28/10/2011

Como tornar a mente mais serena

OS ALIMENTOS DA MENTE
 Silvio Marques

A Vida (o nosso existir), apesar de sua absoluta independência, para ser vivida satisfatoriamente no dia a dia deve ser “alimentada” com substancias adequadas. Ao afirmamos que a Vida é independente, e ao mesmo tempo condiciona-la a uma boa “alimentação” (tal qual o corpo carnal) parece um contra-senso. Explico: A Vida (o existir), mal ou bem vivida, segue o seu curso infinito independentemente de corpos, de estágios, de mundos ou de sensações.
A expressão Vida focada aqui neste texto, não se trata da vida humana, da vida do corpo carnal. Refiro-me ao “existir” eterno. E que, portanto, mal ou bem alimentada emocionalmente segue seu curso rumo ao eterno.
Com relação a nossa alimentação humana, corporal; entendemos que ninguém aceita se alimentar de comidas estragadas ou ruins. Estas, se ingeridas, além de não nos fazer nenhum bem, pode nos causar muitos males. Entretanto, não corremos facilmente o risco de ingerirmos alimentos estragados inadvertidamente, porque: além de os seus aspectos normalmente apresentarem características visivelmente anormais, o que providencialmente nos causa repulsa; os seus desagradáveis odores também denunciam a suas más condições. Fisicamente, portanto, estamos protegidos de ingerir alimentos estragados. Os nossos cinco sentidos podem denunciá-los facilmente. Ou seja, estamos todos aptos a desqualificá-los.
A nossa mente, entretanto, não é constituída de tantos guardiões assim para filtrar às sensações e descartar as “estragadas”. Somente um consciente devidamente preparado e atento pode nos guardar de “ingerir” tais sensações “indigestas”.
O subconsciente é como se fosse o estomago da ceia das sensações. Mas ele também não tem sentidos para apurar o que recebe. Não tem prerrogativas. Ele incondicionalmente recebe, “cataloga” e guarda; para que no momento necessário seja recolhido pelos instintos e utilizados numa determinada ação (ou reação). O subconsciente é, podemos dizer, um simples deposito.
Também com relação ao nosso alimento físico ocorre algo semelhante. A substância boa que o nosso organismo corporal recebe, transforma-se em energia boa para que no momento necessário seja utilizada pelo corpo para manifestar uma determinada ação (ou reação). Se esses alimentos, porém, forem de má qualidade (ou estragados) não haveremos de ter bem nutrido o nosso corpo. Consequentemente apresentaremos aspectos de fraqueza, de incapacidade ou doenças.
Muitas coisas neste nosso mundo as quais denominamos de fontes de informação, de educação ou entretenimento, podem ser grandes fontes de “alimentos mentais estragados ou de má qualidade”. Filmes, novelas, reportagens, revistas, livros, jornais, etc. Tudo o que produz sensações são muitas vezes essas potenciais fontes.
Alguma pessoa pode até ponderar: ____ “Mesmo que um determinado filme seja muito violento; mesmo que nos capítulos de uma novela haja muita maldade, muita crueldade e injustiças; sabemos que tudo aquilo é pura ficção; por isso não nos faz mal algum”. ____ Mas este é um grande e perigoso equivoco dessas pessoas. De fato o consciente “sabe” que aquilo tudo é pura ficção. Não obstante, as sensações vividas por quem as assiste são reais, são verdadeiras. Portanto, podem fazer muito mal, sim.
Algumas pessoas chegam a sentir ódio explícito ou tristezas afloradas em conseqüência de ter acompanhado tais ficções.
O registro emocional é igual para todos que se envolvem na trama: tanto os fictícios personagens quanto a platéia, e muitas vezes até os atores. E esses registros são “catalogados” como insatisfação, como dor mental, como sensação de infelicidade própria da pessoa. A diferença é que as sensações dos personagens é puramente fictícia, mas as da platéia e dos atores, não.
Por isso é prudente e aconselhável que selecionemos cuidadosamente as nossas fontes de informações culturais, educacionais e de entretenimentos. É bom que selecionemos para ler ou assistir, coisas mais substanciosas para a Vida. Algo que nos instrua; que nos aprimore; que nos enriqueça; que nos fortaleça o espírito. Não havendo este cuidado corremos risco de sentirmos inexplicáveis sensações de tristeza, de insatisfações, nos julgarmos pessoas infelizes, e até cair em depressão.
As pessoas tem sido capaz de trocar uma deliciosa e substancial jarra de suco natural de fruta, por uma espumante caneca de cerveja ou de coca-cola. O primeiro, bem sabemos, alimenta, abastece, fortalece, é inerente à vida humana. Os outros não. Assim também fazem com relação aos entretenimentos. Deixam de assistir substanciais documentários ou informativos; mas, por nada no mundo perdem um efêmero capitulo de novela ou, pior ainda, esses imorais e insubstancias reality show.
Desejo que tenham boas “digestões”!

