Silvio
Marques
Quanto mais a ciência estuda o universo,
mais e mais se constata o infinito. Naturalmente que esta constatação não é uma
meta dela. Não é preciso pensar muito para constatar o infinito. Mesmo porque,
se fosse constatado que o universo tivesse um limite, um “fim”, caberia ainda a
pergunta: e depois desse “fim”, o que tem a seguir?
Vamos fazer um exercício de expansão
mental?
Não é difícil!
Aponte um dedo para qualquer direção!
Apontou? Pode trocar a direção, se quiser!
Para qualquer direção que apontarmos,
estaremos apontando para o infinito. Porém, vamos aqui “investigar” apenas uma
direção. Mesmo porque, não haverá como investigar mais de uma. Se uma
determinada pessoa seguir em uma direção rumo ao infinito, ficara,
naturalmente, infinitamente “indo” nesta direção. Seguindo na direção escolhida
ela passara por muitas coisas, muitas situações e absorverá muito conhecimento;
mas jamais chegara ao fim da linha. Por isso é que não há como uma mesma pessoa
investigar mais de uma direção.
Uma viagem a um milhão de anos luz a
partir daqui de onde estamos (o planeta terra), decorreria apenas um breve
instante, se comparado a uma viagem ao infinito.
Bem; o que quero dizer, agora que já nos
expandimos um pouco, é que “aqui” mesmo neste universo infinito pode haver
outros estágios de aprimoramento espiritual; outros “mundos”. Milhares deles.
Podemos prosseguir?
Podemos afirmar que entre o “aqui e o
infinito” tudo pode estar. Inclusive o mundo espiritual.
E agora, assustou?
Não podemos provar que sim... Mas
ninguém pode provar que não.
Podem até dizer que estou ficando louco!
Mas não acenda ainda minha fogueira! Vamos “em frente”.
Na verdade este mundo em que vivemos é
também um estágio espiritual. Tridimensional é só o nosso corpo e tudo o que
vemos. Material são essas coisas que captamos com “a ajuda” dos nossos providenciais
cinco sentidos materiais. Mas o espírito que os reconhece e comanda, não é...
Nem tridimensional, nem material. O universo só é material enquanto o
alcançamos com os olhos e o conhecimento. O infinito, que não pode ser mensurado
é, portanto, algo que se estende do material ao imaterial. E o que não é
material, é espiritual.
Não estou querendo afirmar que o mundo
espiritual fica em algum lugar bem distante daqui. Estou afirmando que ele é
tão imaterial quanto o infinito.
Esta exposição inicial (essa viagem) tem
a intenção de colocarmos, simbolicamente, “lentes telescópicas mentais” para
expandirmos a nossa visão de mundo e de existência. Entretanto, apesar desta
expansão infinita exterior, dentro de cada um de nós existe um universo tão infinito
quanto este que acabo de expor; pois o existir também é infinito. E somente
esse “existir” pode reconhecer o universo e o infinito.
O que rege este universo infinito, é,
como bem sabemos, uma inteligência perfeita, justa e harmoniosa a qual chamamos
Deus, Pai, Criador, Luz, Lei; como queiram. E dentro de cada um de nós existe
toda esta inteligência universal; justa, amorosa, harmoniosa, feliz, sábia. Por
isso Jesus anunciou: “O Reino de Deus esta dentro de vós”. Dentro de nós e dentro
dele, Jesus, também.
Só devemos ter o cuidado para não entendermos
que este Reino esteja dentro do nosso corpo ou mesmo dentro do espírito. A
expressão “dentro”, neste caso, não representa que por “fora” exista algo para
acomodar, para acolher este reino como se fosse uma embalagem necessária. O
Reino de Deus, todo o Seu poder e Glória, esta implícito no existir. Deus e eu
somos Um. Nós e o universo infinito somos um.
Somente os que se utilizam destes dons
divinos em todos os atos; deste “sangue espiritual” que esta dentro de si, esta
a caminho do infinito, vivendo a Vida de Deus. Caminhar ao infinito é viver
eternamente. Os que não estão neste caminho são os que estão (ainda que
momentaneamente) mortos para a Vida.
Na Bíblia consta que “o preço do pecado
(as ações não dignas, não corretas, não divinas) é a morte”. O preço do pecado,
o preço de não viver os dons de Deus, de não praticá-los em todos os atos é não
viver esta verdadeira Vida. O que não vive esta morto. E o que esta morto, não
pode sentir a verdadeira felicidade.
Amar, perdoar e agradecer; humildade, fraternidade
e compreensão; este é o bilhete da passagem para a contínua e eterna viagem da
Vida.
Uma pessoa que se irrita, julga mal os
outros, têm ciúmes, apegos, medos, mágoas; vê a fama, os títulos, o dinheiro e
os prazeres como objetivos da vida, esta limitada à dimensão material. Vive
ainda um estágio muito primitivo e selvagem. Por isso acha até natural comer a
carne dos animais, fazer sexo sem amor só pelo gozo, e cometer atos ilícitos
como se fossem sinais de grande sabedoria. Esses não conhecem as Leis. Não
conhece a Suprema Felicidade. Por isso satisfaz-se com esses prazeres
grosseiros.
Os prazeres são como a lenha da lareira.
Quando a lenha acaba, acaba também o calor e o individuo volta a sentir o frio.
O desconforto do frio impulsiona-o a buscar mais “lenhas”, vivendo nesse ciclo
vicioso. Acontece que a concorrência é grande; a multidão se atropela no que chamam
de floresta para abastecer-se de “lenha” também. E a vida toma esse aspecto de
uma grandiosa contenda selvagem.
O prazer não gera alegria; gera
satisfação, contentamento que logo acaba. É efêmero. A Alegria é que deve gerar
o prazer. A Alegria é que é a fonte. Viver de prazeres é como viver a vida de
um personagem. Por isso são poucos os que conhecem a si mesmos (o Eu Verdadeiro);
e são verdadeiramente felizes; enquanto outros tantos vivem cegos em seu mundinho
teatral.
Acabamos a viagem! Obrigado por
viajar comigo!
Se tiver o que queimar, agora pode acender
a fogueira!
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