29/08/2011

A IMPUNIDADE NÃO É A CAUSA, JÀ É UM EFEITO

Silvio Marques


“... Um dia, assentado no coração da bondade que Deus me deu, fui haste que ostentou o lábaro da justiça que bradava em agonia contra a corrupção e a violência!”

“... Um dia também, ainda ostentando a mesma bandeira, levantava-a bem alto, tal qual altura do meu forte grito dolente, apontando convicto e irrefutavelmente a impunidade como causa dessa abominável realidade!”
“... Um dia também, fui tão cego e equivocado assim!”
(Silvio Marques)

A história da civilização caminha assim: Nascem e morrem magníficos homens de grande bondade versados em leis e justiça; modificam-se, atualizam-se, e aprimoram-se os códigos penais e civis do mundo todo; equipam-se, multiplicam-se e treinam-se instituições jurídicas e o pessoal; mas a realidade somente tem piorado. O avanço dos farsantes, desonestos, e os maus caráter que enriquecem ilicitamente, conquistando podere$, facilidade$ e bajulaçõe$ que o $eu “brilho” atrai, estão cada vez mais resplandecentes e vigorosos. Infelizmente!

Homens de fé, ouçam!
Não é a fragilidade das instituições ou da falta de vergonha do homem que geram as injustiças; que por sua vez geram a impunidade! A impunidade é também um efeito; tanto quanto a própria marginalidade!

Se visualizarmos o homem simplesmente como um ser falho, pois justificado pelo “errar é humano”; nunca haverá efetivamente dignidade neste ser. Se visualizarmos esse homem simplesmente como “filho do pecado”, conforme tem sido erroneamente anunciado por todos esses séculos, não poderemos colher ou exigir atos de justiça e nobreza dele, pois: filho de peixe, peixinho é! Filho de pecado é pecador! ...algo ordinário! ____ “... colhem-se porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?... Toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus.(Mt.7:16-17)”.

Não, senhores! A causa não é a impunidade, como parece! A questão não é social, cultural, nem financeira, como parece! A questão, a causa, é puramente espiritual! Tudo o que acontece neste mundo são obedientes manifestações do nosso pensar e do nosso agir!____ “... Seja-te feito conforme credes!” ____Lembram-se desta lei cristã?

Vendo a si mesmos como “seres falhos” ou “filhos do pecado”, jamais os homens poderão extrair de si o amor de Deus, cujo céu e morada é o coração de cada um!

Mãos a obra, portanto, Irmão! Você é Filho de Deus! Herdeiro de todos os atributos do Pai! Feito à Sua Imagem e Semelhança!

Mas nunca se iluda que nesses atributos se inclua a riqueza de dinheiro e de posses! Deus não cunhou uma moeda sequer; nem imprimiu cédula alguma! Por isso, os respectivos valores de suas posses, ainda que multiplicados pelo infinito, jamais serão suficientes para adquirir o passaporte e adentrar no paraíso! E devo ainda acrescentar, que quanto maior for a quantia acumulada, mais e mais você poderá ficar distante do Jardim! O dinheiro pode mesmo muito comprar; mas os prazeres carnais são as verdadeiras vendas dos olhos do espirito!

De tudo isto que lhe tenho dito, porém, falo do dinheiro impuro que não é fruto do teu trabalho e que não abençoa a própria colheita!

Porque a grande maioria acha que possuir muitos bens e acumular riquezas é que é ser feliz? Porque acham que o poder e as posses podem proporcionar-lhes a paz? Até certo ponto não ter carências financeiras é mesmo uma grande graça; pois é nisto que consiste a riqueza! Todavia, é muito comum os poderosos e mais abastados viverem em festas, e não raramente até orgias e bebedeiras, porque os seus respectivos recursos podem patrocinar. Mas é exatamente estes hábitos, clamor que vem de dentro, que expõe muito claramente o vazio da suas almas e que autentica a grandeza da sua tristeza.

As substâncias compradas para estes festejos e o prazer proporcionado, jamais preencherão de fato os seus vazios. E é por isso que amanha tem que ter festa outra vez. Todo dia, aliás, tem que ter muito gozo.

Quanta ilusão! Gozo não é felicidade. A felicidade é que é um gozo. Mas não é um prazer alcançado, conquistado, ou adquirido. É o estado natural do Espirito. Não se é feliz por isso ou por aquilo; em função disto ou daquilo. Ganhar, vencer, receber, conquistar, alcançar; é sempre muito bom. Entretanto, se ja não formos felizes antes dessas “coisas” acontecerem, a emoção em pouco tempo se derreterá como um saboroso sorvete. É tão efêmero quanto a assassina fumaça de um cigarro. A propósito, o fumante usa a fumaça exatamente para tentar “encobrir” (iludir) o vazio de seu interior. Igualmente como fazem os que usam o álcool (ainda que inconscientemente) para incapacitar os sentidos ou cegá-los. E isto tudo é por vergonha ou por temor de encará-lo.