24/10/2011

A Vida de um tal Ferreiro

Silvio Marques
Certo dia recebi uma mensagem via e-mail, cuja mensagem expunha uma situação vivenciada por um certo ferreiro. Em linhas gerais a questão era a seguinte: (transcrição)
       
Certo ferreiro, após uma juventude cheia de excessos, resolveu entregar a sua alma para Deus.
Passou a trabalhar com dedicação e praticando a caridade. Mas, apesar de toda tal dedicação empreendida, nada parecia dar certo na sua vida. Pelo contrario, seus problemas e dividas só acumulavam cada vez mais.
Um belo dia, um amigo que se compadecia de sua situação, comentou:
     ____ É realmente estranho que, justamente depois que você resolveu se tornar um homem temente a Deus, sua vida começou a piorar! Não desejo enfraquecer a sua fé, mas, apesar de toda a sua “crença no mundo espiritual”, nada tem melhorado!
        Então o ferreiro respondeu:
                  ____ Eu recebo nesta oficina o aço ainda não trabalhado, e preciso transformá-lo em espadas! Você sabe como isto é feito?____ e explicou para o amigo:
       ____ Primeiro eu aqueço o aço num calor infernal até que fique vermelho (incandescente)! Em seguida, sem piedade, dou-lhe golpes fortes com marreta até que a peça toma a forma desejada. Daí, mergulho-a em água fria enquanto a peça estala e grita por causa da súbita mudança de temperatura! Repito este processo varias vezes até conseguir uma espada perfeita!____ e continuou:
       ____ As vezes a peça não agüenta este processo, não conseguindo se transformar numa boa lamina! Então, eu simplesmente jogo fora no ferro velho!____ e encerrando, disse:
             ____ Sei que Deus esta me colocando no fogo das aflições! Tenho aceitado as marteladas que a vida me dá! Mas, a única coisa que peço é: “Meu Deus, não desista até que eu consiga tomar a forma que o senhor espera de mim! Tente o quanto quiser, mas jamais me coloque no ferro velho das almas”!
*************
Seria um belo enredo para filmes e novelas. Emociona, cativa a atenção, pois faz muito sentido para as pessoas que tem este conceito de Deus. Como se Ele fosse um exímio produtor de almas manufaturadas.
Nós não somos como o aço, que, após um rigoroso processo de sacrifícios iremos nos transformar em magníficas espadas. Nós somos a própria Imagem e Semelhança do Divino. Esta é que é a nossa Magnífica “forma”, desde o principio.
Nesta historinha é dito que o ferreiro “resolveu entregar a sua alma para Deus”. Entretanto, para desmistificar estas coisas, é bom lembrar que um individuo só pode entregar, algo que ele possa se desfazer ou que tenha em abundancia. Além disto, é preciso que haja alguém que possa recebê-lo. A nossa alma não é algo que possamos entregar, porque “ela” não nos pertence, e nem pertence a ninguém. Na verdade nós somos a própria alma a qual nos referimos. Ninguém tem uma alma alem de si mesmo. E Deus não é alguém que possa recebê-la. Verdadeiramente a minha alma (que sou o eu) e Deus somos uma só existência. Se a expressão “entregar a alma para Deus” significa entrar no Caminho de Deus, voltar-se para Deus, agir com sentimento de Deus, o propósito estará correto. Mas, não se anule.
Deus não “forja” a forma de ninguém. Deus não bate (dá marteladas) em ninguém para que tome forma alguma, ou novo caminho. As aflições e desgraças daquele ferreiro não eram sinas da presença de Deus forjando o seu destino; ao contrario, estes são claríssimos sinais da ausência D’Ele. Porisso a vida dele só piorou.
A vida dele só piorou, porque ele teve como objetivo principal a melhora de sua própria condição de vida. Foi com esta intenção que ele passou a agir de forma digna e prestativa. E o nome disto não é amor, é comercio.
A “ordem”: dá e receberas, não é uma ação comercial. A ordem não é dá para receber. O receber é uma conseqüência implícita do dar: se semeia, colhe; se der amor, recebera amor e até muito mais. Entretanto, se der amor por necessidade de recebê-lo, estará, antes de tudo, semeando miséria, carência.
Voltando a historia do ferreiro: Nunca pense que Deus possa abandonar uma alma no ferro velho. A criação divina não é um experimento. Não existem sobras, nem aparas, nem retalhos ou almas descartáveis.
Se você “der” a sua alma para Deus você só estará se anulando. Ao invés disso, para ser mais substancioso e aproveitável “pegue a alma de Deus”, viva você a Alma divina.
O ferreiro já havia despertado para uma vida magnífica quando passou a viver dignamente, conforme narrado. Ele só não viu isso porque estava esperando pelo “pagamento” das suas boas ações. E, quem sabe, deve estar até hoje sofrendo as aflições, esperando resignadamente (e eu digo: equivocadamente) pela compensação, pelo “pagamento”. O pagamento jamais virá depois; como num pacote; como numa caixa; como num breve momento ou determinado dia. Quando a “conversão” é sincera, as ações de amor já têm cheiro de Céu. O “pagamento” é a vista; no ato das ações de Amor sentimos o “Cheiro do Céu”. É por isto que Jesus disse que o Paraíso esta próximo.

