Silvio Marques
A
palavra “Vida”, como bem sabemos, representa uma ação constante. Vida é
sinônimo de movimento; dinâmica; desenvolvimento; resposta, resultado; ação e
reação.
No
plano da vida humana processa-se um seguinte ciclo de vida: o homem planta uma
semente, o solo responde ao homem; a semente responde ao solo; a planta
responde à semente; o fruto responde à planta, e se oferece insinuante para o
homem, concretizando o seu desejo inicial.
Esse homem
colhe o fruto apetitoso; saboreia-o gratificado; se fortalece com os seus
nutrientes, e por fim volta a plantar a semente que o fruto lhe deu. Este é o
ciclo de vida no plano material.
Os
elementos que compõem este ciclo são inseparáveis. Ainda que o homem possa ser
substituído por outro animal, a estrutura do ciclo permanece a mesma. A idéia é
uma só. Cada um habita no outro numa
interdependência natural. Assim, podemos concluir que o homem (os animais como
um todo), o solo, a semente, a planta e o fruto, são um só ser. Outros
elementos naturalmente se fazem necessários neste processo; como o ar, a água,
os ventos; o sol, etc. A energia do homem, portanto, é a mesma energia do solo,
da semente, da planta, do fruto, do sol.
No
ciclo da vida espiritual o processo tem a mesma estrutura. O homem planta suas
expectativas (seus desejos) com a mente, o universo responde. O universo, assim
como as sementes, não cometem equívocos. As Leis são naturais, infalíveis e
imutáveis. Ainda que você plante arroz, desejando colher feijão, seu desejo não
será atendido. Isto todos sabemos. Mas nem todos consideram que também seja
assim no plano da “lavoura” espiritual.
Se
o homem plantar amor estará semeando em solo sagrado; no solo de Deus; a
Verdadeira Vida. E é natural que colherá Amor. E irá “saboreá-lo”; e irá
fortalecer-se de alegria; e, gratificado, irá semear o Amor outra vez. Este é o
ciclo da Felicidade. ____ Eis aí o Jardim do Éden!
Entretanto,
se não plantarmos atos que estejam substanciados pelo Amor e pela Justiça,
estaremos semeando no solo da ilusão, da fantasia, dos devaneios. E nesse solo
jamais se colherá os frutos da felicidade verdadeira. Colheremos exatamente os
frutos com a imagem e semelhança das sementes que elaboramos com a nossa
própria criação. Pois nesse solo, nesse campo, também funcionam as leis mentais
estabelecidas: “colhemos o que plantamos”. Não é uma criação divina, é sua
criação; mas as leis se fazem cumprir à sua sincera vontade. Alias isto não é bem
uma criação.___ Ilusão é igual a nada!
Lastimavelmente
a humanidade, em sua grande maioria, planta substancialmente nesse solo falso.
E é por isso que vemos toda essa farra com cara de felicidade que as pessoas
pensam ter. E o que é pior: a maioria inconsciente deseja ardentemente vivenciar
essa farra também. Todavia, em razão de essa “alegria” ser falsa e efêmera,
para ser vivida e sentida é fundamental vestir-se a mascara da embriagues nas
suas mais diversas “modalidades”. Naturalmente! Se o ato é fictício, o ator tem
de ser um personagem. A embriagues faz parte da ação desse ato de ser “feliz”.
Nem percebem, mas precisam embriagar a consciência, de encobri-la, ou de alguma
forma adormecê-la para que não haja uma interferência (“autocondenação”) que
consequentemente “corte o seu barato”.
Somente
com a “embriagues” que os prazeres proporcionam é que o homem consegue
“esconder-se” de si mesmo enquanto eles duram, e pensam que estão sendo felizes.
Pois lhe digo que se você não é feliz na segunda feira, não será verdadeira a
sua “felicidade” de sexta feira à noite ou de sábado e domingo o dia todo.
Muitos pensam que segunda feira não é dia para ser feliz; segunda feira é tão
somente dia de trabalho. Mas o trabalho é uma das mais fundamentais
“substancias” que compõe o “Bolo da Felicidade”.
A
existência de cada um já vem contemplado com um “jardim” para você exercitar a sua
vontade, os seus desejos. Tudo o que nele floresce é a fotografia da sua alma.
Viver
o falso ou viver o verdadeiro tem uma grande diferença: O verdadeiro é eterno
(de segunda a segunda); o falso um dia se acaba “como um fim da linha”. Depois
tudo se torna um imenso deserto desamparado e vazio. Chamam isto de “depressão”
(Oscar de artistas e celebridades); um “mundo” frio e triste. Agora, sim, você
encontrou o que de fato vinha plantando.
Mas
ainda não é o fim. Antes fosse, se considerarmos que você permanecerá nesse
sofrimento mórbido.
A
qualquer tempo: desperte para o Amor e a humildade. Ou permanecerá morto para a
Vida.
Peça
com atitudes (não com a boca)! O Universo (Deus) te responderá. Mesmo que Ele
não tenha ouvidos.