29/06/2012

A MENTE É UM CAVALO ARREADO


Silvio Marques

Recentemente um querido sobrinho comentou numa roda de amigos a meu respeito, tocando em meu ombro e dizendo assim: “Difícil é tirar este aqui do sério”!

Comentários assim me trazem contentamento porque comprova a correta “direção” em que “guiei a minha mente”, autenticando assim a minha serenidade.

O que ele disse, pelo menos aparentemente, é pura verdade. Entretanto, a serenidade demonstrada por mim em certas situações nem sempre autentica o sentimento que se processou em minha mente diante da “proposta” (situação ou comentários) apresentada. Quando tais “propostas” são desagradáveis (ofensivas, caluniadoras ou desonrosas, por exemplo) brota sempre uma sensação incomoda, às vezes muito dolorida, que faz até despertar a “flecha do revide”. É por isto que os conflitos acontecem entre as pessoas. E em mim também se processa assim. ___ Afinal, ainda estou humano!

Toda ação promove uma reação. Isto é uma Lei tanto física como mental. Mas a lei não estabelece qual reação deva ser adotada para cada situação circunstancialmente apresentada. É como dirigir um veículo. Os buracos e tantas outras adversidades na estrada aparecem de repente; e você tem que tomar uma decisão para não colidir, atropelar ou cair no buraco.

Todos querem aprender a dirigir um carro, uma moto, uma lancha. Guiar com competência um veículo deslizando pelas estradas, é mesmo um grande prazer. Mas poucos são os que se preocupam em tomar a direção da própria mente e exercitar isto, para saber como deva “guiá-la” para desviar-se das adversidades da vida.

Veja este diálogo entre um mestre e seu discípulo:

___ Mestre, minha mente muitas vezes é invadida por pensamentos muito ruins quando ouço comentários que me desagradam. Alguns desses comentários quase me roubam a serenidade e promovem o desejo de revide. Isto me incomoda bastante porque macula a paz que busco estar e em harmonia com o universo!

O Mestre, então, o interrompe e lhe diz:

___ Filho, a mente é um cavalo arreado que corre velozmente! Você deve descer do cavalo da mente!

Rennan, o discípulo, então pondera:

___ Mestre, mesmo assim vou continuar pensando! A minha mente vai continuar ativa! Como vou me livrar dessas perturbações?

E o mestre lhe disse:

___ Quem na verdade está galopando este cavalo não é a sua mente genuína! Mas sim, a mente do orgulho, do ciúme, dos vícios, do medo, das dúvidas, dos conceitos e pré-conceitos do homem! Tudo isto lhe apressa; te oprime, te cega! E você perde muito da capacidade saudável de raciocinar e decidir com serenidade!

Devemos todos observar que, estando galopando um cavalo ou guiando um veículo, não temos o domínio total da situação, não somos o supremo mandatário. Temos boa parte do controle, mas não o controle total. Com a nossa mente “galopante” também se processa assim. Entretanto, se tomarmos “posse da direção” de nossa mente (descer do cavalo) teremos o controle total.

Quando eu ainda “estava com a mente à cavalo”, algumas vezes me peguei em conflito com “as minhas mentes”. Assistindo um bom filme à noite, por exemplo, perdia boa parte da trama porque uma parte de minha mente alertava que eu devesse dormir porque teria logo cedo (dia seguinte) sérios compromissos profissionais. A outra parte, entretanto, impunha que eu assistisse ao filme até o fim para conhecer o epilogo e concluir o lazer. Como os meus compromissos profissionais são, naturalmente, mais importantes do que um filme, foi aí que eu aprendi a descer do cavalo da mente citado pelo mestre ao discípulo. Passei a dar mentalmente o “grito de independência”, batendo no peito e dizendo: “Aqui quem manda sou eu”. Este foi o grito da minha mente genuína. E assim também se processa em quase todas as situações que vivencio. ___ Sim, quase todas!

Nenhuma mania, nenhum vício, nenhum costume ou tentação deve poder raptar a sua Mente Genuína para “dar um passeio galopante”. Nem mesmo uma grande paixão, ou até mais do que isto, uma arrebatante devoção.

Eis aí a fronteira entre o território dos fracos, e o território dos fortes. Eis aí a fronteira entre o “falso”, e o Verdadeiro; entre o território das trevas, e da Luz.