Irmão, para você que naturalmente busca a felicidade e a paz em tantas coisas e lugares, as vezes com inquietante obstinação, olhe para dentro de si. A felicidade não cai sobre nós feito chuvas de bênçãos; nem a encontramos como pedras preciosas em minas fartas; ou as compramos no mercado das delícias. Ela brota abundante e serena do solo da nossa alma; como frutos da semeadura original do Criador. Nela está instalada toda a riqueza do Pai Misericordioso. E as ferramentas para o seu cultivo e colheita são: o amor, os bons pensamentos, as boas palavras e ações, a gratidão, o perdão, a justiça e a fraternidade!

O Paraíso está próximo! Mais próximo impossível! Está em você!
Deus seja louvado!

25/08/2011

Uma Entrevista com Deus


Silvio Marques

Certo senhor, vivendo momento de extrema angustia, determinado resolveu ter uma entrevista com Deus. Ele sentia-se muito injustiçado pela vida e avistava um mundo extremamente infame e cruel, tanto ao seu redor quanto adiante para o seu futuro. Entendia que só Deus poderia explicar e modificar a presente situação; razão do presente apelo ao Divino.

Então, diante do criador ele fez um contundente discurso, que no princípio carregava alguma altivez, mas que aos poucos foi se tornando consternado e tomado por intensa emoção:

“Senhor Deus____ disse ele determinado____ porque não sou rico e feliz? Porque fizestes este mundo tão cheio de desgraças, doenças, pobreza, desonestidade, pessoas infiéis, desumanas, sem caráter, e tantas outras adversidades? Não entendo porque dizem que És o bem, que És perfeição se criastes tantos infortúnios e defeitos de caráter! E ainda por cima mandastes anunciar um paraíso; mas, que ao que parece ele só lhe pertence; ninguém o vê! Porque nos colocou neste mundo para sofrer? Seria para o seu deleite pessoal; alguma espécie de brincadeira mórbida?”

E displicentemente tenta dar sugestões de melhorias ao Criador.

“Senhor, porque não usa a sua onipotência para nos dar fartura; não nos enche de sabedoria para encontrar as soluções; e de amor para que os povos se unam e se amem numa perene fraternidade, justiça e alegria? Porque? Porque, Senhor?” ____E comovido chorou.

Deus, então, com aquela voz cinematográfica “souround espacial”, disse-lhe:

“Meu filho! Achas bom um mundo de paz, fraternidade e abundante harmonia? Achas mesmo bom um mundo de imagens esplendorosas, e de suave sonoridade onde só há fartura, delícias, amor, justiça, vida vigorosa e alegrias?”

“Filho, este é o mundo de onde viestes! Estas são as tuas origens! É o que Planejei para ti!”

“O outro mundo, este que você descreveu e que tanto repudia, foi criado por ti mesmo e por teus irmãos!”

“Até o homem que se apresenta ser, não é obra de Minha autoria! Os Fiz, homens e o universo, e Achei que estava bom! A matéria prima desta obra foi extraída do mundo da perfeição, Minha essência, a que você tanto almeja!”

“Saiba, meu filho, que se Me apresentei a ti para esta entrevista, não foi porque Me compadeci da sua dor! Pois para esses Eu digo energicamente: ‘Levanta-te resoluto! Junte a tua resignação e segue! Eu sou a tua força e o teu destino!”

“Amado Filho, o teu sofrimento não Me atrai, somente torna sombria a nossa relação! Se Moro no seu coração e Sou amor, justiça e alegria; somente estes sentimentos Me fazem presente em sua vida”!

“Para ti, filho, Me apresentei porque o seu coração sincero e cheio de boas intenções é a Minha própria identidade! Saiba que a sua boca e o seu grito jamais Me alcançarão! Eu não tenho ouvidos! Sou o próprio coração puro que vive em sua alma!”

“Também não Me mande recados! Não é preciso! Entre Eu e você não há espaço algum nem ninguém; porque Eu Sou você, e você é Extensão de Mim! Se Me mandas recados é porque ainda não compreendeu a nossa unicidade!"

E então o tal senhor, serenamente, mas cheio de júbilo e humildade disse-Lhe:

“Entendi, meu Pai! Perdoe a minha pouca fé e ignorância! Se Você “É” eu, e eu sou Você; todos os meus atos devem ser de amor e justiça! Seguirei o Bem! Glória a Deus!”

Passados alguns minutos, o homem levantou-se da cama; acendeu a luz do quarto; e então como num despertar, percebeu surpreso que o tempo todo estivera conversando consigo mesmo; estivera conversando com a sua essência; que todo o diálogo havia se processado em seu próprio interior.

