27/04/2012

O UNIVERSO... O INFINITO


Silvio Marques

Quanto mais a ciência estuda o universo, mais e mais se constata o infinito. Naturalmente que esta constatação não é uma meta dela. Não é preciso pensar muito para constatar o infinito. Mesmo porque, se fosse constatado que o universo tivesse um limite, um “fim”, caberia ainda a pergunta: e depois desse “fim”, o que tem a seguir?


       Vamos fazer um exercício de expansão mental?
       Não é difícil! 
      Aponte um dedo para qualquer direção! 
      Apontou? Pode trocar a direção, se quiser!

Para qualquer direção que apontarmos, estaremos apontando para o infinito. Porém, vamos aqui “investigar” apenas uma direção. Mesmo porque, não haverá como investigar mais de uma. Se uma determinada pessoa seguir em uma direção rumo ao infinito, ficara, naturalmente, infinitamente “indo” nesta direção. Seguindo na direção escolhida ela passara por muitas coisas, muitas situações e absorverá muito conhecimento; mas jamais chegara ao fim da linha. Por isso é que não há como uma mesma pessoa investigar mais de uma direção.
Uma viagem a um milhão de anos luz a partir daqui de onde estamos (o planeta terra), decorreria apenas um breve instante, se comparado a uma viagem ao infinito.


Bem; o que quero dizer, agora que já nos expandimos um pouco, é que “aqui” mesmo neste universo infinito pode haver outros estágios de aprimoramento espiritual; outros “mundos”. Milhares deles.

            Podemos prosseguir?

Podemos afirmar que entre o “aqui e o infinito” tudo pode estar. Inclusive o mundo espiritual.

            E agora, assustou?

            Não podemos provar que sim... Mas ninguém pode provar que não.
Podem até dizer que estou ficando louco! Mas não acenda ainda minha fogueira! Vamos “em frente”.
Na verdade este mundo em que vivemos é também um estágio espiritual. Tridimensional é só o nosso corpo e tudo o que vemos. Material são essas coisas que captamos com “a ajuda” dos nossos providenciais cinco sentidos materiais. Mas o espírito que os reconhece e comanda, não é... Nem tridimensional, nem material. O universo só é material enquanto o alcançamos com os olhos e o conhecimento. O infinito, que não pode ser mensurado é, portanto, algo que se estende do material ao imaterial. E o que não é material, é espiritual.
Não estou querendo afirmar que o mundo espiritual fica em algum lugar bem distante daqui. Estou afirmando que ele é tão imaterial quanto o infinito.
Esta exposição inicial (essa viagem) tem a intenção de colocarmos, simbolicamente, “lentes telescópicas mentais” para expandirmos a nossa visão de mundo e de existência. Entretanto, apesar desta expansão infinita exterior, dentro de cada um de nós existe um universo tão infinito quanto este que acabo de expor; pois o existir também é infinito. E somente esse “existir” pode reconhecer o universo e o infinito.
O que rege este universo infinito, é, como bem sabemos, uma inteligência perfeita, justa e harmoniosa a qual chamamos Deus, Pai, Criador, Luz, Lei; como queiram. E dentro de cada um de nós existe toda esta inteligência universal; justa, amorosa, harmoniosa, feliz, sábia. Por isso Jesus anunciou: “O Reino de Deus esta dentro de vós”. Dentro de nós e dentro dele, Jesus, também.
Só devemos ter o cuidado para não entendermos que este Reino esteja dentro do nosso corpo ou mesmo dentro do espírito. A expressão “dentro”, neste caso, não representa que por “fora” exista algo para acomodar, para acolher este reino como se fosse uma embalagem necessária. O Reino de Deus, todo o Seu poder e Glória, esta implícito no existir. Deus e eu somos Um. Nós e o universo infinito somos um.


