar o “muro” (que já era
alto) dos impedimentos e restrições religiosas, e pude, enfim, enxergar algo
bem maior, transcendente e magnífico.
____ Lembram-se das
aventuras de “Fernão Capelo Gaivota”, de Richard Bach? Acho que este personagem
“Era eu! Penso que sou eu”! E dia após dia encontro nesta vida outras gaivotas
como eu! Graças a Deus!
Na verdade não somos, mesmo,
obrigados a seguir o que os outros seguem. Devemos, sim, nos obrigar a conviver
em harmonia com todos eles; exercitar a fraternidade. Mas sou o que sou; não o
que querem que eu seja, ou o que achem que eu deva ser.
Certo dia vi pela
televisão um padre conduzindo os fieis a baterem na cabeça e a dizer: “Meu Pai eu sou um miserável! Eu sou um
pobre! Eu sou um pecador”! ____ Ora! Pobres e miseráveis (do espírito) foi
a condição em eles chegaram à igreja. Mantê-los na mesma condição é substanciar
ainda mais a sua miséria, desgraça e inferioridade.
A bem da verdade,
alguns deles não me pareceram com muita convicção, não. Batiam na cabeça meio
de lado! Penso que era para não desmanchar os cabelos!
Convenhamos! Nós somos,
todos, filhos do Criador! Fomos criados à Sua Divina Imagem e Semelhança! É o
que consta no Livro Sagrado deles mesmos! Portanto, devemos nos ver conforme
viu o Pai! Ele, quando criou todo o Universo, incluindo toda a humanidade,
achou “que tudo estava bom”.
Observemos bem esta
analogia: Se um engenheiro se considera competente, ou é considerado “onipotente”;
mas constrói uma edifício pobre e miserável; ele não passa de um engenheiro
pobre, miserável e incapaz. O edifício não tem culpa alguma; a obra não tem culpa
alguma. A culpa das imperfeições das obras, das artes, são do “artista”. Ainda que no caso do homem (a criatura) haja o livre arbítrio, é bem mais proveitoso nos ver e afirmar que somos maravilhosos Filhos de Deus; e não miseráveis.
Que importa se meu
mentor espiritual, meu santo, meu anjo são seres elevados se eu também não sou?
Que importa enaltecê-los em detrimento da minha suposta pequenez e miséria? Sou
tão grande quanto eles, podendo ser até bem maior do que eles, dependendo da minha
convicção e despertar.
Não serão eles que te
elevarão. Santo, papa ou pastor não são vara de salto. Ninguém salva ninguém. Você
é o salvador de si mesmo. Você pode estar ainda num estagio de não acreditar
nisto (o que ainda é mais comum), mas é assim que é na visão de quem já “pulou
a muralha” das imposições religiosas.
Todo o Universo, o
Paraíso, a Paz, a Felicidade, a Alegria estão muito próximos! Muito próximos,
porque estão dentro de você! Próximo não se trata do fator “tempo”; trata-se do
fator “localização”! Esta aí dentro de você e de mim! Creia no Deus que habita
o seu interior, e isto basta para ser feliz!
Seja bem vindo ao outro
lado do “muro”!
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