E então, compreendeu verdadeiramente o que Deus quis dizer-lhe com a expressão: “Eu Sou você, e você é Extensão de Mim!”

E como se já não bastasse as surpresas, abriu o Novo Testamento da Bíblia para orar, e lá, coincidentemente, os seus olhos deitaram leitura onde Jesus diz: “Deus esta dentro de vós!”

E o Homem então pensou:

“Sim, está! Acabei de visitá-Lo no profundo do meu interior”! 

22/08/2011

Os "poderes" dos Talismãs

Silvio Marques
Em todos os tempos, culturas e civilizações os homens tem tido o hábito de carregar consigo objetos que, entendem eles, contém poderes especiais. De patuás a talismãs estes são carregados como fontes de proteção, energias boas ou forças divinas.
Outrora portavam dentes de animais, pedaços de ossos, pequenas sementes em colares toscos ou coloridos. Hoje, mais civilizados, acreditam em seus crucifixos; santinhos; medalhas; pequenas bíblias ou sutras; pedras ou cristais; colares de contas; porções de terra santa, e outras coisas.
Mas existem também aqueles ____ e digo sem nenhuma ironia ____ que creditam os mesmos poderes à sua meia velha, calcinha vermelha, ou cueca da sorte. Sem contar as atitudes turbulentas e aflitas de torcedores apaixonados de qualquer espécie.
Na verdade tanto os “objetos” religiosos quanto os demais citados, produzem os mesmos efeitos. A consagração é do individuo com a força da sua crença (que dizem ser fé).
Devemos separar o Verdadeiramente Sagrado, do ilusório. Muitas vezes pensamos estar praticando atos de fé quando na verdade estamos praticando culto à matéria. Digo que o Sagrado é a Fé; o ilusório é crendice. Os efeitos desses objetos são psicológicos. Nada tem a ver com o divino, com religião; ainda que as instituições religiosas ofereçam tais objetos, incentivando e, consequentemente, perpetuando esta prática.
Naturalmente que esse “incentivo” não provém dos “departamentos doutrinários” dessas instituições; mas, sim, dos seus respectivos “departamentos comerciais” para promover o ‘milagre da multiplicação das cifras’.
O mesmo efeito (psicológico) que se obtém crendo-se protegido por algum objeto, mesmo religioso, se obtém de forma inversa ao cruzar com um gato preto na sexta feira treze, ou passar por baixo de uma escada. É tudo crendice. É sonho; pesadelo; é falso.
Digo que crer que se estar protegido ou envolvido numa atmosfera de sorte, simplesmente por estar portando um objeto (consagrado por si ou mesmo pela igreja) é o mesmo que sair para caminhar usando uma capa de papel achando que estará protegido de um temporal. Sorte será se o temporal não vier.
Infelizmente, por mais absurdo que possa parecer, haverá ainda alguém para dizer que o temporal não veio porque foi contido pelos poderes da capa de papel benzida.
Quero considerar, principalmente com os que têm esses hábitos, que sei que isso proporciona uma grata sensação de segurança, sim. ____ Já tive tais sensações também! ____ Por isto mesmo o hábito é tão antigo. Entretanto, devemos levar em conta que não viveremos eternamente (e eternos somos) portando “peças materiais” para nos proteger ou atrair boa sorte. Pense nisso: Como você se sentiria sem os seus “talismãs”? ___ Um vazio? Uma insegurança? Sensação de abandono? ___ Pois é exatamente assim que se sentira no mundo espiritual. Não há talismãs espirituais.
Na verdade essa “falsa segurança” proporciona apenas certo “descanso psicológico”. Esses objetos nada mais são do que adversários dos seus próprios medos e fraquezas, disputando o trono dentro da sua mente. Isso não é fé. Deus é magnífico demais para ser reduzido a um objeto. Não reduza Deus para que caiba em seu pequeno mundinho. Não O aprisione num patuá. Ao contrário, procure expandir-se você. Este engrandecimento fará você celebrar um majestoso Encontro com o Divino; portanto, o verdadeiro Encontro com o seu Eu Verdadeiro, Livre, Forte e Esplendoroso.
Queridos amigos, não enfrentem os seus medos com objetos, como se levantassem espadas para um inimigo. Livrem-se desses penduricalhos, que os “inimigos” desaparecerão junto com eles. Enquanto permanecer acreditando nesses “objetos protetores para defendê-los”, implicitamente lá estará presente também os “inimigos”.
Quem possui verdadeira Fé (em Deus) não tem inimigos. Ter Fé em Deus não é se sentir dependente Dele para colher os Seus benditos benefícios. Deus não é uma “instituição de crédito” ou “empresa de seguranças” para atender as nossas necessidades. Tudo já nos foi dado desde o princípio, mas só se apresentam em cumprimento das Leis.
Nós respiramos porque é necessário respirar. Mas não precisamos pedir; nem precisamos carregar talismãs para propiciar a sorte de respirar. Se estivermos com alguma dificuldade para respirar, é porque há algum bloqueio no fluxo de ar para as nossas narinas e pulmões. Analogamente, se há alguma carência na sua vida, certamente é porque há algum bloqueio no fluxo das “bênçãos” de Deus a você. Bênçãos que aqui significam simplesmente: “resultado de ações”.
Ter fé em Deus é representá-Lo em todos os nossos atos. Incondicionalmente. Hoje e sempre.
A poderosa energia e benção de Deus são o Amor e a Justiça. A Vida, que é o próprio Deus, é Amor e Justiça. Pense comigo leitor: “Em que patuá, ou semente, ou colar, ou cristal poderá conter tais bênçãos ou energias? Isto somente poderá ser encontrado no interior do próprio homem, pois que, com tais Substancias fomos constituídos”! ____ Tu és o próprio “patuá”!
Não transfiram os seus próprios poderes, herança do Criador, para objetos e protetores! Basta não economizarem as energias de amor que há em vós! E nunca negligenciem a Justiça, nem para levarem vantagens! É assim, e somente assim, que se atrai Boa Sorte e Boas Energias. São os seus atos os Únicos e Verdadeiros Talismãs! E também são os únicos inimigos!
É por isto que outrora nos foi dito: “O Reino de Deus está dentro de vós”! Enquanto não despertarem para esta Verdade não serão livres; nem felizes; nem salvos de coisa alguma. Continuarão se permitindo ser prisioneiros do mal e inimigos de si mesmos. E assim, tão cedo sentirão o Reino.