Somente os que se utilizam destes dons divinos em todos os atos; deste “sangue espiritual” que esta dentro de si, esta a caminho do infinito, vivendo a Vida de Deus. Caminhar ao infinito é viver eternamente. Os que não estão neste caminho são os que estão (ainda que momentaneamente) mortos para a Vida.
Na Bíblia consta que “o preço do pecado (as ações não dignas, não corretas, não divinas) é a morte”. O preço do pecado, o preço de não viver os dons de Deus, de não praticá-los em todos os atos é não viver esta verdadeira Vida. O que não vive esta morto. E o que esta morto, não pode sentir a verdadeira felicidade.
Amar, perdoar e agradecer; humildade, fraternidade e compreensão; este é o bilhete da passagem para a contínua e eterna viagem da Vida.
Uma pessoa que se irrita, julga mal os outros, têm ciúmes, apegos, medos, mágoas; vê a fama, os títulos, o dinheiro e os prazeres como objetivos da vida, esta limitada à dimensão material. Vive ainda um estágio muito primitivo e selvagem. Por isso acha até natural comer a carne dos animais, fazer sexo sem amor só pelo gozo, e cometer atos ilícitos como se fossem sinais de grande sabedoria. Esses não conhecem as Leis. Não conhece a Suprema Felicidade. Por isso satisfaz-se com esses prazeres grosseiros.
Os prazeres são como a lenha da lareira. Quando a lenha acaba, acaba também o calor e o individuo volta a sentir o frio. O desconforto do frio impulsiona-o a buscar mais “lenhas”, vivendo nesse ciclo vicioso. Acontece que a concorrência é grande; a multidão se atropela no que chamam de floresta para abastecer-se de “lenha” também. E a vida toma esse aspecto de uma grandiosa contenda selvagem.
O prazer não gera alegria; gera satisfação, contentamento que logo acaba. É efêmero. A Alegria é que deve gerar o prazer. A Alegria é que é a fonte. Viver de prazeres é como viver a vida de um personagem. Por isso são poucos os que conhecem a si mesmos (o Eu Verdadeiro); e são verdadeiramente felizes; enquanto outros tantos vivem cegos em seu mundinho teatral.

Acabamos a viagem! Obrigado por viajar comigo! 
Se tiver o que queimar, agora pode acender a fogueira!

13/04/2012

“MATEUS 19 / 03-12”

Silvio Marques

Certo dia um amigo me questionou sobre qual o entendimento que eu teria a respeito do capitulo 19 do evangelho segundo Mateus. Esse capítulo fala sobre o divórcio. A razão disso era que ele estava em fase de separação conjugal e talvez estivesse buscando em minhas palavras algum alento ou alguma justificativa que pudesse fortalecer a sua (já tomada) decisão.
Como sou livre das imposições religiosas, sinto uma grata e singela aproximação espiritual com Jesus, tendo-o como um amado mestre. Assim, sem nenhum “protocolo” ou exacerbadas reverências tento entender as mensagens desse mestre, vendo-o na condição de um grande e amado amigo.
Talvez possam existir interpretações mais espiritualizadas, místicas, reverentes, menos pragmáticas do que a minha. Entretanto, observando com um pouco mais atenção os versículos de 3 a 12, pude extrair o que a seguir passo a expor; entendendo, ainda, que possa também existir algumas pessoas que não consigam ver estas minhas conclusões de forma tão “coloquial” como se parece para mim. Mas é bom que fique esclarecido que estas conclusões estão em nível do alcance de minha espiritualidade. Portanto, é natural que possa não ser entendida por alguns, ou ficar até muito aquém de outros.

Analisemos o Evangelho:

versículo 03 = os fariseus questionam Jesus... é lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?
versículo 04 = responde Jesus: “não tendes lido que aquele que os fez no principio, macho e fêmea os fez”?
versículo 05 = portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne.
versículo 06 = assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem.

No versículo quatro, Jesus, em resposta aos fariseus, está sinalizando o fato de que é missão do homem e da mulher, que são parte da natureza na condição de macho e fêmea, se “ajuntarem”. No quinto ele indica o casamento como um abençoado propósito para o cumprimento desta missão. E no sexto ele aponta o sentimento de amor, cuja fonte é Deus, o executor do ajuntamento do casal; o ajuntamento das “metades das almas” para formar uma só; em uma só carne. Porém, nesse ponto muitos entendem que este “ajuntamento” é feito (ou somente é considerado) quando realizado por um padre, pastor, ou um dos mais diversos líderes religiosos. Ou seja: que o casamento só é considerado quando realizado pela igreja (em nome de Deus). Mas isto é apenas um costume; faz parte das culturas. Pois é o sentimento de amor que representa Deus no ajuntamento (... e que não o separe o homem).

versículo 07 = volta a perguntar-lhe os fariseus... então porque mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la?
versículo 08 = responde-lhes Jesus: Moisés por causa da dureza dos vossos corações vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim.
versículo 09 = eu vos digo, porém que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.