21/10/2011

Permitam me apresentar?

Silvio Marques
Eu sou o que sou. Sem configurações religiosas. Ainda que tenha participado de algumas doutrinas, lido alguns mestres, e por isto possa ter tido alguma influência; hoje não tenho um mestre em especial. Todos foram degraus de evolução natural. Foram clarins que fizeram despertar o que já havia em mim.
Poderia dizer, por isto, que seja como a Alfa e a Omega de mim mesmo. Mas também não sou. Ninguém é. A Vida e a Verdade não têm principio nem fim. Há quem diga que Deus é o principio, e até o fim. Mas isso é tão somente um descanso mental. Quando acharmos um possível começo, ou imaginarmos um possível fim; nada teremos encontrado; a não ser o circunstancial encontro com o nosso próprio limite.  E que importa? Apenas será o sinal de que nos estabelecemos satisfeitos (ou cansados) nesta infinita “ponte” que a Vida é. Mas, como bem disse J.J.Benitez (Operação Cavalo de Tróia – vol.1 pag.126 - Editora Mercuryo) “ ...a ponte não foi feito para que alguém se estabeleça”. É preciso avançar sempre; ou este alguém ficara debruçado nela, fazendo barganhas com seus deuses e santos.
 O autor acima citado se referiu à ponte como sendo a nossa vida humana, o nosso existir. Eu, porém, refiro-me à Vida Eterna.
Mas, seguindo em frente nesta infinita caminhada, estejam alerta: Do outro lado da ponte não haverá nenhum deus te esperando para te abraçar e consolar. Não haverá nenhum paraíso prometido. Você nem mesmo encontrara o seu Eu Verdadeiro; o Self. Simplesmente porque não existe o outro lado. A Vida é um eterno “ir”; a Ponte é infinita. Não há fim, não há “descanso”.
Abra o teu coração e olhe para dentro, agora. Caminhe no Amor. Assim você estará vivendo com Deus no caminho. Terá tido, enfim, o majestoso encontro consigo mesmo; o Eu Verdadeiro que já “mora”, agora, no Reino Prometido. E entendera, ainda, exultante, que moras neste Reino não por opção, não por tê-lo encontrado; mas, por origem. Ele sempre esteve em você.
A Vida é o agora. O futuro é um sonho e o passado uma lembrança. Mas é preciso fazer o seu espírito nascer (renascer). No momento só o teu corpo nasceu e vive. Mas o corpo não é nada. Um dia nada dele será aproveitado, por mais belo e saudável que seja. E então você percebera que o seu espírito está atrofiado; quase nada acrescentou; quase nada emergiu, e irradia muito pouca luz. E assim você se verá em trevas.
Hoje, observe, somente o teu C.P.F (Cadastro de Pessoa Física) possui alguma coisa. E mesmo assim, como você não poderá carregar estes valores consigo, verá surpreso, que tudo o que você pensava ter, era só um empréstimo. Até mesmo o CPF. E assim será também com seus filhos. Produza para eles heranças mais substanciais e eternas.
Observe: nem mesmo hoje, ainda aqui nesta vida, você consegue carregar o teu patrimônio consigo o tempo todo! Quando você viaja a sua casa só pertence ao teu CPF. Quando você dorme o seu carro só pertence ao teu CPF. Você só é dono quando usa.