18/08/2011

O Monge e o Samurai

Silvio Marques

Esta fábula eu tive a grande satisfação de ouvir certa vez durante uma palestra. Ela é realmente muito bonita e expressa claramente o que vem a ser o “céu” tão falado nas organizações religiosas (embora tão pouco compreendido por eles mesmos). E também configura uma autêntica imagem do que vem a ser “inferno” em contraposição ao citado Céu.

A FÁBULA

Certo dia um monge estava sentado numa discreta elevação à beira de uma estrada a meditar. Subitamente apareceu à sua frente um arrogante e insensível samurai. E, sem nenhum cumprimento ou introdução, interrogou rispidamente o monge, despertando-o de sua profunda meditação:

_____ Me diga você! _____ disse grotescamente o samurai_____ O que é o céu e o que é o inferno?

O monge então, com sua habitual serenidade, pensou um breve momento, abriu os olhos e disse-lhe:

_____ O que vai adiantar eu explicar o que é o céu e o que é o inferno para uma pessoa tão grosseira e violenta como você?

Tomado por intensa ira, o samurai, sentindo-se ofendido, puxou velozmente e com grande maestria a sua espada e desferiu-a na cabeça do monge com a intenção de abri-la ao meio. Porém, antes mesmo de dar o kiai (grito de ação) ele parou a lâmina a milímetros da fronte do monge, e estremecendo bradou raivoso:

_____ Porque você disse isto?

E o monge, impassível e sereno, respondeu apontando-lhe o seu descontrole:

_____ Eis aí o inferno!

O samurai, então, tocado pela sabedoria e sentindo a amorosa intenção do monge; guardou a espada; caiu de joelhos, e reverenciou o sábio homem.

E ao levantar a cabeça, o monge, com estrema doçura lhe disse apontando sua humildade:

_____ Eis aí o céu!
__________________ ooo __________________

A fábula em si termina aqui. Entretanto, ao dizê-la certa vez para alguns amigos, um deles, talvez tentando fazer graça, comentou com certa ironia ao final da fábula:

_____ É! É tudo muito bonito! Mas, e se o samurai tivesse enfiado a espada na cabeça do monge?

Então eu lhe disse:

_____ Pode ter certeza, Querido! O monge continuaria vivo no céu em que já vivia! E o samurai, esse continuaria morto enclausurado no inferno que carregava consigo!

15/08/2011

E O VERBO SE "FEZ" "CARNE"