No oitavo versículo, Jesus, respondendo ao que lhe foi questionado no sétimo, fala na “dureza” de coração, referindo-se ao esfriamento (congelamento) do sentimento de amor, que no começo da relação não foi assim. No começo era cálido e festivo. E sendo assim, para que manter uma relação cujos corações estão “endurecidos pela frieza”? No “gelo” não germinam sementes, que é a razão fundamental do “ajuntamento”.
No versículo nono o mestre volta a considerar o amor como à verdadeira presença (concessão) de Deus no seio do casal. Se qualquer dos dois, mesmo amando o outro deixá-lo por questões de pura conveniência, estará “adulterando” a instituição casamento (ajuntamento de Deus). Na verdade ele (ou ela) não comete adultério somente em caso de infidelidade para com o outro. Não se trata de traição de um para com o outro. Estão traindo ao sentimento de amor; a concessão do ajuntamento. Estão traindo é a Deus, portanto.
Naquele tempo os fariseus e discípulos infelizmente entendiam a mensagem (como ainda hoje a grande maioria entende) de forma superficial, sem profundidade.   Por isso, considerando o que Jesus disse no versículo nono concluíram com medo de ficarem expostos:

versículo 10 = ... se assim é a condição do homem com relação à mulher, não convém casar.

Na verdade eles concluíram que sendo assim como Jesus disse, o casamento seria uma espécie de ameaça; uma iminente armadilha para o pecado e a desobediência; e que o melhor seria então, ficar longe dele “... não convém casar”.  Mas, ora! Se um homem não quer se juntar (no sentido de casamento) a nenhuma mulher, sendo esta a sua condição natural (de natureza); para que então manter-se como macho ativo se a procriação (a relação sexual) só é abençoada através do casamento?
Jesus entendeu perfeitamente a apreensão deles. Por isso orientou-os que, se não pudessem casar, pois que se castrassem. Isto fica bem claro ao citar os eunucos nos versículos finais (11 e 12).

versículo 11 = ... nem todos podem receber esta “palavra” (o amor, o casamento), mas só aqueles a quem foi concedido.
versículo 12 = porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há os que castraram a si mesmos por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o.

Os “castrados” não podem receber o amor ou o casamento instituído por Deus, porque não haveria razão de ser. Porisso entendo que os eunucos nascidos do ventre da mãe, podem ser os indivíduos que nasceram com complicações genitais; os débeis mentais que não sentem atração sexual; também os homoafetivos; etc.
Os eunucos que foram castrados pelos homens, são aqueles, por exemplo, que naquela época eram castrados como punição, ou, ainda, aqueles que eram castrados pelos seus senhores para servirem de guardas dos seus haréns. Também nesse grupo podem encontrar-se novamente os homoafetivos, uma vez que os mesmos não utilizam os órgãos “sexuais” como deveriam por força da natureza (embora muitos casais também não).  E quanto aos eunucos que se “castraram” a si mesmos por causa do reino dos céus, são os celibatários religiosos: padres, sacerdotes, monges, etc.
No primeiro grupo considerei a possibilidade de estarem incluídos os homoafetivos. Isto porque, alguns deles podem estar reparando questões de vidas passadas. Mas também voltei a incluí-los no grupo dos castrados pelo homem. Vários fatores psicológicos podem “desviar” uma pessoa para assumir tal personalidade. As fantasias deste mundo e os traumas de infância são os mais comuns. Ouvi relatos de algumas destas pessoas, que disseram ter reencontrado suas verdadeiras identidades e que afirmaram estar muito felizes. Portanto, que viveram um passado contrário a sua natureza apenas por não terem conhecimento da verdade. Hoje, disseram, estão libertos simplesmente porque a conheceram.
Com todo o respeito (com todo o respeito mesmo), sugiro aos homoafetivos no sentido de refletirem um pouco mais à Vida. Mesmo que doa na sua alma, ou que esta opinião os incomode, a verdade é que o mundo não poderia viver sem os homens, sem as mulheres, sem as aves, sem os animais, sem a água, os ventos, as árvores, enfim. Mas os homoafetivos não fariam nenhuma falta à Natureza. Não tem mesmo nenhuma serventia para a Vida.
Assim, considerando a suprema criação, a Vida no seu mais profundo sentido, a relação entre pessoas do mesmo sexo não é uma relação natural (de natureza). Entretanto, simplesmente devemos respeitá-los em sua vontade. Ainda que, pelo exposto, não abençoemos as suas relações, também não nos é lícito amaldiçoá-los, muito menos discriminá-los. Nem como cidadãos, nem como irmãos.
_____É assim que entendo!
Foi tudo o que “disse” ao meu amigo.

Importantes informações

  Nota de agradecimento e importantes informações aos Leitores e                              seguidores deste Blog em todo o planeta. Ess...