Sim! Eu não tenho diplomas para me apresentar e, substanciado por eles convencer-lhes de tudo isto que venho lhe dizendo.  Mas não é preciso. Não estou me apresentando como seu mestre. Entretanto, se o preconceito não te cegar e você me entender; aceite os meus sinceros cumprimentos. Somos felizes viajantes no mesmo estagio da “ponte”.
É isto que eu Sou! Esta é a riqueza que eu possuo e uso.


           Saudações Celestiais!
                   Silvio

14/10/2011

Uma Questão de Fé

Silvio Marques

No dia 21 de agosto de 2005, domingo, no programa “Fantástico”, da Rede Globo de Televisão; foi veiculada uma matéria a respeito de uma experiência sobre auto-sugestão.
Os experimentadores aplicavam pequenos impulsos elétricos em alguns voluntários, os quais sentiam essas descargas de acordo com o que lhes foi sugerido. Entretanto, os impulsos eram exatamente da mesma intensidade.
Os voluntários haviam sido divididos em dois grupos. Cada grupo recebeu um tipo de comprimido colorido e adocicado. A um deles foi ministratado os comprimidos de cor amarela, e lhes foi informado que estes teriam a função de amenizar o choque. Ao outro forneceram comprimidos de cor marrom, que teria a função de, ao contrário, intensificar a sensação do choque. Porém, os voluntários não sabiam, mas esses comprimidos eram na verdade, apenas uma mistura de açúcar, farinha, e seus respectivos corantes.
O universo humano é a materialização do universo mental. É, conforme você crê. Teria na experiência acima alguma diferença com o que Jesus Cristo disse quando afirmou “Seja-te conforme credes”? Haveria alguma diferença, também, com o que disse Sakiamuni Buda ao anunciar ao mundo “Tudo é projeção de sua mente”? Ou será que foram os dois quem interferiram no experimento acima?___ Acho que não! Penso que ambos tem mais o que fazer.
A sensação de dor forte ou fraca foi uma reação natural de cada um dos voluntários, de acordo com sua sincera expectativa, considerando o que lhes foi informado. Assim, podemos então afirmar que a sensação de cada um foi de acordo com sua crença; de acordo com que eles acreditavam que fosse. Um dos grupos assumiu como verdade absoluta a idéia de que o comprimido amarelo atuaria como um “amortecedor”; na mesma proporção de fé em que o outro concebeu a idéia de que o comprimido de cor marrom intensificaria a potencia, sendo bem maior o choque elétrico. Consequentemente o que se viu na tela foi que os voluntários do grupo que ingeriu os comprimidos amarelos, ao receberem a descarga reagiram apresentando um leve estremecimento, e a seguir, sorriam graciosamente. Os voluntários do outro grupo, entretanto, davam gritos, faziam caretas, se contorciam, e só sorriam algum tempo depois quando se sentiam aliviados.
Isto me fez lembrar aquele velho truque que os professores que ensinam a andar de bicicletas utilizam para nos encorajar. Eles afirmam categoricamente que estão segurando a bicicleta enquanto pedalamos. Sentindo-se seguros anulamos o medo de cair. Sem medo de cair, pedalamos confiantemente. E é pela ação deste impulso que naturalmente o equilíbrio se faz presente. O que se precisa, portanto, é fé e ação. Para que tudo nos aconteça favoravelmente é preciso apenas confiar e promover o primeiro movimento.
É assim que se materializam os nossos pensamentos. Precisamos acreditar que estamos sempre protegidos, sempre orientados por uma sabedoria suprema, e assim, com fé, darmos impulso aos nossos projetos. A verdade anunciada por Jesus, falando em nome de Deus que diz “Faça que te ajudarei”, vem confirmar tudo isto.
A bem da verdade, se observarmos com um pouco mais de atenção concluiremos que Deus já fez a parte Dele. Por isso se diz que “Tudo já foi dado”. Somos herdeiros de todas essas coisas.
No exemplo do aprendizado de andar de bicicletas, precisamos apenas por o veículo em movimento. O equilíbrio conseqüente Deus já concedeu desde o “inicio” dos tempos. Para que tudo se concretize precisamos apenas fazer a nossa parte. O sucesso comprovará a nossa fé; na mesma proporção em que o insucesso comprovará a nossa desconfiança, a nossa insegurança. Ou seja, a falta de fé.
Deus está a todo instante ”segurando nossa bicicleta”... E nunca esta fingindo.
Creia!