Silvio Marques


E o Verbo se fez carne e habitou entre nós...” Esta citação bíblica tem sido anunciada como sendo a convivência de Deus entre nós por intermédio da figura de Jesus. Ou seja: Deus se fez um ser humano (nasceu num corpo carnal, se fez homem) e conviveu conosco.
Esta conclusão faz pleno e claro sentido se tomarmos como princípios:
Primeiro - A idéia de que Deus está no céu, como alguém que esta fora de nós; como se nós fôssemos um e Ele fosse outra “pessoa”.
Segundo - Que Jesus, tão magnífico espírito, fosse Seu único filho e Seu único representante na vida humana.
Entretanto, expandindo-se um pouco além destes limites doutrinários, podemos enxergar outros entendimentos iluminadores do novo pensar, e que nos colocam, sem mistérios, diante de Deus. Poder-se-ia dizer que esse é “O milagre da simplicidade”.
O Verbo como expressão bíblica é Deus. Deus no evento da criação do mundo significa: pensamento, idéia, inteligência, energia pensante e criadora. Porém, em toda época, desde a criação do homem, a palavra (o verbo) quando pronunciada nada mais é do que a manifestação (a materialização) “audível” do pensamento de quem a pronuncia. Na mesma proporção em que uma obra de arte é a materialização “visível” do protótipo (pensamento) idealizado pelo artista. Aliás, melhor "dizendo", enquanto no pensamento é, ainda, um arquétipo.
Uma mesa de madeira nada mais é do que a manifestação do verbo (pensamento) do marceneiro. Todo o nosso pensamento é força criadora. Portanto, como seres pensantes devemos entender que todo o nosso destino é a pura materialização da “imagem” do nosso “verbo” (do nosso pensamento).
Ainda na presente citação, é utilizada a expressão “Carne”. Esta expressão é que verdadeiramente determina, que verdadeiramente conduz a interpretação cristã “... se fez carne (corpo) e habitou entre nós”. Acontece que,  “carne” neste contexto não tem o significado literal do que conhecemos como sendo carne. Não especificamente. Neste contexto ela significa: “matéria”. Ou seja: O pensamento (verbo) se faz carne (matéria) e habita entre nós; se torna audível, visível, ou enfim, sentida de alguma forma.
Quando Jesus disse: “Seja-te feito conforme credes”, foi como se houvesse dado a presente explanação. Com outras palavras digamos que Jesus tenha dito: “O verbo se materializa conforme pensas”; “Será feito conforme acreditas”.
No que acreditamos (pensamos) é isso que habitará entre nós. O verbo, portanto, não só se “fez”, como também se “faz” carne (matéria) todos os segundos da vida humana.
Assim é. Este é o princípio fundamental da fé. E é por isso que é dito que o pensamento positivo (ou negativo) funciona, se concretiza, se materializa.
Administre o seu destino com o Poder do Verbo que está em você, e seja muito feliz!

11/08/2011

OS DONS DAS SEMENTES



                                                                                        Silvio Marques

As sementes vegetais já estão prontas desde o princípio pela vontade de Deus. Por Ele em cada uma delas está determinada uma manifestação única e definitiva de acordo com o que foi idealizado para cada qual. Na semente do feijão esta projetada um pé de feijão com muitas outras sementes multiplicadas; e, por extensão, uma abundante lavoura. Além disso, dotou-as com elementos nutritivos cujo sublime objetivo é alimentar e fortalecer os seus Filhos. Esses, penso, a sua mais importante criação.
Uma semente, portanto, é um projeto em si criado por Deus que, encontrando condições propícias manifesta toda a sua dotação. Condições propícias para o caso seria um solo fértil, umidade adequada e calor.
Também nós, seres humanos, que somos sementes da Sua criação, estamos projetados a nível físico para, encontrando condições propícias, reproduzir outro ser humano. Condições propícias para o caso seria um homem e uma mulher férteis. 
Não podemos de nós mesmos, procriar uma pomba, uma loba, ou outro ser qualquer; assim como uma semente de feijão jamais produzira melancias. Isto é o que está determinado pela criação e é imutável.
Não obstante, somos entre todas as criaturas, entre tudo o que foi criado, a única das criaturas dotada de pensamento, idéia, inteligência (pelo menos aqui no nosso planeta). E talvez por Sua mais sublime atitude o Criador nos concedeu o livre arbítrio _____ “Pense o que quiser, faça o que quiser, crie o que quiser que Eu não Vou interferir. As Minhas próprias leis não Me permitem tal compulsão; ou não seria livre arbítrio”. ____ Deus não me disse isto, mas entendo que esteja implícito na expressão “livre arbítrio”.
Certamente que em razão de que a prudência, misericórdia e generosidade serem também Seus dons, também nos concede de tempos em tempos anjos iluminados, mestres iluminados para nos dar direção, inspirar o bem, promover o amor. _____ Jesus, por exemplo.
Por isso, irmãos, neste momento sinto um sincero e ardente impulso de dizer-lhes que é chegada a hora de entendermos de vez, e corajosamente assumirmos que nosso pensamento é semelhante ao cinzel do escultor, ao pincel do artista, a caneta do poeta e a semente do agricultor. “Está na hora de assumirmos de vez que nosso pensamento é “idéia que cria sementes” e as constitui com toda a sua dotação”. É o Verbo bíblico.
Para as sementes de nossos pensamentos manifestarem-se concretamente neste mundo, basta encontrarem condições propícias. Assim tem sido o tempo todo, por todos os séculos e séculos.
Por tudo isso penso que fica assim esclarecido que o lamento: “eu não mereço isso, ou não mereço aquilo”, deve ser banido da boca do homem. Bem como também a sentença: “castigos de deus” para os resultados adversos.
Nosso presente e nosso futuro são, enfim, frutos das sementes que plantamos no passado (passado breve ou muito remoto). Tudo é colheita da semente que criamos e plantamos no “solo da vida”. ______ minha culpa, minha máxima culpa... Sempre foi assim, e sempre será.
Plante Boas Sementes e seja Feliz!
É simples assim!