Lembre-se: a mente é um cavalo impetuoso, quase indomável, que pode nos conduzir a sérios contratempos.



Existem alguns hábitos providenciais a respeito do domínio da mente, tal qual “contar até dez num determinado momento de iminente descontrole”, que nada mais é do que um claro exercício do que seja “descer do cavalo da mente”. A diferença é que descer do cavalo já (agora) transformando a nossa personalidade e modificando nossos impulsos, é muito mais seguro do que circunstancialmente ter a possibilidade de lançar mão da providencial atitude de contar até dez. Voce poderá conseguir; mas, como bem sabemos, raramente conseguimos.

Devemos nos matricular logo na “escola de habilitação” da mente. Conhecendo as leis mentais e exercitando sempre a ação de descer do impetuoso cavalo, tornar-se-á um hábito que refletirá na nossa personalidade. E assim, será muito mais difícil nos “tirar do sério”.

Paz esteja contigo.

15/06/2012

O homem é como uma semente


Silvio Marques

O homem como um elemento da natureza carrega em si a força (energia), o dinamismo, o movimento. Podemos chamar essas propriedades de “substancias energéticas”. Tem também como bem sabemos os cinco sentidos físicos: visão, audição, paladar, tato e olfato.  A esses sentidos podemos denominá-los de “substâncias sensoriais”. Além disso, ele é dotado de uma alma ou espírito; constituído de Sabedoria, Amor, Alegria, Justiça, Generosidade, Compreensão, etc., que podemos chamá-los “Substancias espirituais”. Observando-o com esse aspecto, vemos claramente que ele no seu todo é como uma semente vegetal dotado de muitas “substancias”.

Uma semente de arroz possui em seu interior determinadas substancias vegetais características da sua espécie. Toda a vez que se plantar uma dessas sementes, ela frutificará grãos de arroz, do qual poderemos extrair infalivelmente as substancias que a compõe.

Entendemos que jamais os grãos de arroz duvidaram da sua natureza, e que tenham recorrido aos santos ou anjos para abençoa-los e ajudá-los a fazer aflorar toda a sua potencialidade e capacidade de produzir as substancias que os constitui. Porisso Jesus disse: “Se tiveres fé como uma semente de mostarda farão obras como a minha...” Ele, Jesus, manifestou toda a sua potencialidade; assim como fazem naturalmente os grãos vegetais, tais como o arroz e a mostarda.
                              
Ao homem, cuja constituição é composta por todos os elementos acima citados, tanto físicos como espirituais, basta-lhe nascer neste mundo como uma semente plantada na terra, e frutificar toda a sua potencialidade e natureza da sua espécie.

Se lhe falta algum elemento dessas substancias; qualquer delas, não é por falha da natureza. ____ Deus não erra! Lembra-se? ____ Havendo carência em um dos sentidos físicos (a visão desde o nascimento, por exemplo) isso prova a existência de outras vidas. Afinal, ninguém vem ao mundo com carências ou imperfeições, simplesmente por falta de sorte ou erro de Deus.

Todas as nossas ações só podem ser classificadas entre duas categorias: boas ou más. Sendo boa, é crédito; sendo má, é débito. Ação Boa: é bênção; ação má: é maldição. Embora possa parecer o contrário, a natureza não tem reações más. Ela sempre cumpre as leis e dá resposta às nossas “ações”. É a Lei de causa e efeito... Colhe-se o que se planta.

O arroz tem a mesma constituição dos princípios dos tempos, porque sempre cumpriu com humildade e pureza a sua “missão”. Por isso nunca lhe faltou nenhum elemento da sua original constituição (exceto por manipulação do homem). O arroz é incapaz de negar os nutrientes que ha em seu interior para esse ou para aquele que o consome. Jamais fez ou fará julgamentos discriminatórios ou seletivos para decidir a quem deva se doar. Ele alimenta humilde e indistintamente aos justos ou criminosos.

                                                                 
 Devemos considerar que a riqueza que ha no interior de todas as coisas e das pessoas, não é patrimônio particular de cada um. Para que serve para o grão de arroz as suas próprias substancias? Para nutrir-se de si mesmo? Analogamente, para que serve para si mesmo o amor que o homem tem em seu interior? Amar a si mesmo não é praticar o próprio amor! O amor que o homem tem, é a substancia que nutre o coração do outro! Em contrapartida nós nutrimos o nosso coração com o fruto dessa ação. E como se já não bastasse, ainda receberemos o amor do outro.