10/10/2011

Visualizar somente O Bem

Silvio Marques

A base de toda a existência é o pensamento, a mente, o verbo. Só se manifesta em nossa vida aquilo que reconhecemos. E o que pode reconhecer todas as “coisas” do existencial é tão somente o pensamento. Se olharmos para um sofá vazio, naturalmente reconheceremos que ali naquele sofá não há a presença de ninguém. É o nosso pensamento quem reconhece e autentica a ausência de um alguém. Entretanto, pelo ponto de vista daquela “pessoa que não existe” no citado sofá, nós também não existimos. Não existimos para “ela” porque falta-lhe o pensamento para reconhecer nossa existência. O que existe, portanto, é o pensamento, a idéia. No Gênesis denomina-se “Verbo”... “que se fez carne (manifestou presença, materializou-se) e habitou entre nós”. Infelizmente os religiosos afirmam, equivocadamente, ser esta apenas o aparecimento do Cristo.

Assim sendo, tendo o pensamento como o fator determinante do existir; se em qualquer situação utilizarmo-nos deste misericordioso dom, e somente recolhermos (reconhecermos) os elementos que encerram o Bem, nossa vida será sempre preenchida com abundância de paz. Jesus disse: “Seja-te feito conforme credes!” Ou seja: ...  “será conforme reconheceres!”

Até mesmo nas circunstâncias mais dramáticas, dolorosas ou constrangedoras podemos recolher elementos substanciosos de Bem. Mas acontece que, ao contrário do que deveria, temos comumente o mal hábito de nos ater, de registrar, de nos fixar somente nos elementos negativos de uma situação. Por exemplo: se alguém nos ofende, nos fere moralmente; a reação que nos salta aos sentidos é a de querer enfrentá-lo como a um odioso e irremediável inimigo. Pensando bem, quem impõe esta reação é o sentimento chamado orgulho, e que infelizmente habita o coração da grande maioria. Este sentimento parece ser o guardião da honra e da moral. Mas na verdade não passa de um “grosseiro impetuoso” que conduz as pessoas aos conflitos. A propósito, quem tem honra e moral alicerçados na justiça e no amor, normalmente não se conflitam com ninguém. Não se conflitam porque a própria austeridade descarta a presença de um orgulho guardião e defensor. Essas pessoas tem serenidade, humildade e convicção. Não obstante, diante de tal situação de conflito devemos seguir a orientação de Cristo quando disse: “Daí o outro lado da face”. O outro “lado da face” a que ele se refere (para esse caso) e que se contrapõe à ofensa, é a face do amor. Portanto quando alguém lhe ofender, ore por ela, perdoe, tenha compreensão. Isto é dar o outro lado da face e é recolher elementos de Bem. Sei que não é fácil, mas é o mais recomendável para quem quer plantar boas sementes e colher o bem.