08/08/2011

A LUZ E AS LÂMPADAS


Silvio Marques

Li, escrito num muro, a frase: “Sem Jesus não é possível ser feliz”. Por estar escrito na parede de um “Caldo de cana”, ou seja: nas dependências de um estabelecimento comercial, pensei tratar-se de uma ação individual de uma pessoa que estava com o coração cheio de gratidão. Fiquei, então, a imaginar a felicidade que a pessoa que escreveu deveria estar vivendo naquele momento. Certamente por isso é que quis anunciar a todos o caminho que lhe foi bom. Julguei tratar-se de uma pessoa muito sensível e amorosa. Afinal, a frase não estava escrito com carvão, nem giz ou caco de telha; com os quais podemos fazer tal inscrição em apenas alguns minutos. Ela estava muito bem trabalhada, escrito com tinta a óleo e letras decorativas; mostrando todo o cuidado e carinho do autor. A julgar pelo capricho ele se dedicou durante um considerável tempo para a composição da obra.

É claro que ele pode ter contrato os serviços de um profissional. Mas isto não diminui a sua sensibilidade e muito menos a sua gratidão

Analisando pela ótica dessa pessoa, a frase seria irretocável. E também pela ótica de outras tantas milhares de pessoas felizes. Entretanto, se expandirmos a nossa reflexão poderemos colocar outros nomes no lugar em que na frase está grafado Jesus. Afinal, felicidade não é propriedade particular dos cristãos. Assim como a Luz da Verdade não o é.

Embora esta afirmação possa causar algum (ou muito) incômodo na mente de muitas pessoas; ao ponto de alguns até pararem a leitura do presente artigo a partir do final do parágrafo anterior; não podemos, como diz na velha máxima, “tapar o sol com a peneira”. Ninguém é feliz simplesmente por que é cristão. Somos felizes (ou podemos ser) porque captamos a “luz” emanada de Deus nas mensagens de Jesus, e as vivenciamos. Porém, tantos foram os mensageiros que antes, durante e depois dele anunciaram a Verdade salvadora também.

Achar que somente Jesus Cristo salva, é equivocar-se achando que o que vence a escuridão são as lâmpadas. Na verdade o que a tudo ilumina é a luz. A lâmpada é o meio pelo qual a energia provinda da fonte se utiliza para se manifestar em forma de luz e facilitar a nossa vida proporcionando claridade. Ou seja: Deus, que É a Fonte de tudo, se utiliza de mensageiros (tantos quantos forem necessários) para anunciar os Seus dons e facilitar que enxerguemos o caminho a procura da “terra prometida”; o Paraíso.

Diversas formas e tipos de lâmpadas existem nesse mundo e em toda parte dele. Mas luz é luz. É uma coisa só. Sua serventia é clarear. Se uma lâmpada não clareia, ela não presta mesmo; não tem utilidade. Mas, se ela clareia, porque devemos fingir que não estamos vendo?

Se Jesus para muitos é o mais potente dos “holofotes”, ainda assim não podemos dizer que as outras “lâmpadas”, ainda que pequenos “pirilampos”, não clareiam.

A cada um basta o seu merecimento. A cada “cego” basta a sua luz. Penso que há entre nós muitos que nem precisam dessa luz para enxergar. Somente os que se afastaram demais precisam de faróis, necessitam de “ajuda”.

Em primeiro lugar, abra bem os seus olhos. Não serão as “lâmpadas”, e nem mesmo a Luz, que te fará ver. Eles apenas promovem a possibilidade de você enxergar. Como o sol. Mas se você não tomar a decisão de abrir os olhos, ou cobri-los com preconceitos, nada verá.

04/08/2011

JESUS, OU BARRABÁS?

Silvio Marques



Todos os anos por volta do dia comemorativo à Sexta Feira da Paixão, milhares de comunidades cristãs encenam atos teatrais da Paixão de Cristo. Todas as redes de TV inserem na sua grade de programas vários filmes afins. E tanto nas filmagens quanto nos teatros a céu aberto das comunidades, um ato muito significativo é este onde os julgadores questionam ao povo: Jesus ou Barrabás?

A resposta a este questionamento é muito simples, não? Mentes puras ou mesmo as mentes mais devassas respondem até inconscientemente o nome de Jesus.