Talvez alguém possa pensar: “É natural o arroz, o feijão, o milho, a mostarda, etc., nutrir tanto aos justos quanto canalhas; pois eles não têm o poder de decidir!” Mas é isso mesmo que faz de nós o mais completo da criação. O arroz só pode dar amido porque é o que ele tem para dar. Amor, compreensão e perdão, somente o homem tem. E se há entre vós alguém que não consiga dar isto; reflita bem. O mal pode estar em ti. Você germinou colônias do mal em seu coração, como pragas que se instalam em plantas desamparadas e mal cuidadas.

Enfim, somos apenas “pontes e estradas” pelas quais transitam a Vida, o Amor, a Sabedoria de Deus. A nossa fé, nossas orações e ações religiosas são autênticos exercícios de manutenção e reparos dessas estradas. Quando agimos com amor, justiça, sabedoria e alegria nos transformamos em magníficos caminhos pelos quais O Pai Se faz transeunte.
Isso sim é um privilégio! Isso é que é benção!

01/06/2012

Discriminar é pecado?


Silvio Marques

No presente momento onde umas das palavras de ordem no mundo globalizado é “discriminação”, quase todas as classes se mobilizam para exigir ou garantir os seus direitos em nações que adotam a democracia (ou não). As categorias profissionais, as etnias, as organizações nas suas mais diversas características e individualidade se unem em vibrantes e determinados (às vezes corajosos ou até heroicos) movimentos denunciando as suas agonias; buscando com isso chamar a atenção da sociedade como um todo. Entre elas estão também as instituições religiosas cristãs, que num passado não muito distante sofreram tanto com os efeitos da discriminação.
Entretanto, no momento são exatamente as que cometem uma gravíssima discriminação. Sempre que chamam “Jesus de Deus” ou dizem que “só Jesus Cristo salva” (principalmente), estão automaticamente “tomando posse” do Criador como se O mesmo só lhes “pertencesse”; invalidando assim todas as demais organizações religiosas (ainda que somente em suas preconceituosas cabeças), desrespeitando frontal e perigosamente seus credos e conceitos. Acho acintosa e até grosseira esta forma presunçosa com que se pronunciam.
O fato de um cego não enxergar, não invalida as imagens vista pelas demais pessoas. Assim como também, as imagens dos que enxergam com os olhos da carne, não invalida as imagens espirituais vistas pelos que pensamos serem cegos. É hipocrisia falarmos de Amor e fraternidade se não é respeitado o coração do outro. Para Deus somente existe uma “Imagem”: O Amor.
Este artigo não tem a intenção de mobilização da defesa de direitos deste ou daquele. Particularmente creio em Deus, mas não tenho religião. A minha fé resume-se a “Deus e Eu”. Sem doutrinas, intercessores, anjos ou mestres.____ Não é necessário quando vivemos como uma constante “Oferenda para Deus”, em pensamentos, palavras e atos!
A minha fé não está plantada nos ouvidos. A fé plantada nos ouvidos dificilmente desce ao “coração”. Toda a Verdade, Justiça e Amor foram “plantados” em todas as pessoas desde o principio. É por isto que quando chegamos diante d’Eles podemos então identifica-los. A grandeza de Deus somente pode ser percebida por aqueles que estão com essas origens afloradas.
Muitos “estão amarrados” nas igrejas, templos ou sinagogas, porque essas instituições muitas vezes são para eles um Porto Seguro. Mas, observem: porto seguro é serventia para embarcações avariadas também. E é sempre um ótimo refugio para marinheiros que ainda não sabem ou que tem medo de navegar.
Um grande líder religioso é como o comandante de um grande navio. Carrega consigo muitos passageiros de pouco “conhecimento marítimo”. Mas seria muito bom que cada um “conduzisse seu próprio barco”. Ou então, serão simples viajantes "mareados ou adormecidos" com o “balanço do mar”.
Solte as amarras da mente e do preconceito.
                               Despertar é preciso!

Importantes informações

  Nota de agradecimento e importantes informações aos Leitores e                              seguidores deste Blog em todo o planeta. Ess...