Silvio
Marques
Tenho certeza que
todas as pessoas que farão esta leitura sabem contar até três. Até três é o
máximo que precisarão contar para encontrarem, enfim, a Felicidade, a Fartura,
a Saúde, a Paz, e tudo o mais que desejarem.
Alguns dizem que já
encontraram (ou que só é possível encontrar) tudo isto em Jesus; outros em Buda;
outros em Maomé. Isto somente para citar as três grandes religiões e os seus
respectivos manifestantes. Mas de forma generalizada, a grande maioria, mesmo que
displicentemente, diz que busca tudo isto em Deus. E a partir desse conceito vivem
a pedir, e a pedir, e a esperar, e a implorar, muitas vezes resignadamente como
filhos miseráveis, desamparados e fracos.
Compreendo que cada um
vive num determinado nível espiritual que pôde alcançar com a sua busca e
consequente despertar. Mas, ainda assim, acho curiosa esta fé cega, e de certa
forma, até insana desses “pedintes”. Como pode? Chamam Deus de Pai Onipotente,
mas se veem tão destituídos de grandeza e de poder. Ora! Como um Pai poderoso
pode ter filhos tão miseráveis? Será este pai tão egoísta a ponto de não
estender seus poderes e suas riquezas aos seus Filhos? Sinceramente, se eu
tivesse um pai desse eu o mandaria enfiar as suas posses.
A bem da verdade quero
dizer que, do meu jeito, eu já fiz isto. Um dia eu vi que o pai que eu
acreditava ser tão poderoso, na realidade não via em minha vida respaldo algum para
que eu pudesse fazer tal afirmação. E foi aí que despertei para o equivoco que
vinha cometendo e na ilusão em que eu vivia.
Mas não pensem que eu
deixei de acreditar em Deus e em Seus Misericordiosos Poderes. Não destituí a
Sua Divina paternidade. Compreendi que no Pai não havia nada de errado. O erro
estava no filho que eu vinha sendo. Eu é que era um filho fraco, cego,
insensível e irracional.
Paz e Felicidade são
riquezas que todo mundo sempre deseja. Mas poucos são os que reconhecem que já as
possuem. Poucos são os que sabem enxergá-las quando elas estão provendo a sua
vida.
Certo dia fiquei concentradamente refletindo
no seguinte ponto:
Nós, como seres
viventes deste plano terreno, precisamos respirar para viver; o ar é uma
provisão indispensável à vida; e, com efeito, nós nos mantemos respirando a
todo instante todos os dias. Mas não precisamos pedir o ar, nem orar para que o
tenhamos; muito menos implorar. Será que o ar, a paz e a felicidade são
“riquezas” de “fontes” distintas? Seja como for, todas estas riquezas estão aí
para serem apropriadas por todos nós, indistintamente. Se fizermos da forma
correta, todas essas “coisas” estarão em abundancia em nossas vidas.
Se de alguma forma
obstruirmos as nossas narinas, certamente não respiraremos satisfatoriamente.
Teremos muita dificuldade para fazê-lo. Se não estamos vivendo
satisfatoriamente com abundancia de Paz e Felicidade, não será porque estamos
de alguma forma obstruindo esta provisão?
Eis aqui o momento em
que aparecem os Três Anjos em nossas vidas, e que podem nos fartar de todas
estas riquezas. Apenas três anjos. São eles: Anjo Pensamento, Anjo Palavra,
Anjo Atos. Tudo em nossas vidas são frutos destes três Anjos. Toda a Graça,
toda a Glória, toda Misericórdia são provindas unicamente deles. E não precisamos
pedir. Por isto Jesus disse: “O Reino de Deus está dentro de vós”. Esta dentro,
não está fora. E é bom lembrar: nenhum Rei vive fora de seu reino. Onde esta o
reino, lá estará o seu Rei.
Cuidem, portanto,
Filhos, desses três anjos, únicos verdadeiramente salvadores, que estão em seu
“interior”. Eles são os potenciais propulsores de todas as infinitas riquezas
que podem fluir para suas vidas.
Mas, devo ainda adverti-los:
sejam prudentes, atentos e zelosos com seus sentimentos. Esses Anjos, ainda que
Poderosos e infalíveis, por força das Leis da mente e do misericordioso Livre
Arbítrio, podem manifestar-se também como seres inferiores, materializando a
imagem e semelhança de vossos sentimentos e emoções inferiores. E então poderemos
“tê-los” como Três patetas desastrados que te promoverão desgraças, carências e
infelicidades.
Esses Três Anjos é o Verbo tão falado. É deles que provém
toda a criação de seu destino. Tu és enfim, Anjo de si mesmo.
Agora, Filhos, que todos
já sabem; a mesa está posta.