Ao ler esta passagem bíblica (Mt. 27.11-21) sinto que um imaginário sinédrio permanece ativo neste mundo, e se apresenta a todo instante diante de nós para nos julgar e consultar de nossos corações, qual a nossa escolha: “Jesus, ou”... Barrabás?

Vejamos:

Jesus, que representava em todos os sentidos a justiça, a verdade, o amor, a luz naquele “episódio”; foi, por ocasião de seu julgamento, preterido em nome da conveniência dos anciãos e dos principais dos sacerdotes. Esses persuadiram a multidão que escolhesse Barrabás e pedissem a crucificação de Jesus. Persuadir, quer dizer: convencer, argumentar de forma a fazer do outro o seu aliado.

Era da conveniência dos acusadores, que Jesus desaparecesse; não estivesse presente; ficasse longe deles. Assim, tramaram o citado plano para o seu intento. A conveniência no caso está representada pela figura de Barrabás. E este, por extensão, passa a representar o falso, o irreal, a mentira, a ilusão.

Se bem observarmos, em nosso dia a dia quase sempre estamos diante deste imaginário tribunal para escolhermos entre a “o bem” (Jesus: a justiça, a verdade, o autentico), e o conveniente (Barrabas: o falso, a mentira, a ilusão).

Quando escolhemos o conveniente, ou seja: o prazer efêmero, o ilícito, o imoral, o vantajoso injusto, a improbidade; estamos crucificando a verdade. E para que não “doa” muito em nossa alma, às vezes inconscientemente buscamos persuadir os nossos sentidos (muitas vezes com desculpas das mais esfarrapadas, ou embriagando nossos sentidos com bebidas alcoólicas, drogas ou outros prazeres inebriantes) para manter longe a consciência do erro, o sentimento de culpa.____ Como dói, “né”?

Infelizmente é assim que tem sido ao longo dos tempos. Num gráfico crescente e vertiginoso, a infeliz opção dos nossos irmãos pela representação de “Barrabás”, pelas conveniências do dia a dia tem sido a escolhida. Propinas, sonegações, calúnias, traições, negligencia religiosa, infidelidades, vícios, falsas honrarias; tem sido formas comuns de preterir a Justiça, a Verdade, a Fraternidade.

Pilatos, o governador, teve o papel que sempre pertenceu a nossa consciência divina. Nós sempre soubemos discernir o certo do errado. Mas envolvidos pelas fantasias da matéria (conveniência) permitimos o avanço do pecado, a vitória do mal, o apogeu da fantasia e da ilusão.

Jesus bem que poderia dar as respostas que lhes foram formuladas para justificar as suas declarações. Mas esta atitude só livraria a si mesmo da morte física. Entretanto, não era a si mesmo e o seu corpo (e nem o corpo de ninguém) quem ele planejava salvar. Quando Pilatos perguntou-lhe: “tu és o rei dos judeus”? Ele poderia ter reafirmado o que muitas vezes já havia dito: “o Reino de Deus esta dentro de nós”... Se o Reino de Deus esta dentro de nós, todos somos reis quando vivemos em conformidade com a vontade Dele. E assim Jesus teria destruído a idéia de blasfêmia que os acusadores lhe impuseram. ____ Mas não havia de ser assim!

Os erros dos acusadores lá no passado foram grandiosos; mas não menos impuros são os nossos ao longo desses tempos. E os deles, podemos dizer, foram até menores se considerarmos que eles pecaram por ignorância. Ignorância como a nossa que ainda hoje pensamos que Jesus é rei de alguma coisa. Se ele desejasse ser rei, se planejasse ter alguma soberania sobre nós, não poderíamos considerá-lo um ser humilde. Além do mais, ser rei de miseráveis pecadores e ignorantes não é nenhuma honraria. O que ele desejava (e deseja) é que, salvos, alcancemos o reino de Deus como ele, e vivermos vida de reis, filhos de Deus... Como ele.

Vença o “barrabás” que tenta persuadir tua alma! Crucifique-o!
Sinta o Céu! E dê Graças a Deus!

