Silvio Marques
Qual destas ações seria a menos indigna para uma
pessoa atuar se tivesse coragem de fazê-lo?
Roubar, furtar, extorquir, explorar, apropriar-se
indevidamente. Todas
estas abomináveis ações tem suas diferenças bem definidas juridicamente.
Entretanto, é bem claro que convergem a um único ponto: a apropriação indevida.
Juridicamente existem ainda
definições para os outros agentes destas ações: O Sujeito
ativo = quem
furta, o crime que pode ser praticado por qualquer pessoa. Sujeito passivo =
quem é furtado. Este pode ser tanto a pessoa física, como a pessoa jurídica,
pois esta também tem patrimônio. Tipo objetivo: A ação física é a de
subtrair, que significa retirar a coisa do legítimo possuidor contra a vontade
deste. Por coisa entende-se
qualquer coisa corpórea com valor econômico, independentemente de ser tangível.
Podendo ser também coisa corpórea apenas de valor sentimental bastando que faça
parte do patrimônio (fonte: internet)
Muito provavelmente nenhum dos senhores
leitores desta página sentem-se (pelo menos até aqui) incluídos como sujeito ativo nessa questão. Não
obstante, peço licença e convido-os para que façamos uma reflexão. Analisemos
com atenção este episódio.
“Certa
senhora, naturalmente impulsionada pelos problemas que a atormentavam, veio até
mim para uma consulta. Em nossa conversa ela casualmente me informou que era
aposentada há treze anos. Não sei se a minha fisionomia me denunciou; mas sinceramente
achei muito estranho. Como uma pessoa tão jovial e saudável poderia estar a
treze anos sem prestar serviços para a comunidade? Como uma pessoa pode ficar
tanto tempo sem contribuir com a construção do mundo, e por tanto tempo não
perceber que vive como um mendigo que recebe sem trabalhar? ___ Ela não me
parecia doente; nem física nem mentalmente.”
Bem sabemos que um médico estuda as
“feridas” do corpo de uma pessoa para identificar as causas e promover o
processo de cura desse paciente. Pelo tipo de ferida ele faz a “leitura” de
toda a situação. Assim também somos nós que estudamos as coisas da mente, as
coisas do espírito. Aquela senhora nem percebeu, mas o seu comentário quanto à
questão da sua aposentaria, foi para mim a exposição de uma ferida.
“Quem com ferro, fere; com ferro será
ferido.” Lembram-se desta máxima? Isto é uma Lei mental. “Colhemos o que
plantamos.” A bíblia e outros tantos livros sagrados estão recheados de
citações quanto a estas Leis.
Segundo
o seu relato, havia em sua vida problemas tais como desarmonia familiar, marido
distante, filho usando drogas, dificuldades financeiras. Tudo isto construindo e
alimentando um “tumor mental” manifestado em forma de tristeza, desânimo,
tormento e sofrimento para ela.
Analisemos a questão: Deus deu aos
seus filhos toda a riqueza do mundo. Somos herdeiros da alegria, da abundancia,
da paz, da saúde, da harmonia, de todo o bem, enfim. Se uma pessoa não está
vivendo estes aspectos, não esta podendo usufruir deste seu divino
“patrimônio”, é porque ela está sendo, de alguma forma, “roubada” dos seus
direitos.
Todo o ganho de uma pessoa que
procede assim como esta senhora vem procedendo, é amaldiçoado. E todos aqueles
que usufruem desse ganho herdam também o seu passivo maldito. Este tipo de
pessoa tem mente semelhante à de um criminoso; não dimensiona o mau que esta
cometendo. Esta cometendo o crime de apropriação
indevida, sem nem se tocar. E muitas delas ainda pensam que estão sendo
espertas. Mas, diz a Lei: “Se a mente esta no fogo, a alma arde”. ___ Penso que isto é que deva ser o inferno!
Naturalmente que eu não disse nada
disso para aquela senhora. Não seria tão cruel. Mesmo porque, sabia que diante
de mim estava uma carente filha de Deus aguardando a orientação do Pai através
de mim.
Perguntei
como estava a sua vida religiosa e ela me disse que orava ardentemente e
frequentava os cultos na igreja com muita devoção. Mas, mesmo assim aquela
angustia não passava; os problemas permaneciam e se multiplicavam. Estavam
sempre ali como que algemados em seu coração.
Então lhe disse, com a coragem que a
situação impunha:
A
senhora acha mesmo justa a sua prematura aposentadoria? Está me parecendo muito
saudável e em condições de ofertar algum tipo de trabalho para a coletividade! Se
não vem fazendo assim, me faz pensar que está lhe faltando sentimento de
gratidão e generosidade! Acha mesmo natural receber o seu salário sem a contrapartida do trabalho; tendo condição de fazê-lo?
Ela apresentava até este momento uma
fisionomia muito preocupada. Mas, bem de leve chegou a balançar a cabeça
afirmativamente, e suspirou.
Disse-lhe, então: Quando aposentamos nós estamos abdicando de
alguns “direitos” também; não é assim? Não só dos deveres. Reveja a sua atitude
mental! Ponha mais amor e sentido de justiça em todos os seus atos! Faça
tudo o que fizer a partir de agora, como oferenda para Deus! Tenho certeza: tudo vai se ajustar, não só
na sua vida, mas na dos seus filhos também que são seus legítimos herdeiros! Não abdique dos seus “direitos” como
herdeira de Deus! ___ E assim encerrei.
Enquanto as pessoas permanecerem com
atitudes não dignas de um filho de Deus, nada em sua vida se ajustara. Todos os
procedimentos que fizerem para amenizar a sua dor, ou curar de vez as suas “feridas”,
terão o mesmo resultado que o de assoprar um dedo para resfria-lo, estando com a
mão no fogo.
Considere sempre isto: Todo o mal por alguém praticado tem a contrapartida de um mal multiplicado.
Paz esteja com contigo!
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