12/06/2013

Os Tres Anjos

Silvio Marques

Tenho certeza que todas as pessoas que farão esta leitura sabem contar até três. Até três é o máximo que precisarão contar para encontrarem, enfim, a Felicidade, a Fartura, a Saúde, a Paz, e tudo o mais que desejarem.
Alguns dizem que já encontraram (ou que só é possível encontrar) tudo isto em Jesus; outros em Buda; outros em Maomé. Isto somente para citar as três grandes religiões e os seus respectivos manifestantes. Mas de forma generalizada, a grande maioria, mesmo que displicentemente, diz que busca tudo isto em Deus. E a partir desse conceito vivem a pedir, e a pedir, e a esperar, e a implorar, muitas vezes resignadamente como filhos miseráveis, desamparados e fracos.
Compreendo que cada um vive num determinado nível espiritual que pôde alcançar com a sua busca e consequente despertar. Mas, ainda assim, acho curiosa esta fé cega, e de certa forma, até insana desses “pedintes”. Como pode? Chamam Deus de Pai Onipotente, mas se veem tão destituídos de grandeza e de poder. Ora! Como um Pai poderoso pode ter filhos tão miseráveis? Será este pai tão egoísta a ponto de não estender seus poderes e suas riquezas aos seus Filhos? Sinceramente, se eu tivesse um pai desse eu o mandaria enfiar as suas posses.
A bem da verdade quero dizer que, do meu jeito, eu já fiz isto. Um dia eu vi que o pai que eu acreditava ser tão poderoso, na realidade não via em minha vida respaldo algum para que eu pudesse fazer tal afirmação. E foi aí que despertei para o equivoco que vinha cometendo e na ilusão em que eu vivia.
Mas não pensem que eu deixei de acreditar em Deus e em Seus Misericordiosos Poderes. Não destituí a Sua Divina paternidade. Compreendi que no Pai não havia nada de errado. O erro estava no filho que eu vinha sendo. Eu é que era um filho fraco, cego, insensível e irracional.
Paz e Felicidade são riquezas que todo mundo sempre deseja. Mas poucos são os que reconhecem que já as possuem. Poucos são os que sabem enxergá-las quando elas estão provendo a sua vida.
Certo dia fiquei concentradamente refletindo no seguinte ponto:
Nós, como seres viventes deste plano terreno, precisamos respirar para viver; o ar é uma provisão indispensável à vida; e, com efeito, nós nos mantemos respirando a todo instante todos os dias. Mas não precisamos pedir o ar, nem orar para que o tenhamos; muito menos implorar. Será que o ar, a paz e a felicidade são “riquezas” de “fontes” distintas? Seja como for, todas estas riquezas estão aí para serem apropriadas por todos nós, indistintamente. Se fizermos da forma correta, todas essas “coisas” estarão em abundancia em nossas vidas.
Se de alguma forma obstruirmos as nossas narinas, certamente não respiraremos satisfatoriamente. Teremos muita dificuldade para fazê-lo. Se não estamos vivendo satisfatoriamente com abundancia de Paz e Felicidade, não será porque estamos de alguma forma obstruindo esta provisão?
Eis aqui o momento em que aparecem os Três Anjos em nossas vidas, e que podem nos fartar de todas estas riquezas. Apenas três anjos. São eles: Anjo Pensamento, Anjo Palavra, Anjo Atos. Tudo em nossas vidas são frutos destes três Anjos. Toda a Graça, toda a Glória, toda Misericórdia são provindas unicamente deles. E não precisamos pedir. Por isto Jesus disse: “O Reino de Deus está dentro de vós”. Esta dentro, não está fora. E é bom lembrar: nenhum Rei vive fora de seu reino. Onde esta o reino, lá estará o seu Rei.
Cuidem, portanto, Filhos, desses três anjos, únicos verdadeiramente salvadores, que estão em seu “interior”. Eles são os potenciais propulsores de todas as infinitas riquezas que podem fluir para suas vidas.
Mas, devo ainda adverti-los: sejam prudentes, atentos e zelosos com seus sentimentos. Esses Anjos, ainda que Poderosos e infalíveis, por força das Leis da mente e do misericordioso Livre Arbítrio, podem manifestar-se também como seres inferiores, materializando a imagem e semelhança de vossos sentimentos e emoções inferiores. E então poderemos “tê-los” como Três patetas desastrados que te promoverão desgraças, carências e infelicidades.
Esses Três Anjos é o Verbo tão falado. É deles que provém toda a criação de seu destino. Tu és enfim, Anjo de si mesmo.
Agora, Filhos, que todos já sabem; a mesa está posta.

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