01/08/2011

"O DIABO NÃO TEM RABO"

Silvio Marques

Certa vez estive comentando com um amigo a respeito da inexistência de demônios; principalmente no formato primitivo que determinados religiosos lhe deram. Qual seja: o diabo é um esperto e envolvente inimigo que, dissimulado, nos tenta arrastar para o mal.
Como figura ele foi “desenhado” assim: é preto, é feio, tem rabo, tem chifres, e é muito poderoso. E como ser, ele é a transformação de um anjo criado por “Deus”, mas que se voltou contra o bem”. Este é o formato que temos ouvido ao longo dos tempos.
Não firmei o palpite de que esta absurda formatação possa ter sido uma artimanha dos mesmos religiosos para atrair e “construir fiéis”; ainda que com a justificativa de que fosse para amenizar as suas dores. Particularmente não faço (e não fiz) tais afirmações porque, além de não desejar polemizar com ninguém, tenho as minhas vigorosas convicções, e respeito verdadeiramente a dos demais. Mas todos já ouvimos afirmações desse gênero, e que fazem sentido, sim.
Entretanto, seguindo por outras alternativas podemos ser levados a entender que se trata de ignorância religiosa, primitivismo, pouca espiritualidade, ou coisa assim. O que valida as afirmações acima.
O que entendo é que não devemos nem levar em consideração a possibilidade de aparição da figura (da imagem) do maligno diante de nós (já ouvi pessoas afirmarem que o viram). Essa possibilidade é absolutamente descartável. Isto porque, nada do que os nossos olhos carnais vêem pode ser espiritual. Sigamos sempre esta regrinha para nos libertar desses medos absurdos: “Matéria só vê matéria ... só espirito pode “ver” espirito.”
Quanto as suas ações (as do maligno), insistentemente tem sido servido pelas igrejas a idéia de que elas (as ações dele) atuam de fora para dentro; de que ele vem até nós para nos assediar e nos desviar do bom caminho. Assim como um ladrão que vem para furtar o nosso mais precioso tesouro.
Ora! Quem é possuidor de verdadeira fé; aquela inabalável convicção de se sentir Filho de Deus; de que Deus mora em nosso próprio interior; de que este Filho jamais morre, jamais perece; de que é constituído pelos próprios dons e vida do Pai e Criador; de que Deus e eu somos um; e de que tudo o que foi constituído por Deus é só Bem; com essa poderosa convicção que resplandece luz, treva alguma será capaz de penetrar. A escuridão jamais vencerá a luz. Entretanto, justificam-se os religiosos de que é exatamente para instalar essa fé nas pessoas que servem os seus argumentos. Penso que não precisamos despertar a fé com ameaças. Jesus disse: “A verdade vos libertará”. Ora! Se estou ameaçado pelo mal, então eu não sou livre.
Analisando cuidadosamente esse tão temido personagem dividindo-o em três partes, qual sejam: a figura; suas ações; o ser; podemos concluir que:

1 – A FIGURA: Porque tem uma imagem tão feia?
Resposta: Porque é uma figura desenhada pelos elementos criativos do medo, do temor, da fraqueza. E tem imagem horrenda simplesmente porque coisa bonita não assusta.

2 – SUAS AÇÕES: Porque ele vem até nós para nos tentar (ou atentar)?
Resposta: Na verdade tudo o que tem algum valor e encanto aos nossos olhos são considerados elementos de desejo (que está representado pela maçã naquele evento de Adão e Eva, citado no Gênesis). Entretanto, a tentação não esta na maçã; mas sim, no nosso desejo interior de possuí-la. Portanto, é no coração (interior) do homem que mora as tentações. ____ Mas é o diabo quem leva a culpa!
3 – O SER: Porque algumas religiões afirmam que o diabo foi um anjo bom que se virou contra Deus (contra o Bem)?
Resposta: As igrejas, aquelas que conceituam os homens como filhos do pecado; pecador; ser inferior e impuro; não seriam incoerentes em reverenciá-los como os verdadeiros anjos criados a Imagem e Semelhança de Deus. Mas acreditem, consta nos livros sagrados que fomos todos criados à Imagem e Semelhança do Pai. Entretanto, exatamente por sermos na essência os anjos bons criados por Deus, mas que não manifestamos no dia a dia toda a nossa pureza interior, todo o nosso incondicional amor, a nossa força, o nosso despretensioso senso de justiça; é que podemos ser denominados anjos da imperfeição ou anjos do mal; aqueles que desonram o bem, a criação.
O mal, o maligno, a tentação, é criado e nascido como fruto das nossas intenções. Temos sido nós mesmos os anjos do mal. Sempre que fugimos do maligno, estamos fugindo o tempo todo da nossa própria sombra má, que é uma falsa imagem.
Consta na máxima de certo Índio, que Deus criou um cachorro muito dócil, humilde e bondoso dentro da alma de cada homem. As ilusões do mundo, porém, criaram um outro cachorro com características mais agressivas, egoístas e possessivas. Perguntado ao índio qual dos dois caninos normalmente vence a briga dentro de cada um de nós; ele disse simplesmente: “Vence aquele a quem voce mais alimenta!”
Como vemos, é a nossa pouca fé, é a nossa ignorância e o nosso medo quem serve de “ração” para alimentar o cão indesejável.
E é por isso que digo: O diabo não tem rabo, não é feio, não é nada. Olhe para dentro de si e veja a “ração” que você se serve. Acima de tudo observe o sentimento que você alimenta.

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