Silvio Marques – 09-04-2020
Os
menos observadores, ou menos espiritualizados, há muito dizem ou publicam sem
nenhuma parcimônia (digo: sem nenhuma atenção) que a vida é curta. Naturalmente
contam isto levando em consideração o nascer e morrer neste mundo terreno. Vejo
isso como frases balbuciadas por indivíduos que estão reagindo sob o efeito da
“realidade” de suas ilusões. São frases soltas como as dos bebês exercitando a
fala; sem compromisso com a reflexão; com a busca de substancias palpáveis.
Observemos
a Vida, pois, com um pouco mais de atenção:
Se
a vida tem um Fim (a morte); então, porque temer esse Fim? Porque temer a
morte? Fim é fim; não tem nada mais. Seria o vazio, o nada.
Vamos
Pensar isso utilizando uma analogia patrimonial:
Depois
que o montante de dinheiro que a gente tinha acabou, só nos restou
lamentar tê-lo gastado todo. Mas, é bom observar que: quando o dinheiro acabou,
chegou ao Fim deixando-nos pobres, ainda nos restou o raciocínio, o pensamento.
E é ele (o pensamento) que fica a se lamentar. Mas, se a morte é o Fim, não
restará mais nada. Não haverá mente (vida, pensamento, raciocínio) para
lamentar nada, para sentir nada.
Pensemos
nisso, então, a seguir: Se há temor do fim (a morte) é sinal claro que no mais
profundo estamos “cientes” que, depois do “fim”, poderemos ficar tristes;
saudosos; lamentosos; contrariados; aborrecidos; desamparados; sem referencias
na provável escuridão ou “mundo novo”!
Para
aqueles que não se preparam para a “próxima viagem”, o fim da vida pode representar
a morte eterna. Mas nem mesmo assim esse indivíduo viverá no nada. E isso é que
é o pior. Faz lembrar aquela frase corriqueira que diz: “Fulano está perdido
que nem cachorro que caiu da mudança”.
Acho
mais sábio e prudente nos prepararmos agora, nesse caminho, enquanto é tempo, para a nossa longa
viagem rumo ao Fim (?).
Pensar
que a Vida é eterna pode parecer para alguns que somente os tolos pensam assim.
Mas devemos considerar também que esses “tolos” podem considerar uma tolice não
enxergar que seja de fato assim.
Particularmente
não vejo tolices em nenhum dos dois conceitos. Respeito a conceituação de cada
um. Há os que pensam que a morte é o fim; e existem os que pensam que a Vida é
eterna. Mas não posso deixar de dizer que, para sentir a Realidade da Vida
Eterna é preciso ter elevada espiritualidade. Somente os mais elevados
espiritualmente podem ter essa divina inspiração. E para isto tem de se refletir
muito, dedicar-se muito à busca das razões da existência.
Quem
vive na superfície não conhece o profundo. Quem vive com a mente presa à terra
jamais conhecerá o Céu.
Quando
conhecemos, ainda que somente um pouco, as Leis da Vida, a existência passa a ser sentida
e vivida de forma bem diferente das pessoas que as ignora. As dúvidas ou
incertezas não assustam tanto; pelo contrário, passam até ser aliados;
incentivadores necessários que nos impõe a reflexão, a busca por respostas. Como
consequência, a suavidade aparece, então, como amigo presente. Nem a morte
assusta mais. Neste nível de compreensão, ela pode até chegar com sensação de
prazer.
A
propósito: nunca pense que o suicídio seja solução para nada. Quem morre não
recebe compulsória ou consequentemente uma nova existência melhor; não se livra das tentações
que os afligia até antes da morte. Muito pelo contrário, carrega consigo o
inferno ou paraíso mental em que estava envolvido.
A morte, enfim, somente assusta porque tem configuração
de Fim. Não existir é que incomoda; que assusta. Não existir é o nada; e o nada
é Nada. Porém, pense Irmão; reflita profundamente: o nada é que não existe. Você sempre estará presente em algum
padrão de “Realidade”.
Eternas
Bençãos!
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