Silvio Marques
Li, escrito num muro, a frase: “Sem Jesus não é possível ser feliz”.
Por estar escrito na parede de um “Caldo de cana”, ou seja: nas dependências de
um estabelecimento comercial, pensei tratar-se de uma ação individual de uma
pessoa que estava com o coração cheio de gratidão. Fiquei, então, a imaginar a
felicidade que a pessoa que escreveu deveria estar vivendo naquele momento. Certamente
por isso é que quis anunciar a todos o caminho que lhe foi bom. Julguei tratar-se
de uma pessoa muito sensível e amorosa. Afinal, a frase não estava escrito com
carvão, nem giz ou caco de telha; com os quais podemos fazer tal inscrição em
apenas alguns minutos. Ela estava muito bem trabalhada, escrito com tinta a
óleo e letras decorativas; mostrando todo o cuidado e carinho do autor. A
julgar pelo capricho ele se dedicou durante um considerável tempo para a
composição da obra.
É claro que ele pode ter contratado os
serviços de um profissional. Mas isto não diminui a sua sensibilidade e muito
menos a sua gratidão
Analisando pela ótica dessa
pessoa, a frase seria irretocável. E também pela ótica de outras tantas
milhares de pessoas felizes. Entretanto, se expandirmos a nossa reflexão
poderemos colocar outros nomes no lugar em que na frase está grafado Jesus.
Afinal, felicidade não é propriedade particular dos cristãos. Assim como a Luz
da Verdade não o é.
Embora esta afirmação possa
causar algum (ou muito) incômodo na mente de muitas pessoas; ao ponto de alguns
até pararem a leitura do presente artigo a partir do final do parágrafo
anterior; não podemos, como diz na velha máxima, “tapar o sol com a peneira”.
Ninguém é feliz simplesmente por que é cristão. Somos felizes (ou podemos ser)
porque captamos a “luz” emanada de Deus nas mensagens de Jesus, e as
vivenciamos. Porém, tantos foram os mensageiros que antes, durante e depois
dele anunciaram a Verdade salvadora também.
Achar que somente
Jesus Cristo salva, é equivocar-se achando que o que vence a escuridão são as
lâmpadas. Na verdade o que a tudo ilumina é a luz. A lâmpada é o meio pelo qual
a energia provinda da fonte se utiliza para se manifestar em forma de luz e
facilitar a nossa vida proporcionando claridade. Ou seja: Deus, que É a Fonte
de tudo, se utiliza de mensageiros (tantos quantos forem necessários) para
anunciar os Seus dons e facilitar que enxerguemos o caminho a procura da “terra
prometida”; o Paraíso.
Diversas formas e tipos de
lâmpadas existem nesse mundo e em toda parte dele. Mas luz é luz. É uma coisa
só. Sua serventia é clarear. Se uma lâmpada não clareia, ela não presta mesmo;
não tem utilidade. Mas, se ela clareia, porque devemos fingir que não estamos
vendo, somente porque gostamos dessa ou daquela luminosidade?
Se Jesus para muitos é o mais
potente dos “holofotes”, ainda assim não podemos dizer que as outras “lâmpadas”,
ainda que pequenos “pirilampos”, não clareiam, não sejam Luz.
A cada um basta o seu
merecimento. A cada “cego” basta a sua luz. Penso que há entre nós muitos que
nem precisa dessa luz suplementar para enxergar. Somente os que se afastaram
demais precisam de faróis, necessitam de “ajuda”, de “lanternas”.
Em primeiro lugar, abra bem
os seus olhos. Não serão as “lâmpadas”, e nem mesmo a Luz, que te fará ver.
Eles apenas promovem a possibilidade de você enxergar. Como o sol. Mas se você
não tomar a decisão de abrir os olhos, ou cobri-los com preconceitos, nada
verá.
Abraços e Bençãos!
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