30/04/2019

A Luz e as Lampadas


Silvio Marques



Li, escrito num muro, a frase: “Sem Jesus não é possível ser feliz”. Por estar escrito na parede de um “Caldo de cana”, ou seja: nas dependências de um estabelecimento comercial, pensei tratar-se de uma ação individual de uma pessoa que estava com o coração cheio de gratidão. Fiquei, então, a imaginar a felicidade que a pessoa que escreveu deveria estar vivendo naquele momento. Certamente por isso é que quis anunciar a todos o caminho que lhe foi bom. Julguei tratar-se de uma pessoa muito sensível e amorosa. Afinal, a frase não estava escrito com carvão, nem giz ou caco de telha; com os quais podemos fazer tal inscrição em apenas alguns minutos. Ela estava muito bem trabalhada, escrito com tinta a óleo e letras decorativas; mostrando todo o cuidado e carinho do autor. A julgar pelo capricho ele se dedicou durante um considerável tempo para a composição da obra.

É claro que ele pode ter contratado os serviços de um profissional. Mas isto não diminui a sua sensibilidade e muito menos a sua gratidão

Analisando pela ótica dessa pessoa, a frase seria irretocável. E também pela ótica de outras tantas milhares de pessoas felizes. Entretanto, se expandirmos a nossa reflexão poderemos colocar outros nomes no lugar em que na frase está grafado Jesus. Afinal, felicidade não é propriedade particular dos cristãos. Assim como a Luz da Verdade não o é.

Embora esta afirmação possa causar algum (ou muito) incômodo na mente de muitas pessoas; ao ponto de alguns até pararem a leitura do presente artigo a partir do final do parágrafo anterior; não podemos, como diz na velha máxima, “tapar o sol com a peneira”. Ninguém é feliz simplesmente por que é cristão. Somos felizes (ou podemos ser) porque captamos a “luz” emanada de Deus nas mensagens de Jesus, e as vivenciamos. Porém, tantos foram os mensageiros que antes, durante e depois dele anunciaram a Verdade salvadora também.

Achar que somente Jesus Cristo salva, é equivocar-se achando que o que vence a escuridão são as lâmpadas. Na verdade o que a tudo ilumina é a luz. A lâmpada é o meio pelo qual a energia provinda da fonte se utiliza para se manifestar em forma de luz e facilitar a nossa vida proporcionando claridade. Ou seja: Deus, que É a Fonte de tudo, se utiliza de mensageiros (tantos quantos forem necessários) para anunciar os Seus dons e facilitar que enxerguemos o caminho a procura da “terra prometida”; o Paraíso.
Diversas formas e tipos de lâmpadas existem nesse mundo e em toda parte dele. Mas luz é luz. É uma coisa só. Sua serventia é clarear. Se uma lâmpada não clareia, ela não presta mesmo; não tem utilidade. Mas, se ela clareia, porque devemos fingir que não estamos vendo, somente porque gostamos dessa ou daquela luminosidade?

Se Jesus para muitos é o mais potente dos “holofotes”, ainda assim não podemos dizer que as outras “lâmpadas”, ainda que pequenos “pirilampos”, não clareiam, não sejam Luz.

A cada um basta o seu merecimento. A cada “cego” basta a sua luz. Penso que há entre nós muitos que nem precisa dessa luz suplementar para enxergar. Somente os que se afastaram demais precisam de faróis, necessitam de “ajuda”, de “lanternas”.

Em primeiro lugar, abra bem os seus olhos. Não serão as “lâmpadas”, e nem mesmo a Luz, que te fará ver. Eles apenas promovem a possibilidade de você enxergar. Como o sol. Mas se você não tomar a decisão de abrir os olhos, ou cobri-los com preconceitos, nada verá.

Abraços e Bençãos!

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