Todas as situações são fartas oportunidades de absorção dos elementos substanciosos de Bem. Transcender a ofensa é transcender o mal. Orar pelo ofensor (“inimigo”) é exercitar o amor e colher dos seus bons frutos.

O homem tem sede de coisas boas, tem sede do que é bom, do que é melhor porque a sua origem é divina. A nossa origem é o que há de melhor. Na essência, na origem, no âmago de nosso ser existe o que há de melhor, mais puro e autentico. Entretanto, muitos são os sentimentos ilusórios de valores mundanos que se contrapõe ao sentimento natural; porisso perdemos a liberdade e autoridade por Deus legada e “somos expulsos do paraíso” (vide Gênesis). Com esse distanciamento de Deus (A origem) viveremos em razão disso, algemados às dúvidas, às desconfianças e incertezas. Mesmo num riacho de águas cristalinas, algumas pessoas, ainda que extremamente sedentas, não matam a sua sede porque olham desconfiadas para a lama que está no fundo de seu leito e sentem alguma repulsa. Ora! A lama no fundo está tão visível exatamente porque a água é cristalina. Ela, a lama, está ali porque tem a sua razão de estar. Mas o que importa mesmo para quem tem sede é a água pura, a água da vida que corre abundante e límpida acima de toda lama.

Visualizar somente o Bem é beber da água cristalina sem se importar com a lama do “rio”. As lições do dia a dia são compostas de “água e de lama”. Com a mente (o pensamento) sábia, justa e amorosa podemos filtrá-las, separá-las ou transcende-las e recolher o que há de melhor para o nosso aprimoramento e vivência feliz.

“Visualizar somente o Bem”. Eis a chave do paraíso.

07/10/2011

OS PAIS

 Silvio Marques

Na cultura japonesa a expressão “os pais”, escreve-se com ideogramas (ilustração abaixo) cujo significado é: “em pé, em cima da árvore, vê longe”. Essa sabedoria é na verdade universal. Os pais, por terem vivido mais tempo do que os seus respectivos filhos entende-se que já estejam nos galhos mais altos da “árvore do conhecimento”. E assim, a sua visão de vida é bem mais ampla, podendo, conseqüentemente, passar sábias informações aos menos vividos, sobre os possíveis perigos que correm.

Bem aventurados os filhos que humildemente aceitam, ou que pelo menos levam em consideração as observações dos seus pais. O timoneiro prudente, para não comprometer seu destino consulta sempre o gajeiro, que lá de cima da gávea do veleiro tem visão privilegiada, e que lhe fornece prévias informações norteando a sua viajem com mais segurança pelos misteriosos caminhos oceânicos.

Quantos são, infelizmente, os jovens que estão com suas “embarcações” da vida comprometida, pela imprudência de não ter ouvido aos mais vividos.

Todo mundo deseja ardentemente um guia que o leve o mais rápido até o local de uma festa; todos desejam um mapa que lhes aponte um rico tesouro. Porque então não se curvam e reverenciam essa Divina Guia que são os Pais? Porque não herdam logo esse mapa da sabedoria que de direito lhes pertence? O conhecimento que os pais adquiriram, hoje é mais para herança dos filhos do que para serem utilizados consigo mesmo. No presente eles vivem novas experiências que no futuro se transformarão, também, em patrimônios desses mesmos filhos. E as experiências desses, serão patrimônios dos seus.

Mesmo que os pais não tenham trilhado um bom caminho, ainda assim estão em cima da árvore. Ainda assim, ou exatamente por isso, poderão sinalizar talvez desesperados, dizendo____ “Não venham por aqui, queridos filhos! Eu fui enganado! Iludi-me com as fantasias da vida! Deixei-me levar pelos encantos dos prazeres! Por favor, ‘virem à direita’! Sigam o caminho da Luz”!

Só existem afinal dois caminhos, queridos filhos do mundo inteiro! O bom e o mal. Os pais, em qualquer situação que estejam podem apontá-los. E mesmo que eles não o façam; simplesmente observem-nos. Você saberá escolher o melhor.

De qualquer forma; para o seu bem, agradeça sempre:

         Muito obrigado, meus queridos Pais!


Importantes informações

  Nota de agradecimento e importantes informações aos Leitores e                              seguidores deste Blog em todo o planeta. Ess...